De: Shawn Levy. Com Ryan Reynolds, Jodie Comer, Joe Keery e Taika Waititi. Ação / Aventura / Comédia / Ficção Científica, EUA / Canadá, 2021, 115 minutos.
Na trama Ryan Reynolds é Guy, um sujeitinho de vida ordinária que trabalha em um banco, repetindo a sua rotina cheia de banalidades dia após dia. Quer dizer, "trabalha em um banco" é uma forma de dizer, já que Guy - também conhecido como o "cara da camisa azul" -, é um personagem secundário de um jogo de aventura ultrarrealista chamado Free City. Sim, enquanto o pau TORA naquele ambiente - com perseguições alucinantes, explosões, crimes, agressões e outros - Guy apenas caminha até o seu emprego, pede um café, cumprimenta amavelmente as pessoas (como uma espécie de Jim Carrey em O Show de Truman do ambiente virtual). O protagonista, na realidade, é aquilo que se conhece no universo desses jogos como Non-Player Character (ou Personagem Não Jogável). São aqueles que não podem ser controlados mas fazem parte do contexto e interagem de outras formas.
Bom, só que não demora muito para Guy cansar daquilo que ele faz todos os dias. E o "gatilho" para que ele burle o código que está programado pra ele envolve a jogadora Millie (Jodie Comer, a maravilhosa Villanelle da série Killing Eve) que, no ambiente virtual utiliza o nome de Molotov Girl - e, na real, Guy se apaixona por ela. Completando o trio de protagonistas, temos o programador Keys (Joe Keery), que trabalha para a empresa que produz Free City - e que está movendo uma ação contra Antwan (Taika Waititi) a quem acusa de ter roubado os códigos-fonte do game para benefício próprio. Pode parecer embaralhado de compreender, mas tudo vai se conectando direitinho quando Guy se aproxima da Molotov Girl, com ambos percebendo que a chave para solucionar o mistério pode estar dentro do ambiente do próprio jogo.
Recheado de boas piadas, o filme dirigido por Shawn Levy é um prato cheio pra quem gosta de cultura pop, com as referências aparecendo aos montes (algumas até de forma imprevisível). Já o Ryan Reynolds não poderia estar mais à vontade no papel de um sujeito comum (até meio panaca às vezes), mas que se converterá no heroi involuntário que será necessário pra salvar o universo em que não apenas ele, mas todos os NPCs vivem. O mesmo vale para os movimentos de câmera e corporais, além do desenho de produção, que emulam de forma perfeita o ambiente de um jogo de videogame virtual. É tudo bem conectado até para que se evoque o sentimento de nostalgia nos mais veteranos e de associação direta para a geração Playstation. Ah, rolou uma indicaçãozinha ao Oscar para Efeitos Visuais. E que me parece ser justa, convenhamos.
Nota: 7,5
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