sexta-feira, 24 de julho de 2015

4 Considerações Sobre o Show Acústico Sucateiro da Banda Apanhador Só

Antes de mais nada, é preciso elogiar a iniciativa do professor - e publicitário e músico e pai de família - Rodrigo Brod, por ter tido a sacada de trazer para Lajeado, pela primeira vez, o show Acústico Sucateiro, parte da turnê nacional Na Sala de Estar, da banda gaúcha Apanhador Só. A ideia surgiu no período em que o grupo levantava grana por meio de financiamento coletivo - no site Catarse -, para a realização da turnê e para a gravação de um novo álbum, algo que deverá ter início entre o final de 2016 e o começo de 2017. Ter uma apresentação exclusiva, em tom intimista, era uma das dezenas de recompensas bacanas que a banda de Alexandre Kumpinski e companhia estava oferecendo, para quem colaborasse no projeto. E por um preço, vamos combinar, que é quase uma piada: R$ 750 por duas horas de apresentação, de diversão, de bate-papo descontraído, de um clima leve e pra cima.

Como forma de viabilizar o evento, Mestre Brod - e sua fiel escudeira Fernanda, não esqueçamos - convocou cerca de 30 amigos que, ele sabia, poderiam abraçar essa nobre causa. De preferência aqueles identificados com o som dos caras, conhecidíssimos em qualquer canto do Estado pelos hits (!) Líquido Preto e Nescafé. Foi o que aconteceu. Pra sorte, nós, do Picanha, estávamos entre os selecionados - o amigo Henrique, que foi quem me apresentou o trabalho da Apanhador, evidentemente, também estava presente. E agora, com esse nosso pequeno Top 5, a gente relata um pouco do que foi essa magnífica noite. (Em tempo, a banda Apanhador Só fará apresentação no dia 11 de agosto, na Univates, a princípio apenas para estudantes da Instituição de ensino. A princípio, já que a ideia é botar uma pressão pra que esse evento seja aberto ao público em geral)




1) Os caras são uma simpatia sem fim. Antes da chegada deles à casa do Rodrigo, o sentimento de muitos - especialmente daqueles não tão familiarizados, eu, entre eles - era o de bah, como será que eles são?, vão chegar aqui, vão passar reto e vão direto tocar?, vão conversar? cumprimentar? vão ser rockstar do nariz empinado ou pessoas simples? Pois a banda chegou, colocou os instrumentos e equipamentos no lugar e passou por TODAS AS PESSOAS do ambiente, cumprimentado-as uma a uma. Agradecendo por estar ali. Ouvindo, conversando. Se mostrando genuinamente interessados  com as histórias de cada um. Tudo isso só serviu para aumentar o sentimento positivo em relação ao que seria a noite (início da madrugada).

2) Repertório na humildade. A abertura com a ótima e animada Prédio - não é o prédio que táááá caindo - serviu apenas para apresentar a banda, a proposta, o tipo de sonoridade que embasaria o espetáculo. A partir daí, a ideia era tocar somente aquilo que o pessoal pedia. Nescafé gritou alguém do fundo. Rota mencionou outro. Cartão Postal sugeriu mais alguém. E assim a noite foi avançando, com o quarteto executando prontamente tudo aquilo que era solicitado. Quando se esgotaram todas as canções possíveis, houve tempo para um bis com dois repetecos. E, para meu gosto, um dos momentos mais legais foi Vila do Meio Dia, pela possibilidade de todo o povo acompanhar os animadíssimos laialaialaiás!

3) Interação com o público. Além da generosidade em relação ao repertório, a banda ainda teve disposição para responder perguntas feitas pelos fãs, independentemente do grau de elaboração de cada questionamento. Kumpinski até fez um elogio a relativa "profundidade" de algumas perguntas, brincando com o fato de ser muito melhor atender a esse tipo de dúvida mais natural e não apenas aquelas pautadas por alguma eventual pesquisa no Google. A respeito da interação, a canção Nado rendeu um dos momentos mais divertidos - e caóticos, claro! - com o público auxiliando (ou seria atrapalhando?) a banda com os instrumentos.

4) A propósito dos instrumentos desse formato, eles são um espetáculo a parte - com o perdão do redundante lugar-comum. A inevitável roda de triciclo, panela velha, apito, ralador de queijo, pianinho e brinquedo, conduítes elétricos e toda a sorte de utensílios domésticos ou badulaques que possam gerar alguma sonoridade inventiva, mas útil no contexto, foram utilizadas. O mais impressionante foi o fato de, mesmo tocando nesse formato, conseguir repetir fielmente aquilo que os fãs estão acostumados a ouvir nos álbuns. A canção Lá em Casa tá Pegando Fogo - com os músicos divertindo a plateia ao ir tocar junto a escada que dá acesso ao segundo andar da casa, por conta de um favorável reverb -, por exemplo, ficou absolutamente igual. E isso que é ela cheia de elementos.

Enfim, uma noite que certamente ficará marcada para todos os que estiveram lá. Por esses e por mais tantos motivos!

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