quarta-feira, 30 de dezembro de 2020

15 Melhores Discos Nacionais de 2020 (+10 Menções Honrosas)

Nossa última listinha desse ano que se encerra é a dos discos nacionais e ela está um pouquinho menor, com os 15 Melhores Discos e mais 10 Menções Honrosas. Pode ter sido apenas uma impressão, mas me parece que a pandemia fez reduzir drasticamente o volume de lançamentos nesse turbulento e pandêmico 2020 - com muitos artistas se valendo da Lei Aldir Blanc como forma de apoio. Ainda assim tivemos muita coisa bacana chegando às plataformas de streaming e sendo divulgada na raça - em lives ou em outros projetos mais caseiros que viraram alternativa inclusive para que músicos, cantores e compositores pudessem se manter em um contexto de falta de shows e de contato direto com o público. As formas que podemos ajudar? Acessando o agregador e dando play nos discos. Por que aquela história de que não se faz mais música boa como antigamente é, isso, apenas história. A produção, ao contrário, nunca esteve tão democrática e fervilhante,como comprova a nossa relação.

Menções honrosas:

25) Daniela Mercury (Perfume)

24) Henrique Oliveira (Era Tudo o Mesmo)

23) Cícero (Cosmo)

22) Joana Queiroz (Tempo Sem Tempo)

21) Flora (A Emocionante Fraqueza dos Fortes)

20) Jonathan Tadeu (Intermitências)

19) Rashid (Tão Real)

18) Tatá Aeroplano (Delírios Líricos)

17) Letrux (Letrux aos Prantos)

16) Andrio Maquenzi (Contracorrente)

15) Silva (Cinco): O ano de 2020 já está na história como um dos piores de todos os tempos, mas alguns artistas fizeram questão de tentar nos dar aquela injeção de ânimo em meio a tanta desgraceira - e foi justamente este o caso do capixaba Silva. Dando continuidade a brasilidade desvairadamente romântica apresentada no ótimo Brasileiro (2018), aqui o compositor apresenta uma nova coleção de canções ensolaradas, cheias de refrões grudentos e de melodias vibrantes. Sutil e carinhoso o trabalho injeta, novamente, personalidade à MPB e a bossa nova, transformando canções como Sorriso de Agogô, Quimera e Quem Disse em verdadeiras homenagens ao estilo econômico que parte da voz e do violão para crescer em emanações envolventes e belas. "A primeira coisa que penso é que preciso cantar algo que me deixe em uma onda boa. A vida já é difícil. Precisamos dar conta de tudo, desde as nossas contas até nossas próprias loucuras", afirmou em entrevista ao site Tenho Mais Discos Que Amigos. Nesse sentido, a obra de Silva funciona como uma verdadeira válvula de escape, o que músicas graciosas e calmas como o hit Não Vai Ter Fim, comprovam já na primeira audição.

14) Vanessa Krongold (Singular): Ainda que seja cheio de personalidade, há um "quê" meio anos 90 no primeiro trabalho da vocalista da Ludov, que faz com que o ouvinte estabeleça um tipo de conexão quase imediata. Como se escutássemos uma mistura de Vange Leonel com Anjos do Hangar, a sensação de nostalgia nunca soa anacrônica ou deslocada de seu tempo - especialmente pelos arranjos modernos, que mesclam novos experimentos com sonoridades familiares. Gestado num período de quase cinco anos, o trabalho conta com nove faixas em que temas cotidianos, se mesclam com o universo das relações humanas, de amores materializados ou não e de sentimentos que nos definem como "seres sociais". "Esse é o tipo de conexão que eu gosto de estabelecer com quem ouve minhas músicas: exercitar sutilezas e estimular poesia no meio da rotina", destacou a artista em entrevista ao site Scream & Yell. Exemplo disso pode ser percebido na delicada e curvilínea Concreto (Insista nessa poesia / O que eu te ofereço / É concreto / Dou meu amor como garantia / E o meu coração /Por completo). Poesia pura.

