No segundo terço, D2 vai para a Bahia, para um samba mais experimental, saído do terreiro de candomblé, em que ritmos e batidas africanas se juntam a bases eletrônicas modernas e cheias de personalidade - sendo o melhor exemplo a visceral Tambor de Aço, um rap comovente que, de acordo com o artista, ajudou-o a se reconectar com Ogum. Na última parte, a música popular se torna mais festiva, como sugerem músicas de título autoexplicativo como O Samba Falará + Alto e Bundalelê. Com participações de nomes diversos como Zeca Pagodinho, Alcione, Mateus Aleluia, Mumuzinho e BNegão, o projeto acerta em cheio no encontro da arte popular com a religião, sem deixar de lado assuntos políticos. "Eu via o rap, o punk e o rock muito mais como resistência e luta do que o samba. Até o momento que eu comecei a compreender que o samba é resistência pra caramba", resumiu em conversa com o UOL. O resultado: talvez o melhor disco de 2023.
Nota: 10
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