quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Cinema - A Escolha Perfeita 2

De: Elizabeth Banks. Com Anna Kendrick, Rebel Wilson, Hailee Steinfield e Britany Snow. Comédia / Musical, EUA, 2015, 114 minutos.

Sabe aquele filme que, com 20 minutos de exibição, você já sabe exatamente como vai ser o final? E que, a mesma história, é recheada de personagens estereotipados, com direito a romance entre alguns dos protagonistas? E que mesmo assim você não consegue parar de assistir, se divertindo do início ao fim? É exatamente esse o caso de A Escolha Perfeita 2 (Pitch Perfect 2), que está em exibição. Não, não vai ser um filme que vai entrar pra história, nem pras listas de melhores do final do ano. Aliás, tá mais pra Framboesa do que pra Oscar, é preciso que se diga. Mas os personagens são engraçados, os diálogos são saborosíssimos, a trama tem um certo quê de nonsense e a trilha sonora e as coreografias são de encher os olhos. Oras, a gente não procura o cinema, na grande maioria dos casos para se entreter? Bem, A Escolha Perfeita 2 atinge a esse objetivo com louvor!

Estreando na direção, a atriz Elizabeth Banks - que também atua no filme - retoma a história sobre um grupo de cantoras a capella, as Barden Bellas, que agora são famosas nos Estados Unidos inteiro, após o tricampeonato de canto universitário. Um desastre durante uma apresentação na presença do presidente americano, faz com que elas sejam banidas das competições. A única maneira de elas retomarem a "honra" após o ocorrido, é trabalhar para tentar faturar o campeonato mundial - que, como vencedoras na terra do Tio Sam, elas continuam credenciadas a participar. É claro que tudo não passa de uma desculpa para mais uma série de apresentações musicais bacanas, com coreografias espertas, que homenageiam a música pop naquilo que ela tem de melhor. Pra quem gosta de David Guetta, Katy Perry, Miley Cyrus, Jessie J e Sam Smith, entre outros, um prato cheio.


Nesse sentido, a ideia de ampliar o espectro das apresentações musicais para o restante do globo - e, vejam só que "coincidência", a Copa do Mundo ocorre a cada quatro anos - não poderia ser mais acertada ainda que, vá lá, possa soar um tanto previsível. Os alemães - sempre eles - são o grupo a ser batido e a primeira aparição deles, ao som de Uprising, do Muse, é desde já, um dos momentos mais engraçados do cinema no ano. Mas que também serve pra indicar a perfeição técnica de um grupo que, frio em seus movimentos kraftwerkianos, parece impossível de ser batido. Capaz de rir de si mesmo, o filme faz várias brincadeiras relativas ao caráter solene das competições, levadas a um extremo de seriedade - como se alguém, de fato, desse bola pra isso. (e aqui confesso não saber ao certo se existem, verdadeiramente, concursos desse tipo em terras americanas)

A presença de Banks, uma comediante nata, claramente traz ainda mais frescor às piadas e a narrativa, do que no caso do primeiro episódio. Não à toa, as participações da personagem Fat Amy (Rebel Wilson) são ainda mais divertidas. O mesmo vale para o misógino interpretado por John Michael Higgins que, na pele de um locutor de rádio, passa o filme inteiro fazendo comentários machistas sobre as Bellas. E que funcionam, justamente pelo fato de ele ser claramente uma caricatura do republicano médio, que apenas não descobriu ainda o momento de sair do armário. Repleta de referências culturais musicais, a obra chega para mostrar que ainda há espaço para as comédias bobas. Mas desde que elas divirtam em seu percurso. O que fará com que deixemos de lado, inclusive, as eventuais obviedades tão tradicionais em comédias do estilo.

Nota: 7,0


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