sexta-feira, 17 de julho de 2020

Nove Filmes com Finais de Explodir a Cabeça!

Hoje em dia já não é mais tão comum, mas em meados dos anos 90 e começo dos anos 2000 o cinema foi pródigo em produzir bons filmes que, como cereja do bolo, ainda contavam com aquele final surpreendente, de EXPLODIR a cabeça! E, vamos combinar, a sensação de ser enganado por algum plot twist inteligente, fruto de alguma montagem cinematográfica bem feita, é realmente gloriosa! Nessa pequena relação, a gente relembra alguns desses casos em que o queixo ficou lá no chão - aquele instante em que a gente ficou imóvel na cadeira do cinema, paralisado com aquilo que tínhamos assistido. Mais ou menos o que aconteceu como quando Darth Vader revelou ser o pai de Luke Skywalker no inesquecível Star Wars, Episódio V - que completa 40 anos de seu lançamento na próxima semana!

#1 O Sexto Sentido (1999)


É simplesmente impossível fazer uma lista de obras com finais surpreendentes e não citar o filme que tornou o diretor indiano M. Night Shyamalan conhecido. Na trama, Bruce Willis é o psicólogo infantil Malcolm Crowe que, ao mesmo tempo em que tenta se recuperar do trauma de ter visto um paciente se matar na sua frente, atende um menininho introspectivo, que garante ver "gente morta" (papel de Haley Joel Osment). Sério, eu tinha apenas 18 anos quando vi o filme no cinema e jamais esqueci a reação da plateia - uma espécie de OHH!! generalizado -, quando da sequência em que a grande revelação do filme vem à tona! E o que acho mais divertido: são tantas as pistas dadas no decorrer da obra a respeito da natureza daquilo que estamos assistindo, que a experiência de ter sido enganado se torna ainda melhor. É insuperável.


#2 Psicose (1960)


De alguma forma, é possível afirmar que Alfred Hitchcock inaugurou o formato que adotava o plot twist no cinema - sendo Um Corpo Que Cai (1958) um dos exemplos mais marcantes. Mas foi com Psicose que ele aperfeiçoou esse procedimento, com uma trama tão engenhosa que, quando a surpresa final vem à tona, os butiás não apenas caem do bolso, como rolam tão longe que vão parar na rua de baixo. A história da secretária (Janet Leigh) que rouba o patrão e, em fuga, acaba parando num hotel de beira de estrada após uma tempestade, é bem conhecida. No local - o famoso Bates Motel - ela é atendida por um jovem excêntrico e atencioso (Anthony Perkins), que parece nutrir uma relação de amor e ódio com a sua mãe. Não bastasse a narrativa densa e cheia de possibilidades, o ato final, assustador e poético em igual medida, é daqueles pra ficar para sempre na memória.


#3 Seven: Os Sete Crimes Capitais (1995)


Aqui, a surpresa maior está na engenhosidade generalizada da narrativa. Na trama há um assassino lunático tocando o terror com uma metodologia bastante curiosa: mata suas vítimas tomando por base os crimes capitais. Para tentar desvendar o mistério, são designados dois delegados de personalidades completamente distintas - vividos por Morgan Freeman e Brad Pitt. A investigação avança sem muito sucesso, até o instante em que, inexplicavelmente, o criminoso se entrega. O estranhamento quanto ao ato vai ser só um detalhe que nos conduzirá a inesquecível "cena da caixa", que resultará em um dos desfechos mais explodidores de cabeças da história. Sim, a surpresa final é ótima, mas o filme é todo bom: tecnicamente bem conduzido, cheio de nuances, que se mesclam com uma construção quase sufocante do suspense. Ninguém sai igual depois da experiência de assistir Seven. Vale demais.


#4 As Duas Faces de Um Crime (1996)


Um padre morre num assassinato misterioso e brutal e o principal suspeito é um coroinha de fala mansa e modos contidos (Edward Norton). Tudo leva a crer que ele é o responsável pelo crime: em suas roupas, após ser capturado, há sangue da vítima e indícios de que ele realmente estava na casa paroquial (estaria lá para devolver um livro). Mas um advogado de defesa (Richard Gere) acredita na inocência do jovem. Há motivos para isso: a diocese estaria envolvida em um esquema de compra e venda de imóveis que fez gente grande da cidade perder muito dinheiro. Há também outros coroinhas que poderiam ter lá os seus motivos. E o próprio suspeito parece sofrer de um severo transtorno de personalidade - na condição de doente, talvez tivesse cometido o delito. Ou não. A obra não te deixa piscar, é conduzida com elegância e senso de humor e o desfecho é simplesmente arrebatador.


