Um curta de apenas 22 minutos que nos permite depreender muito do contexto político, social, cultural e até religioso de um País - no caso o Afeganistão -, a partir de um recorte íntimo da vida de uma família. Esse é o caso de Três Canções Para Benazir (Three Songs for Benazir) - um dos integrantes da pré-lista do Oscar na categoria Documentário em Curta Metragem e que está disponível na Netflix. Na trama, acompanhamos parte da rotina do jovem Shaista, um homem pobre, morador de um campo de refugiados de Cabul que, recém-casado, tenta ganhar a vida vendendo tijolos.
Sem muitas perspectivas, o rapaz acredita poder dar um melhor futuro pra esposa e pro filho, se alistando no exército - o que gera um conflito com o seu pai, que teme as eventuais represálias não apenas do Estado, mas também do talibã. A alternativa acaba sendo o trabalho na lavoura de papoula - uma tradição do País asiático -, com consequências desastrosas. Naturalista, melancólico, árido, o filme de Elizabeth Mirzaei mostra um contexto que evidencia o caráter desalentador da rotina afegã e de sua população, que convive com a miséria e com o desemprego. Dolorido é pouco.
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