quinta-feira, 5 de março de 2015

Pérolas do Netflix - Tiros na Broadway

De: Woody Allen. Com: John Cusack, Dianne Wiest, Jennifer Tilly e Chazz Palminteri. EUA, Comédia, 1994, 98 min.

Iniciando o mês de março o Netflix deu um presentão para os fãs de Woody Allen, adicionando ao catálogo diversos títulos do aclamado diretor. Dentre eles, podemos citar os impagáveis Desconstruindo Harry, Poderosa Afrodite, Todos Dizem Eu Te Amo, entre outros. Difícil escolher um dentre as várias obras da extensa filmografia de Allen, mas das novidades do serviço de streaming certamente este Tiros na Broadway (Bullets Over Broadway) é um dos mais bacanas!

O filme se passa durante os anos 1920 e, além de um roteiro divertidíssimo, conta com uma reconstrução de época belíssima. Na trama, John Cusack encarna a persona neurótica típica de Allen (que apenas dirige, sem aparecer como ator desta vez) como um autor de teatro que é obrigado por seu patrocinador, um gângster, a incluir a amante deste (Tilly) em sua peça. Detalhe, a moça é uma das piores atrizes a pisar em um palco da Broadway. Para piorar, o capanga Cheech (Palminteri), enviado pelo perigoso mafioso, decide opinar nas questões artísticas da peça. Soma-se ainda ao "elenco" um ator que não consegue controlar a sua gula, e uma atriz decadente mas que se autoconsidera uma das maiores artistas vivas. Esta última, por sinal, é interpretada por Dianne Wiest de maneira exemplar, fazendo referência à clássica personagem Norma Desmond, de Crepúsculo dos Deuses. O papel lhe valeu o Oscar de melhor atriz coadjuvante do ano de 1995.


Tendo sido indicado ao Oscar em sete categorias - incluindo diretor e roteiro original - Tiros na Broadway funciona como um ótimo passatempo para quem busca uma comédia leve, como um deleite visual para os apreciadores dos filmes de época, e também uma bela reflexão sobre o criar artístico e tudo que o envolve: o quanto um autor pode ser fiel à sua criação, agradando ao público e seus financiadores, para poder se manter no mainstream? Allen, um autor consagrado, possui total liberdade no fazer de suas obras, sorte essa que o seu alterego fracassado interpretado por Cusack tanto almeja, mas não obterá sem antes passar por uma série de situações absurdas que, por sinal, servem de mote para este altamente recomendável filme.

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