segunda-feira, 13 de julho de 2015

Especial Dia Mundial do Rock - 10 Discos Internacionais Fundamentais dos Anos 2000

Quem acompanha o Picanha de perto, sabe: o Rock and Roll (com letra maiúscula, claro!) faz parte das nossas vidas! Seja nas resenhas de discos que aparecem por aqui semanalmente, ou em outros quadros do site como Lado B Classe A, Pra Ouvir, ou mesmo em listas, como esta. Sendo assim, não poderíamos deixar passar em branco uma data tão importante para todos nós que crescemos escutando Beatles, Rolling Stones, Bob Dylan, Led Zepellin, The Doors, The Who, Kiss, AC/DC, Pink Floyd, Ramones, Guns N' Roses e Nirvana. Esses e outros tantos representantes fundamentais para o gênero.

Na nossa listinha a gente salta um pouco no tempo, para listar os 10 Discos Internacionais Fundamentais dos Anos 2000. É a nossa humilde maneira de celebrar a data. Você, leitor, verá que muitos dos álbuns ali listados fizeram (e fazem até hoje), parte de suas vidas. A Nossa ideia é recordar um pouco esse passado recente. Sem perder o apreço por todos aqueles que iniciaram essa história - casos de Bill Haley, Little Richard e Elvis Presley. Veja se você concorda conosco! E, concordando ou não, fica o convite para usar o espaço dos comentários, para falar dos trabalhos mais impactantes do Rock and Roll do novo milênio. Isso, porque vale lembrar: o rock não morreu. Ao contrário. Segue vivíssimo!

10) Foo Fighters - Wasting Light (2011): a carismática banda de Dave Grohl pode até dividir a crítica, que costuma relegá-la ao segundo escalão, quando o assunto é qualidade. Mas existe algo na aura dos americanos, que os torna tão magnéticos na sua relação com é o público: a capacidade de fazer rock and roll bem tocado, direto ao ponto, equilibrando na medida certa as distorções da guitarra com os ganchos pop. O trabalho anterior do quarteto - o irregular Echoes, Silence, Patience & Grace - era bem mais ou menos. Wasting Light, com seu peso sedutor, amparado por petardos como, Bridge Burning, Rope, These Days e Arlandria, representa uma espécie de retorno explosivo as origens. Para a alegria dos fãs.



9) Amy Winehouse - Back to Black (2006): a cantora e compositora britânica tinha uma atitude tão rock and roll, mas tão rock and roll, que foi encontrada morta em seu apartamento, em 2011, aos 27 anos, por conta de uma intoxicação alcoólica. Vinte e sete anos - a famosa data maldita que também levou outros artistas como Jim Morrison, Jimi Hendrix e Kurt Cobain. A breve carreira foi suficiente para que Amy, com sua voz ao mesmo tempo aveludada e potente, entregasse um álbum repleto de jazz, soul e R&B, a moda dos grupos dos anos 60 que faziam parte da gravadora Motown. O trabalho ficou mundialmente conhecido pelo hit Rehab. Mas foi em outras canções, como You Know I'm No Good, Back to Black e Tears Dry on Their Own, que Amy mostrou seu verdadeiro potencial.


8) Interpol - Turn on the Bright Lights (2002): a última década foi privilegiada em termos de estreias matadoras - aliás, essa lista chega a comprovar isso. Mas poucas foram tão aclamadas quanto a do primeiro trabalho do grupo de Paul Banks e companhia. Recheado por emanações sombrias e letras existencialistas, o álbum fez a festa dos alternativos do início do milênio passado, que dançavam as canções em inferninhos, conversando entre si sobre as semelhanças entre o Interpol e grupos oitentistas como The Smiths e Joy Division. Amargo e melancólico, muito por conta do sensacional serviço do baixista Carlos Dengler, o disco é figurinha tradicional em listas de melhores desse milênio. E músicas como NYC e PDA permanecem no coração dos fãs.



7) Arctic Monkeys - AM (2013): o grupo de Alex Turner não apenas sobreviveu a síndrome do primeiro disco - o elogiado Whatever People Say I Am, That's What I'm Not, lançado num agora longínquo 2006 - como torna cada novo trabalho o preferido instantâneo de críticas e fãs. O disco mais recente condensou tudo o que de melhor a banda pode fazer em relação a sonoridade sessentista, habitualmente adotada pelos britânicos, como ainda ampliou suas possibilidades, trazendo ao álbum um verniz moderno, capaz de dialogar com tudo o que se está fazendo atualmente, no mundo da música. De quebra o trabalho ainda possui alguns dos melhores hits do quarteto, casos de Do I Wanna Know?, R U Mine?, One For the Road e Why'd You Only Call Me When You're High?



