Um mergulho em uma sonoridade que evoca o contraste entre o ancestral e o contemporâneo, o bucólico e o urbano, o antigo e o tecnológico. Resumir a experiência de ouvir No Paiz das Amazonas, o terceiro trabalho da banda manauara Luneta Mágica é trafegar num universo em que contradições se aproximam, em que as diferenças parecem somar, em que a distância é logo ali. Se afastando do pop mais comercial entregue no disco No Meu Peito - nosso quarto melhor álbum na lista de melhores nacionais de 2015 -, o coletivo se reaproxima do experimentalismo psicodélico que marcaria a estreia, com o esplêndido Amanhã Vai Ser o Melhor Dia da Sua Vida (2012). Diferente de tudo o que já foi feito pelo grupo, o registro imprime "uma visão conceitual, partindo de referências da própria floresta amazônica, que vão ao encontro de sons que ecoam pelo mundo inteiro", como resumiu a banda no material de divulgação. O resultado é uma espécie de caos organizado que conecta passado, presente e futuro de uma forma nunca óbvia, mas sempre instigante, provocativa (inclusive no que diz respeito às letras), como comprovam as faixas Águas Poluídas, Conduzido (haux, haux), Tuiuiú e Além das Fronteiras. Vale descobrir!
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