segunda-feira, 27 de julho de 2015

Novidades em DVD - Sem Direito a Resgate

De: Daniel Schechter. Com Jennifer Aniston, Tim Robbins, Yasinn Bey, John Hawkes, Isla Fisher e Will Forte. Comédia / Policial, EUA, 2015, 100 minutos.

Sendo bastante generoso na análise é possível dizer que esse Sem Direito a Resgate (Life of Crime), recém chegado lançamento em DVD do diretor estreante Daniel Schechter, faz lembrar bastante as comédias malucas dos Irmãos Coen - casos de Queime Depois de Ler, Matadores de Velhinhas e, especialmente, Fargo. Isso pela quantidade de personagens absolutamente sem-noção, a que somos apresentados na película. Na trama, Jennifer Aniston - bem distante das caras e bocas que faz nas comédias convencionais - é a socialite Mickey Dawson, que é sequestrada pela dupla Ordell (Yassin Bey, aliás, o novo nome artístico do ator Mos Def) e Louis (o sempre ótimo John Hawkes), com o objetivo de fazer com que o seu marido, o ricaço Frank Dawson (Tim Robbins) pague US$ 1 milhão pelo resgate da "patroa".

O problema - e é nesse ponto que os sequestradores erram completamente o pulo - é que o casamento de Frank e Mickey já não andava lá aquelas coisas, não parecendo ser algo tão urgente para o marido, a negociação para ter a esposa de volta. Ao contrário, em viagem à Europa, Frank encontra a amante (a bela Isla Fisher) justamente para anunciar a ela a pretensão de dar encaminhamento a papelada para o divórcio. Dado esse contexto, como negociar para que ninguém saia perdendo? A situação inesperada e os dias que passam sem uma solução para o caso, fazem com que os bandidos bolem algumas estratégias para (tentar) sensibilizar Frank. Mas nada que soe muito efetivo, dada a inexperiência da dupla que, não querendo prejudicar Mickey, também fica sem saber o quê exatamente fazer com ela.



O resultado dessa convivência forçada entre sequestradores e vítima, faz com Louis e Mickey se aproximem, estabelecendo uma curiosa "amizade". Ao passo que o terceiro braço do grupo de bandidos, o nazista (com direito a foto de Hitler na parede e tudo) Richard Monk (Mark Boone Junior) - aquele tipo de sujeito que acredita que tudo se resolve na base da bala, ainda que seja em nome de Deus -, se mostra bastante desconfortável com a situação. Ainda que a trama seja divertida, curiosa e renda boas cenas, é preciso que se se diga que parece faltar na obra de Schechter, justamente uma pegada de "irmão Coen". Sabe-se que esse tipo de comparativo dificilmente aponta para uma solução definitiva, mas aquilo que nos filmes dos famosos irmãos é nonsense ou absurdo, nesta película é apenas enfado - e até o muito citado "surpreendente" final, acaba soando meio deslocado.

Evidentemente a obra tem virtudes. O elenco, primoroso, se esforça para entregar o melhor de si nas interpretações, ainda que estejam diante de um material apenas médio. John Hawkes, como sempre é o destaque e, com seu estilo sempre cativante, faz com que torçamos para que ele se saia bem. Robbins, Aniston, Fisher e os demais fazem o básico do básico, sem muito esforços. O único que parece realmente deslocado é o talentosíssimo Will Forte, que interpreta um candidato a amante de Mickey, que acaba flagrando os bandidos em ação. E que pouco pode fazer na solução do caso. As cenas dos bandidos aguardando os noticiários da noite (e se frustrando!) pra ver se algo sobre o sequestro sai na mídia, são engraçadas e a recriação dos anos 70 é correta (ainda que o figurino pouco ajude). Mas acaba sendo insuficiente, no conjunto da obra.

Nota: 6,0


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