De: Anton Corbijn. Com Philip Seymour Hoffman, Rachel McAdams, Willem Dafoe e Robin Wright. Thriller de espionagem, 122 minutos.
Não bastasse ser um excelente thriller de espionagem - muito melhor que o confuso e, de certa forma, decepcionante, O Espião que Sabia Demais (2012) - o filme O Homem Mais Procurado ainda tem um atrativo a mais: trata-se da última aparição do ator Philip Seymour Hoffman que, como todo o cinéfilo sabe, morreu no último mês de fevereiro, vítima de uma overdose de medicamentos. Hoffman interpreta o agente de espionagem da inteligência alemã Günter, que "cresce o olho", quando chega a cidade de Hamburgo um imigrante ilegal vindo da Chechênia, um certo Issa Karpov (Grigoriy Dobrygin).
Todos os passos de Issa são observados, não apenas pelo grupo de inteligência, mas também pela polícia local, uma vez que Hamburgo teria sido uma das cidades europeias que abrigou terroristas após o 11 de setembro. Issa, com sinais de tortura pelo corpo, vai até a comunidade islâmica local pois acredita que, com a ajuda destes, possa ter acesso a herança milionária que seu pai teria lhe deixado em um banco da cidade. Uma advogada (McAdams), lhe apoia na questão, enquanto, por outro lado, Günter e sua equipe acreditam que possam chegar a um "peixe maior" do crime local, que possa ser fisgado com o uso de parte da bolada.
Com habilidade, Corbijn conduz a trama sem exaltações, respeitando o espectador e entregando pouco a pouco as pistas que podem revelar as reais intenções dos envolvidos em cada uma das partes dessa história. Com certa melancolia, a força do filme está no diálogo e nas ações - mas não as ações extremas, como torturas psicológicas ou tiroteios desenfreados e sim conversas envolvendo informantes e observações por meio de câmeras de segurança. Não à toa, uma das principais e mais angustiantes cenas da obra, envolve uma simples assinatura. Um filme com certa complexidade, mas que, ao final, deixa o espectador com um sorriso no rosto, ao perceber como tudo se encaixa.
Nota: 8,6
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