13) Kikee (Transição): Eu particularmente gosto demais quando podemos colocar um amigo nosso nessa lista, e é esse o caso do nosso grande parceiro Kikee, que lançou seu disco de estreia nesses tempos pandêmicos. Intitulado Transição, o álbum apresenta uma coleção de canções que são resultado de quase dois anos de pesquisas e experimentações da música pop, latina e eletrônica contemporânea. Nesse sentido, o trabalho registra a progressão de uma sonoridade acústica para outra com batidas mais movimentadas, cheias de cor e de energia. "É um disco com canções sobre autoconhecimento, conflitos internos e reflexões sobre as relações e a sociedade", comenta o artista, que também é o responsável por toda a produção do registro e dos videoclipes que acompanham o lançamento. Nas letras, uma jornada de aprendizado e aceitação que estabelecem um diálogo com a vida e com as questões da atualidade, em meio a um coletivo de canções tão atmosféricas quando primaveris. Quem quiser, pode começar por Monóxido, Vampiro Emocional e Jardim. Uma trinca musical matadora que eleva Kikee à categoria dos grandes compositores da atualidade. 
 
12) Baco Exu do Blues (Não Tem Bacanal na Quarentena): "Ó só, ó só, ó só / Trabalhadores na rua / O Papa é pop, quarentena é pop / Cardi B fez mais que o presidente / Porra, amo o hip hop." Poucos discos foram tão representativos dos sentimentos conflitantes que nos invadiram ainda no começo da pandemia quanto este quarto álbum do rapper carioca. Lançado ainda no final de março, ensacaria o hip hop e o trap de letras urgentes e batidas urbanas hipnóticas, amenizando a ansiedade moderna a partir de um caleidoscópio de referências culturais que se mesclaria com os medos sobre algo que ainda era desconhecido. Tendo viralizado ainda no começo da expansão da doença que já matou mais de 200 mil pessoas no País, Cardi B é lembrada na ótima e autoexplicativa Amo Cardi B e Odeio Bozo. Mas tem mais: Preso em Casa Cheio de Tesão brinca com uma das angústias da quarentena ao passo que faz trocadilho perfeito com a "prisão", enquanto Tropa do Babu relembra um de nossos passatempos favoritos, ainda no começo de 2020: torcer pro paizão no BBB. Um álbum furioso, urgente, oxigenado e que segue como um importante documento de nossos dias.

11) Jup do Bairro (Corpo Sem Juízo): "E quê que eu fiz pa' tomar três tiro' no peito? / Preto na rua de noite com certeza era algo errado! / Virei postagem na sua rede social / 'Cê lamentou e escreveu sobre a repressão policial / Sua hashtag foi o ponto final / Dizia Vidas Negras Importam, pra você isso foi diferencial / É que é toda vez a mesma merda / 'Cês matam eu de carne pa' fazer eu de pedra / Movidos pelo tesão por tragédia / Agora morto eu tenho mais voz do que vivo, parece comédia!". É no poder dos versos que evidenciam o corpo como ente político que reside a força do primeiro álbum da artista paulistana Jup do Bairro. Transitando por estilos diversos como o trap, hip hop e rock, a compositora entrega um álbum feroz em que a voz potente funciona como catalisador perfeito para discussões relacionadas ao racismo, a sexualidade e a diversidade. Exemplo disso está no longo trecho que abre esse pequeno texto e que integra a espetacular Luta Por Mim, que tem participação do coletivo Mulambo. Uma cacetada sonora que serve como uma bela porta de entrada para o trabalho da Jup.

10) Mahmundi (Mundo Novo): foi com ares quase proféticos que Marcella Vale, a ótima Mahmundi, deu o título de seu terceiro registro, ainda antes de a pandemia ser uma realidade. Aliás, as "coincidências" se espalham também pelas letras que, mesmo solares, evocam o tempo de espera necessário em um ano tempestuoso como esse - Sem medo / Vem a chuva, vem o vento / Eu quero tempo / Vem a chuva, vem o vento / Eu quero tempo, canta na ótima Sem Medo. Em entrevista ao Correio Braziliense, a artista menciona que esse "mundo novo" parte de reflexões sobre a própria vida. "Então, esse processo começou no ano passado, depois que eu fiz aniversário. Esse é sempre um momento de pensar nas coisas e, a partir dali, eu criei essas narrativas", enfatizou. O resultado é um trabalho curto, com apenas sete faixas, e que mescla o clima eufórico e primaveril do primeiro e homônimo registro (como na faixa No Coração da Escuridão, que tem refrão grudento e ambientação solar), com outros mais introspectivos e que remetem ao imperdível Para Dias Ruins, de 2018 (caso da divertida Nova TV). Os fãs agradecem.

