Vamos combinar que a despedida oficial de Chadwick Boseman do mundo do cinema - mas não de nossos corações e memória - tem tudo para ser mais do que emocionante. Isto porque a crítica especializada tem trabalhado com a hipótese quase certa de que o astro falecido há dois meses, vítima de câncer, deverá estar entre os indicados ao Oscar na categoria Ator Coadjuvante pelo seu papel em A Voz Suprema do Blues (Ma Rainey's Black Bottom). Aliás, é um dos favoritos à estatueta. O filme estreia diretamente na plataforma de streaming da Netflix no dia 18 de dezembro e tem Viola Davis como protagonista. Ela interpreta a Ma Rayney do título oficial que, no começo do século passado praticamente inventou o blues - sua alcunha até era "Mãe do Blues". O arco dramático central, de acordo com o material de divulgação, envolve uma batalha judicial pelo controle dos direitos musicais entre a artista e um produtor (branco, claro). O pano de fundo do preconceito racial parece estar no centro da narrativa.
Sobre o trailer do filme de George C. Wolfe (de Um Momento Pode Mudar Tudo, que eu não assisti), é impossível não ficar inicialmente impactado pelo desenho de produção e, bom, aí deverá ser uma outra categoria em que a obra pode ser lembrada. O clima de homenagem ao blues não apenas como música, mas como veículo para discussões culturais, políticas e sociais mais profundas, parece ser também um ponto que percorre a película, sendo impossível não ser envolvido por todo o resto - desde as canções vigorosas à fotografia levemente amarelada (ainda que muito viva). O figurino e a maquiagem também chamam a atenção e confesso que a Frances McDormand terá de mostrar trabalho em Nomadland, se quiser tirar a estatueta da Viola no próximo ano. Aliás, sobre Boseman, a estrela disse em entrevista à Revista Rolling Stone que ele era verdadeiramente como um "filho para ela". Acho que todos estes fatores juntos tornam A Voz Suprema do Blues um dos filmes mais aguardados da temporada de premiações!
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