segunda-feira, 21 de janeiro de 2019

Cinema - WiFi Ralph: Quebrando a Internet (Ralph Breaks The Internet)

De: Rich Moore e Phil Johnston. Com John C. Reilly, Sarah Silverman, Gal Gadot, Taraji P. Henson e Ed O'Neill. Animação, EUA, 2018, 113 minutos.

Desde a conclusão de Detona Ralph (2012), a "vida" está mais do que tranquila para a improvável dupla Ralph (John C. Reilly) e Vanellope (Sarah Silverman). Em meio a rotina de trabalho nos games em que ambos atuam, um sentimento de tédio que só é quebrado quando um cabo de internet é adicionado ao emaranhado de fios do fliperama que permite a existência das personagens. Só que na intenção de dar uma modificada no cenário do adocicado e multicolorido jogo de corrida Sugar Rush (que tem Vanellope como umas corredoras), Ralph acaba fazendo com que a jovem que está jogando o game quebre o manche do Arcade. Fliperama é um troço bastante anos 80 e a dificuldade em se conseguir a peça que mantenha viva a engenhoca será o preâmbulo para um sem fim de novas aventuras em WiFi Ralph: Quebrando a Internet (Ralph Breaks The Internet).

Parece complicado de entender, mas no universo de mais esta espetacular animação, não é. Tudo não passa de uma desculpa esfarrapada para que Ralph e Vanellope "entrem" na internet, tentando encontrar de toda forma o eBay - onde a peça está sendo comercializada num lance inicial de 200 dólares. Um equívoco faz com que o preço do objeto aumente exponencialmente, o que faz com que a dupla invista em outras alternativas - como os cliques em pop ups que prometem ganhar dinheiro jogando videogame ou mesmo no universo dos vídeos virais. Esta última alternativa lhes possibilitará conhecer Yesss (Traji P. Henson), espécie de "curadora" de um site de vídeos chamado BuzzzTube, que lhes auxiliará na produção de memes que poderão render cliques, fama e, consequentemente, o dinheiro necessário para a compra do manche do Sugar Crush.


Muito mais do que a busca pelo objeto em si, o filme de Rich Moore e Phil Johnston tem uma mensagem poderosa sobre amizade e respeito às diferenças (e as decisões que tomamos na vida). Quando Vanellope entra no universo sombrio do game Slaughter Race - comandado pela anti-heroína Shank (Gal Gadot), a menina percebe que talvez o universo de Sugar Crush já não lhe seja mais suficiente. E a dificuldade de Ralph em compreender essa mudança de comportamento, resultará em algumas das mais comoventes sequências. "As pessoas mudam. Os amigos mudam". E o filme se esforça em fazer com que os pequenos que assistem à divertida obra, compreendam isso. Ralph e Vanellope saem juntos com o mesmo objetivo, mas ao final talvez trilhem caminhos diferentes. O que não significa que eles deixarão de se gostar.

Sim, o filme pode até soar eventualmente infantil - muitas vezes o excesso de cores quase nos deixa tontos -, mas, como é de praxe em projetos dessa natureza, há um sem fim de boas piadas que agradarão também os adultos. O momento em que Ralph encontra o "setor de comentários" dos vídeos que está fazendo ou mesmo a composição absurdamente sombria da Deep Web (e de um certo vilão do terço final) serão daqueles de fazer sorrir e se assustar ao mesmo tempo. O mesmo vale para a mensagem sobre gênero no cinema e, certamente, nunca vimos as princesas da Disney tão à vontade como neste filme! Piadas sobre os pelos no corpo do Zangief ou sobre as dificuldades em se criar 15 filhos também estarão espalhadas, aqui e ali, levando o projeto ao para o limite entre a diversão e a reflexão. Sim, não vai mudar o mundo mas é bacana de assistir.

Nota: 7,5

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