Concebido como uma espécie de ópera rock, o disco foi lançado acompanhado de um filme (dirigido pelo documentarista Roger Sargent) que narra a história das reminiscências de uma tragédia familiar na mente de um homem levado a cometer suicídio jogando-se ao mar, enquanto este se afoga. Mas calma: se você pensa que encontrará uma espécie de climão a lá No Surprises do incensado álbum Ok Computer do Radiohead, você está enganado. Ou se por acaso o termo "ópera rock" já te deixa com o pé atrás, pode ficar tranquilo. O máximo de rock progressivo que encontraremos aqui é a junção entre uma faixa e outra e o clima grandioso, orquestrado e quase épico que, convenhamos, nunca deixou de fazer parte totalmente das obras da banda. No mais, é aquele bom e velho "Suedão" a que estamos acostumados - e vale muito a pena!
Faixas como Outsiders de cara já entram para o rol de maiores hits da banda, com seus riffs bem construídos, baixo pulsante e refrão marcante - um baita som que me remeteu ao álbum Here Comes the Tears, obra excepcional de 2005 da banda The Tears (formada por Anderson e Bernard Butler em um ensaio do que poderia eventualmente ser o retorno do Suede à sua formação original - o que não aconteceu, Butler seguiu carreira solo). O mesmo vale para Like Kids, que segue o clima mais alegre, aliviando um pouco a barra ao relembrar dos momentos em que o amor era mais leve, doce e passível de ser realizado - o que é reforçado pelo coro infantil que acompanha determinados trechos da canção. E, claro, as baladas não poderiam deixar de estar presentes: a dramática Tightrope, a lenta Learning to Be, até o final com a pungente The Fur & The Feathers são mais uma prova de que o rock, além de divertir, é capaz de mexer com nossos sentimentos de forma ímpar - e o Suede sabe disso como ninguém. Poder conceber uma obra do quilate de Night Thoughts neste ponto da carreira é algo que deve ser valorizado - e aplaudido.
Nota: 8,5.
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