De lá para cá foram nove discos de estúdio, além de singles, coletâneas e EPs, tendo como pontos altos, além do já citado Tigermilk, obras como If You're Feeling Sinister (também de 1996) e Dear Catastrophe Waitress (2003). Agora, com o recém-lançado Girls in Peactime Want do Dance (2015) o grupo, liderado por Stuart Murdoch dá continuidade ao processo de elaboração de canções com boa sonoridade, cheias de refrões assobiáveis e com ótimo trabalho instrumental e vocal.
Se por um lado sai um pouco de cena a "fofurice" dos primeiros registros, por outro a banda se apresenta madura e em nenhum momento cansativa ou repetitiva, como ocorreu no único disco realmente ruim dos músicos de Glasgow, Fold Your Hands Child, You Walk Like a Peasant (2000). No atual registro, o décimo da carreira, a banda se apresenta mais produzida e alinhada a música eletrônica moderna, como em The Party Line, flertando também com a sonoridade do leste europeu, como no caso de The Evarlasting Muse (uma das melhores), que bem poderia estar em algum disco do Beirut.
Verborrágica, a banda segue construindo suas letras como se fossem verdadeiros sonhos, repletos de metáforas sobre lugares guardados em um passado distante, medos, mentiras e esperança por dias melhores. Um dos primeiros singles, Nobody's Empire, dá uma mostra desse estilo em versos como: Deitada ao meu lado você estava meio acordada e seu rosto estava cansado e amassado/ Se eu tivesse uma câmera eu tiraria uma foto sua agora, porque há beleza em cada tropeço. Muito provavelmente não será o disco do ano. Ainda assim consiste-se, novamente, em um belo registro, mantendo a já tradicional qualidade do grupo.
Nota: 7,9
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