#5 Jogos Mortais (2004)


Justiça seja feita ao primeiro Jogos Mortais: é um ótimo terror! E continua sendo, mais de quinze anos depois de seu lançamento. Um vilão instigante (que usa um palhaço como interlocutor), uma trama engenhosa que ainda nos faz refletir sobre comportamento, medos, vida e morte. Boas sequências de tensão e de ação e aquele final, claro, pra nos deixar com o queixo lá no umbigo! Vocês lembram da história: dois homens "acordam" num banheiro fétido, presos por correntes e precisam resolver uma espécie de enigma pra tentar sair daquele lugar. Em paralelo a polícia investiga algumas pistas, enquanto tenta compreender os motivos para tantas mortes complexas, fruto de jogos macabros. O desespero vai aumentando quando a família de um dos protagonistas é capturada. A conclusão embasbacante ninguém jamais esqueceu! E fez o gancho para uma série de sequências absolutamente dispensáveis.


#6 Ilha do Medo (2010)


Ilha do Medo não costuma figurar no panteão das grandes obras de Martin Scorsese, mas pra mim ela segue no Top 5. É um filme absurdamente engenhoso, com um roteiro imprevisível - daqueles que, ao final, te deixa umas três horas paralisado no sofá, com uma vontade absurda de ver tudo de novo! A trama volta para o começo dos anos 50, onde uma dupla de agentes federais - Leonardo DiCaprio e Mark Rufallo - é designada para investigar o desaparecimento de uma assassina que estava hospitalizada. Tudo é muito misterioso, o que é fortalecido pela ambientação evocativa, resultado de uma fotografia soturna e de um excelente desenho de produção. O que amplia a sensação de claustrofobia. A verdade sobre tudo virá à tona mais tarde, depois que os dois ficarem presos na tal Shutter Island, por causa de um furacão. E a gente constatará que nada era como imaginávamos.


#7 Clube da Luta (1999)


Mais um filme do David Fincher na lista, porque o cara gosta dessa "brincadeira" da surpresa final - além de Seven, já citado nesse post, poderia muito bem entrar na lista o Vidas em Jogo (1997) e até o recente Garota Exemplar (2014). Só que Clube da Luta não é só explosão de cabeça: é um filmaço que discute temas, como, sociedade de consumo, paranoias generalizadas, tecnologia, violência urbana e propaganda (mais precisamente as mensagens subliminares), entre outros. Na trama um sujeito que sofre de insônia (Edward Norton) conhece um carismático vendedor de sabonete (Brad Pitt) que o apresenta a uma espécie de clube em que o ímpeto primitivo para a agressão é canalizado por meio de uma "terapia" bastante alternativa. A obra avança até a acachapante sequência final, ao som de Where Is My Mind? do Pixies. Antes disso, uma das maiores revelações da história do cinema é feita - momento em que o cu cai da bunda.


#8 Os Outros (2001)


Vamos combinar que o filme de Alejandro Amenábar nos enganou direitinho, com uma trama que nos fazia acreditar o tempo todo que estávamos vendo uma coisa, que na realidade era bem outra. Mas o final com uma reviravolta de explosões múltiplas no cérebro é só um detalhe: a narrativa engenhosa, o clima de suspense (e até de terror) sufocante, a ambientação sinistra, tudo contribui para uma experiência completa. A trama volta para os tempos da Segunda Guerra Mundial, onde uma mulher (Nicole Kidman) se muda para um casarão isolado nos arredores da Ilha de Jersey, com seus dois filhos, enquanto espera o retorno do marido. Os filhos possuem uma estranha doença que os impede de receber luz solar (qualquer luz, na real), fazendo com que vivam permanentemente na escuridão. E, bom, a chegada de um grupo excêntrico de empregados ocorrerá ao mesmo tempo em que terão início alguns eventos de origem aparentemente sobrenatural. Prepare-se pra cair da cadeira!


#9 Os Suspeitos (1995)


Quem afinal de contas era Keyser Soze? Essa é a pergunta que permanece durante os pouco mais de 90 minutos desse ótimo drama, com uma daquelas reviravoltas de mandar a cabeça cinéfila para o espaço! Sim, hoje em dia esse twist é bastante popular e talvez o filme do diretor Bryan Singer tenha perdido um pouco de sua força, justamente porque quem ainda não assistiu a obra, vai vê-la já sabendo que ela é famosa pelo final. De qualquer forma é instigante. Surpreende também pelo efeito "twist do twist" que é quando a gente pensa que tudo já está resolvido, mas tinha ainda uma coisinha a mais rolando ali. A trama se desenrola com uma investigação após uma explosão em um cais de porto com muitas mortes e o desaparecimento de US$ 91 milhões, em um esquema envolvendo traficantes argentinos. Quem conta a rocambolesca história é um certo Verbal Kint, vivido por Kevin Spacey em inesquecível caracterização. A montagem é genial e, quando você perceber, já será tarde!

E pra vocês, quais as grandes reviravoltas da história? Escreva pra gente nos comentários!

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