9) Djonga (Histórias da Minha Área): já virou uma espécie de tradição aqui do Picanha: o Djonga lança disco, ele se torna ele figurinha certa na nossa relação de melhores. Com título autoexplicativo, Histórias da Minha Área faz referência já na capa a To Pimp a Butterfly, clássico moderno do rapper americano Kendrick Lamar, ao mesmo tempo em que nos apresenta mais uma coleção de canções verborrágicas, aparentemente desordenadas, que partem de um flow elegante que ampara a crueza e a raiva dos versos. Tradicionais em sua poesia, temas como racismo, caos urbano, violência policial, sexo, cultura da periferia e religião surgem em meio a um turbilhão de referências emendadas de forma magnética, urgente, quase seca. Há uma velocidade de rima que subverte a ordem, gerando uma espécie de "caos da intensidade" que tornam músicas como Oto Patamá e O Cara de Óculos verdadeiros petardos que mesclam hip hop, trap, R&B, jazz e música urbana numa tipo de fusão envolvente. "Compreender que você não precisa se envergonhar de quem é, do seu estilo, do seu cabelo, do lugar de onde veio", disse em entrevista ao site El País, explicando como a música ajuda nesse processo.
 
8) Fernanda Takai (Será Que Você Vai Acreditar?): Se há algo que sempre gostei nos trabalhos do Pato Fu é o fato de, por mais viscerais que fossem as mensagens, elas sempre virem ao mundo meio "escondidas" por trás da voz adocicada, melosa de sua vocalista. O assunto até pode ser relevante, mas a roupagem leve, lúdica, torna a abordagem mais palatável - tenha a canção uma mensagem contra a violência (Perdendo Dentes), seja sobre mitomania (Menti Pra Você Mas Foi Sem Querer) ou a respeito da importância do abastecimento hídrico no Sertão (Água). E, como não poderia deixar de ser, não é diferente na carreira solo de Fernanda Takai, que chega ao seu sexto trabalho solo. Além de côveres que repaginam clássicos como One Day In Your Life (do Michael Jackson), há espaço para reflexões românticas em tempos de negacionismo (na autoexplicativa Terra Plana), para amores literários (O Amor Em Tempos de Cólera) e para o niilismo (Não Creio Em Mais Nada). Quase ninguém percebeu que a Fernanda Takai lançou um discaço, que dialoga perfeitamente com nossos tempos e aqui a gente faz justiça a ela: já veterana, se comparada a outras dessa relação, segue em plena forma.

7) Wado (A Beleza Que Deriva do Mundo, Mas a Ele Escapa): Venha como vier / Cante como puder / Saiba, essa canção doce e solar não foi em vão / Em vão. Como fã declarado do cantor e compositor catarinense, pra mim é uma coisa meio inexplicável que ele não tenha ainda "acontecido" no mundo da música. A qualidade de sua vasta obra - são 11 álbuns na carreira -, a versatilidade com que se apropria de estilos e a facilidade com que ele compõe melodias, arranjos, letras e refrãos prontos para tocar em qualquer rádio mais descolada, tornam essa equação ainda mais estranha, mais torta. Mas estamos no Brasil, afinal. No Brasil do sertanejo universitário que "não se forma". E do hedonismo que surge em versos baratos que ressaltam o individualismo e o egocentrismo como uma suposta virtude. Sobre A Beleza Que Deriva... apenas ouçam. Trata-se de uma coleção infalível da MPB mais harmoniosa lançada nesse ano, cheia de colaborações - Otto, Lucas Santtana, Zeca Baleiro - e capaz de estabelecer diálogo com Clube da Esquina (na sensível Cacos), falar de feminismo (em Nina) e viajar em memórias de infância (Arcos). Que venham os próximos 20 anos de carreira.

