"Eles sempre perguntam a você: de onde você é? [...] / A pergunta parece simples, mas a resposta é meio longa / eu poderia dizer a eles Wembley, mas eu não creio que seja isso que eles querem". Em meio a ascensão de grupos extremistas de direita que propagam ódio, xenofobia e preconceitos de todos os tipos, a sequência final do poderoso curta The Long Goodbye - o grande vencedor em sua categoria no Oscar desse ano - ganha ainda mais força. Produzido por Riz Ahmed - astro de Hollywood de ascendência paquistanesa -, o filme narra, em pouco mais de dez minutos, um dia normal da família de Riz, o protagonista.
Em meio a prosaicas discussões cotidianas envolvendo questões domésticas, a rotina com os filhos e outros acontecimentos, a televisão ligada exibe uma marcha de extremistas que avança. Avança até chegar à casa de Riz, com resultados simplesmente devastadores. A mudança brusca que envolve os instantes lúdicos dentro de casa para o desespero com a iminência da morte motivada pela intolerância racial é assombrosa. O barulho, a gritaria, o caos, a incapacidade de diálogo. Tudo reverbera como uma verdadeira metáfora do mundo, nos dias de hoje. Difícil permanecer igual depois de assistir a essa experiência que, no mínimo, nos faz refletir.
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