sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

Cinema - A Teoria de Tudo

De: James Marsh. Com: Eddie Redmayne, Felicity Jones e Tom Prior. Drama / Biografia / Romance, EUA, 2014, 123 minutos.

O filme A Teoria de Tudo (The Theory of Everything) conta a história real do relacionamento entre o genial físico britânico Stephen Hawking (Redmayne) e sua primeira esposa Jane (Jones), desde o momento em que ambos se conheceram até a mudança radical na vida do casal devido ao aparecimento da doença que viria a incapacitar fisicamente o cientista, a Esclerose Lateral Amiotrófica - popularmente conhecida como Doença de Lou Gehrig (devido ao famoso jogador de beisebol também acometido pela doença no início do século passado). Esta patologia faz com que haja uma degeneração progressiva dos neurônios motores, diminuindo a atividade muscular, incapacitando o doente a realizar atividades básicas como caminhar, falar, deglutir e, em estágio avançado, até respirar. No entanto, a mente do afetado permanece intacta, o que possibilitou que Hawking trouxesse ao mundo suas mais importantes teorias sobre o universo mesmo em estágio avançado da doença, tendo o auxílio da sempre presente Jane.

O enredo de superação teria tudo para virar um drama pesado, sedento a levar o espectador às lágrimas - o que, felizmente, não acontece. Eddie Redmayne entrega aqui uma performance perfeita como Hawking, tendo sido inclusive elogiado pelo próprio ("as vezes pensava que ele era eu", disse o cientista), demonstrando a elegância e inteligência compatíveis com o personagem pelo qual ganhou o Globo de Ouro de melhor ator em drama, ao passo que Felicity Jones cumpre seu papel com competência, porém prejudicada pelo roteiro que conta com frases que poderiam muito bem ter saído de uma telenovela. O roteiro, por sinal, foi adaptado do livro escrito pela própria Jane e, talvez por isso, não foque tanto nas teorias do título e, sim, no relacionamento entre os dois - o que pode ser frustrante para aqueles que forem assistir interessados pelo aspecto científico.


Apesar de não vitimizar o protagonista, a direção de James Marsh (do documentário vencedor do Oscar O Equilibrista) opta por uma abordagem mais hollywoodiana do romance entre o casal, citando, mas evitando, maiores polêmicas sobre os conflitos gerados pelo ateísmo declarado de Hawking versus o cristianismo de Jane, além de pegar leve na questão dos demais relacionamentos do casal principal. Contribui para a aura de "homenagem" a fotografia, que acaba alterando as tonalidades de acordo com o estado dramático da narrativa, e a trilha sonora, que também valoriza o aspecto um tanto irreal de algumas passagens, podendo soar um pouco exagerada em alguns momentos.

Mesmo contando com uma passagem perto do final que acaba levemente descambando para o melodrama, o encerramento conta com uma cena belíssima que, ao fazer uma rima temática com um conceito desenvolvido durante o filme, torna a experiência satisfatória. Com quatro indicações ao Oscar (melhor filme, ator, atriz e trilha sonora), A Teoria de Tudo é um filme bonito, interessante, com grandes atuações e, embora deixe a desejar em alguns aspectos, merece ser visto e apreciado.

Nota: 7,0

2 comentários:

  1. Quero muiiiito assistir esse filme. Antes de finalizarem, mostraram pro Hawking e ele disse que só tinha um problema, a voz robótica não era dele (pq é patenteada), então ele "emprestou a voz". =)

    Julia - Blog Frescurinha

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  2. Oi, Julia! Vou te dizer que quem assistiu ao filme foi o meu "sócio" aqui do blog, o Henrique! Mas também já está na fila dos meus próximos a serem vistos. Abração! =)

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