6) Wilco - Yankee Hotel Foxtrot  (2002): a história do lançamento desse disco é ótima e já foi contada, na íntegra, nesse post do blogue. Quando o Wilco entregou as canções do trabalho, o quarto da banda, para os representantes da Warner/Reprise, os executivos fizeram pouco caso e resolveram abandonar o grupo. O álbum era influenciado por discos como Third/Sister Lovers, do Big Star, e Blood on the Tracks, de Bob Dylan, sendo um registro triste, desesperançoso, de sonoridade experimental e um tanto desafiadora. E muito pessoal. Com todo esse contexto, a alternativa foi lançar o material pela internet. O sucesso de público e crítica fez com que a gravadora voltasse atrás, comprando de volta os direitos. Numa bela ironia do destino.


5) Arcade Fire - Funeral (2004): lembro até hoje de um episódio do ano de 2005. Aguardávamos o show do Strokes, no Pepsi On Stage, quando iniciou a apresentação de abertura. Uma banda canadense da qual eu pouco tinha ouvido falar. E que, na real, somente mais tarde fui entender a importância e o impacto do que via. A produção era primorosa. O clima era soturno, um tanto experimental. O instrumental era executado com uma técnica impecável. E não contava apenas com guitarra, baixo e bateria, como é a tradição dos grupos de rock. Havia muitos integrantes e espaço para violino, teclado, acordeão, harpa. O rock do Arcade Fire, que tinha por base as canções do seu disco de estreia, era apresentado à Porto Alegre. E o mundo ganhava a sua nova banda favorita.


4) White Stripes - White Blood Cell (2001): o White Stripes surgiu para o mundo um pouco antes do The Strokes, carregando consigo uma diferença: o rock de Jack e Meg White, que utilizava apenas guitarra e bateria, era ainda mais cru, direto, garageiro e sem firulas do que o da banda capitaneada por Julian Casablancas. E não era só pelo instrumental, que a dupla começava a ganhar pontos com os fãs do bom e velho rock and roll. As letras sacanas e perspicazes, eram recheados de reflexões cínicas sobre o cotidiano, como no caso do primeiro single, Feel In Love With a Girl, que, com seu clipe colorido e clima dançante, versava sobre as diferenças entre o cérebro de um homem e o de uma mulher. Toda essa inspiração contribuiu para dar novo fôlego ao estilo, no início da década passada.


3) Queens of the Stone Age - Songs for the Deaf (2002): escolher um disco, entre os tantos trabalhos espetaculares lançados pela banda de Josh Homme e companhia, pra figurar na nossa listinha, não é tarefa fácil. Songs for the Deaf talvez seja o mais experimental de todos, com suas vinhetas, canções curtas e barulhinhos diversos. Mas se engana quem pensa que o trabalho é só invencionice: com um petardo atrás do outro, os americanos acrescentaram ainda mais peso as suas canções, estabelecendo diálogo com o hard rock, sem deixar de conquistar o público. Por conta de gemas roqueiras como No One Knows, First It Giveth e Go With the Flow, o quinteto chegou a ser chamado, por algumas publicações, de "salvação do rock". Status que se mantém até hoje.



2) The Strokes - Is This It (2001): desde a estreia de Nevermind, do Nirvana, no início dos anos 90, que os fãs do bom e velho rock and roll se ressentiam da ausência de uma banda pra chamar de sua. Grupos como Metallica, Red Hot Chilli Pepers e U2 - além dos remanescentes do Nü Metal - lançavam trabalhos periódicos e bons. Mas não causavam tanta comoção. Fazia falta aquele som que te fizesse pular do sofá da sala, berrar, tocar air guitar. Foi o que ocorre com o retumbante lançamento desse primeiro trabalho dos nova-iorquinos. Desde os acordes iniciais de Is This It, até o final, com Take It Or Live It, o trabalho é puro rock sujo, de garagem, capaz de trazer de volta, instantaneamente, a efervescência dos anos 70, das roupas de brechó, dos all star surrados. Enfim, o rock vive.


1) Radiohead - Kid A (2000): talvez os fãs do rock mais convencional até estranhem a presença da banda de Thom Yorke nessa lista. Ainda mais em primeiro lugar! Mas é preciso que se analise esse álbum, um dos mais inventivos do último século, em seu contexto: o grupo tinha lançado, em 1997, Ok Computer, elogiadíssimo disco de transição, que misturava rock e música eletrônica, falando sobre invasões alienígenas, dominação tecnológica e medo da morte, num caldeirão sonoro e de referências que elevou o quinteto a um outro patamar. Quando todo mundo achava ser impossível superar a si próprios, Thom e companhia surgem com Kid A, disco etéreo, controverso, por vezes sinistro e introspectivo. Quase sem letras e sem guitarras, recheado de uma sonoridade iconoclasta, tensa, vertiginosa. Atitude mais rock and roll, desculpem os puristas, era impossível.



Nenhum comentário:

Postar um comentário