segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Cinema - Whiplash

De: Damien Chazelle. Com Mles Teller, J. K. Simmons e Paul Reiser. Drama, EUA, 2014, 107 minutos.

Histórias sobre professores sofrendo o diabo na mão de alunos pentelhos existem aos montes no cinema. Puxando pela memória é possível lembrar de, entre outros, Mentes Perigosas, Ao Mestre com Carinho, Entre os Muros da Escola. Situação inversa, com professores dominadores, ainda que ocorra em alguns casos, como no excelente alemão A Onda, já é um pouco mais raro de se ver. Assim, com argumento levemente diferente do convencional, a obra Whiplash - Em Busca da Perfeição (Whiplash) surge como uma saborosa história de amor e ódio entre professor - no caso o irascível Terence Fletcher (Simmons, soberbo) - e aluno - o determinado Andrew Neyman (Teller, visto em Divergente e Reencontrando a Felicidade).
Neyman sonha em ser baterista. E baterista dos bons e não da bandinha de rock do colégio, que ele fez com os amigos para tocar Strokes. Com esse objetivo em mente, entra para o conservatório de Shaffer, a melhor escola de música dos Estados Unidos, onde passa os dias ensaiando, tocando e batucando, repetidamente, por horas e horas. No tempo livre, escuta ídolos de outrora, como o baterista de jazz Buddy Rich, que, dotado de grande velocidade e habilidade, foi um dos melhores de sua geração. Numa dessas andanças pelos corredores da escola, Fletcher o encontra tocando e, encantado pelo seu estilo, o leva para fazer parte da orquestra principal do conservatório.


Só que aquilo que seria motivo de alegria, se torna um inferno quando o jovem toma conhecimento dos métodos agressivos adotados pelo maestro Fletcher, capaz de levar seus alunos ao limite, por meio de agressões físicas e mentais. Tudo para que os acadêmicos possam tocar as notas musicais, exatamente da forma como ele deseja. E, para que no futuro, possam se tornar virtuoses reconhecidos, capazes de ir para além do marasmo no qual a indústria musical se encontra no momento - de acordo com o professor. É dessa troca enérgica entre dois sujeitos querendo fazer o melhor um pelo outro, que se sobressai uma das relações mais curiosas e interessantes do cinema recente.
Simmons, espetacular no papel, ao mesmo tempo em que irrita o espectador com as humilhações e agressões cometidas contra seus alunos - com direito a cadeira arremessada em um deles - por outro parece fazer seu de tudo para que os estudantes saiam da mediocridade (e algumas de suas frases são impagáveis). Já Teller, se entrega ao papel de sua vida, encarnando um jovem autoconfiante que, para atingir seus objetivos na vida, é capaz de abrir mão de outras tantas conquistas que, em outros momentos, talvez pudessem ser importantes. Em alguns casos, a obra, que faturou vários prêmios em Sundance, mais parece um filme de suspense, com seus cenários claustrofóbicos e salas e corredores escuros. Tudo pra criar o clima de terrorismo vivenciado pelos estudantes de Shaffer.

Nota: 8,8


3 comentários:

  1. Gostei muito de Whiplash! Vale a pena destacar também os ótimos sonidos de Jazz ao decorrer da película. Ótima trilha sonora!!! Ótimas atuações!!!

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    1. Bela lembrança, Wallace! O som, utilizado de forma diegética, flui naturalmente, de forma orgânica, sendo, sim, um grande destaque da película! Um grande abraço e obrigado pela participação.

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  2. Gostei muito de Whiplash! Vale a pena destacar também os ótimos sonidos de Jazz ao decorrer da película. Ótima trilha sonora!!! Ótimas atuações!!!

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