Celestial, mágico, hipnótico, sofisticado. E, acima de tudo, essencialmente pop. Resumir o tipo de som feito pela dupla californiana Magdalena Bay em seu segundo álbum de estúdio, Imaginal Disk, talvez não seja uma tarefa tão simples. Os adjetivos podem ser diversos e o caso é que eles nunca conseguirão abarcar o todo. Sim, há todo um conceito por trás do registro e que envolve terapias alternativas e a busca por uma espécie de bem-estar (ou de cura) que parece percorrer cada curva do projeto. E justamente por isso, talvez esse seja daqueles discos para ouvir repetidamente para, a cada novo encontro, perceber detalhes diferentes. Que retiram as músicas do óbvio meio pasteurizado que reina na música sintética dos dias de hoje. É como se o conjunto fosse ao mesmo tempo estranho e experimental, mas acessível e comercial - e experimente não ficar com Killing Time grudada na mente após umas duas audições.
A canção, por sinal, é aquele tipo que se repete a todo o momento no trabalho - e que vai no limite entre o retrô setentista enfumaçado e o brilho polido de uma eletrônica mais maximalista. O que não apenas confere personalidade, mas também expande os limites sonoros. Em geral é como se pequenas joias como Death & Romance, Image e Love Is Everywhere amaciassem os nossos ouvidos - característica reforçada pelos vocais açucarados da vocalista Mica Tenenbaum. Claro que nem sempre os temas - muitas vezes ricas divagações sobre passagem do tempo, expectativas em relação à fama e, claro, medo de ter o coração partido. Já Watching TV, com seus sintetizadores enérgicos, é bastante metafórica em relação ao poder alienante da tecnologia e que muitas vezes faz com que nos afastemos do real em favor do imaginário (Assistir muita TV / Vai te apodrecer por dentro). Vale cada segundo.
Nota: 9,5
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