quarta-feira, 29 de julho de 2015

Cinema - Pixels

De: Chris Columbus. Com Adam Sandlerm Michelle Monagham, Kevin James e Peter Dinklage. Ficção Científica / Ação / Comédia / Aventura, 2015, EUA, 106 minutos.

A premissa do recém lançado Pixels (Pixels), não poderia ser mais divertida: uma raça alienígena resolve invadir a terra utilizando monstros digitais, tendo por base videogames clássicos dos anos 80 - como Atari 2600 ou CCE. Ou seja, de uma hora para a outra, os seres humanos passam a ser perseguidos pelas pequenas naves do game Space Invaders, pelo gorila do Donkey Kong, ou mesmo por versões gigantes do Pac Man que, com sua habitual voracidade, atropelam (ou comem) tudo aquilo que veem pela frente. Isso ocorre pelo fato de a Nasa - sempre ela! -, ainda nos anos 80, enviar para os satélites dispostos no espaço, uma série de imagens e sons do que seria a cultura daquela época, com o objetivo de estabelecer algum contato. Um contato amistoso, claro, algo que acaba sendo mal interpretado pelos aliens que recebem a mensagem.

Na realidade o filme, dirigido por Chris Columbus - que, poucos, lembram, mas foi o responsável por ótimas comédias como Uma Babá Quase Perfeita e Esqueceram de Mim - inicia nos anos 80, mais especificamente em uma casa de jogos de fliperama, algo que era tradicional na época. Entre audições de Tears for Fears e brincadeiras de pogobol, a gurizada disputava batalhas entre si, para ver quem era o melhor jogador de videogame. Numa dessas competições, o jovem Sam Brenner (que na vida adulta será vivido pelo Adam Sandler) perde para Eddie Plant (Peter Dinklage, em divertido papel). Um salto no tempo nos mostrará um Brenner que, nos dias atuais, trabalha instalando equipamentos eletrônicos e um Eddie Plant preso por falcatruas envolvendo a invasão hacker de sistemas de grandes organizações.



Mas será justamente desses dois losers, aliados ainda a um terceiro, o nerd Ludlow Lamonsoff (o hilário Josh Gad), que o governo americano precisará, diante da "terrível ameaça" que se estabelece. Brenner é amigo do presidente (interpretado por um caricato Kevin James), o que facilita a negociação para que os nerds tomem a frente da batalha contra o mal. Ainda que a tenente-coronel Van Patten (Michelle Monagham), fique meio contrariada - o que só será pretexto para uma futura aproximação entre o casal de protagonistas. O filme não perde tempo com grandes explicações científicas sobre o tipo de armamento que deve ser usado para aniquilar os inimigos ou sobre qualquer eventual complexidade em sua construção, dado o pouco tempo, partindo direto para as batalhas (são cinco no total), para o deleite do público.

Aliás, aí reside o maior ponto positivo da película - que certamente fará sucesso em futuras sessões da tarde: as cenas de ação são espetaculares, sendo a batalha dentro do jogo Centipede (o da centopeia), uma das mais legais. Ainda que a cena da grande invasão da cidade seja meio confusa , especialmente para quem fica ansioso para identificar quais são os personagens dos jogos que aparecem, o resultado geral é muito satisfatório. A obra tem boas piadas - o treinamento de Ludlow com os soldados é engraçadíssima - e peca, curiosamente, pelos excessos românticos no terço final. Ah, e também não é recomendado esperar grandes arroubos criativos do roteiro. A maior criatividade está na recriação da época ou mesmo nas soluções para as interações entre as peças de cada jogo com os elementos da vida real - a cena do Tetris, nesse sentido, é marcante. Para os saudosistas de plantão, valerá cada segundo.

Nota: 6,5


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