E ainda que os temas possam soar mais sérios, isso não significa necessariamente um aceno à melancolia. Mesmo em letras poeticamente reflexivas, como no caso do divertido single Gentrificação (Onde havia uma oficina, abriram um brechó / O restaurante estrelado já foi casa de uma avó / A costureira, a manicure, o armazém e o chaveiro / Viraram um prédio, ocupa o quarteirão inteiro), há um aceno para certo deboche, que se estende para a sonoridade que, o tempo todo, estabelece diálogo com o power pop, com a surf music dos anos 60 e com a Jovem Guarda. Com duas metades bem delimitadas, o álbum insere o ouvinte em crônicas cotidianas, relacionamentos complexos e dores da vida adulta na primeira parte, para avançar para discussões políticas e sociais em seu lado B - o que fica claro a partir da trinca What U Want, Como É Que Pode (uma das melhores do álbum) e Bala. Talvez melhor disco do Garotas Suecas? Vocês decidem.
Nota: 9,0
Nenhum comentário:
Postar um comentário