6) Carabobina (Carabobina): Confesso que apesar de estar meio cansado dessa onda psicodélica Tame Impala wannabe - que já gestou um em fim de coletivos que flertam com o estilo que soterra os vocais nas guitarras distorcidas -, gostei do resultado apresentado por esse coletivo goiano, que bebe da fonte de coletivos como Supercordas e Bike. Com produção limpa, as experimentações jamais soam exageradamente delirantes ou sem sentido - o que resulta em composições de atmosfera colorida, mas sempre coesas, próximas do ouvinte. Exemplo disso está na hipnótica Deixa de Rodear, com seus efeitos urbanos, urgentes que formam um curioso contraste com suas letras bucólicas  (Acho que tenho a vontade mais fugaz / Desses animais que cantam e voam por aí). Já a lisérgica Em Dezembro tem refrão grudento e percussão eletrônica vibrante, que se soma de forma homogênea ao vocal da venezuelana Alejandra Luciani, que forma a dupla com o compositor Fefel, do próprio Boogarins. Um disco rápido, dde apenas nove faixas e pouco mais de 25 minutos, que convida ao repeat.

5) Mateus Aleluia (Olorum): Ancestralidade, misticismo, folclore, tradições, religiosidade. O terceiro álbum do veterano ex-integrante do grupo Os Tincoãs é um verdadeiro caleidoscópio de africanidade barroca, que da voz aos cantos dos nkises (entidades do povo bantu) e aos dos voduns (divindades de Benim), como explica os materiais de divulgação apresentados pelo compositor baiano de 77 anos. Com uma musicalidade que evoca os terreiros, o candomblé - o que pode ser percebido já nos títulos das canções (Nganga Njila, Samba-Oração) -, o álbum tem como forças as melodias ritualísticas, a percussão e a poética evocativa, que buscam as origens, as crenças e os cantos de adoração. Místico e de grande riqueza instrumental, o registro consegue equilibrar sutileza e potência, melancolia e efervescência em igual medida. "Para nós o ritual, o culto é o que dá origem a cultura. Se não houvesse o culto, não haveria uma cultura tão bem sedimentada como nós temos a cultura africana aqui. E o responsável por isso é o candomblé", revelou em entrevista a Revista Trip, como que resumindo o amálgama que rege a sua arte. 
 
4) Kiko Dinucci (Rastilho): Curtir um disco como Rastilho, do instrumentista integrante do Metá Metá, é viver uma experiências artística completa. Não se trata apenas de música, mas de uma inventiva mistura capaz de juntar artes plásticas, cinema, dança, poesia e outras manifestações em uma miscelânea religiosa, folclórica e regionalista. É quase como se fôssemos jogados numa película de Glauber Rocha resgatando a antropofagia do começo do século passado. Evocativo, o registro utiliza como base o violão nervoso para percorrer uma trilha de rock, samba, ritmos africanos e punk. "Nele, o instrumento sobrepõe tudo, todas as vozes, todas as letras, quem canta é a madeira", comentou o paulista, no material de divulgação. Exemplo dessa versatilidade toda pode ser encontrar em canções que funcionam como verdadeiros mantras musicais, caso da antiga Foi Batendo o Pé na Terra -que, aqui, surge repaginada - e, especialmente, Febre do Rato, que estabelece diálogo com esses tempos pós-apocalípticos e melancólicos que vivemos (E por cima do quengo, um estranho pôs a mão / Um arrepio na espinha, seu corpo tremeu / E uma mancha vermelha na face brotou / Ardeu no corpo febril).

3) Carne Doce (Interior): em seu quarto disco, segue inabalável a capacidade do coletivo goiano de versar sobre dilemas românticos, dramas cotidianos e reflexões contemporâneas de forma elegante, enérgica e classuda. Levemente enfumaçado, o registro mantém a paisagem sonora primaveril e eventualmente introspectiva, como pano de fundo para o convidativo vocal de Salma Jô, que se conecta a cada melodia de forma absolutamente orgânica, fluída. Em entrevistas, o grupo tem destacado o caráter sereno e tranquilo das canções que, homogêneas, olham para as origens dos integrantes - para uma espécie de "íntimo geográfico" - ao passo que os ritmos ganham um pouco mais de suingue. "É um álbum mais solar, generoso e amigável do que os outros, que são mais noturnos, escuros", destacou Salma em entrevista ao Correio Braziliense. Nesse sentido até temas mais atuais, caso do ódio nas redes sociais ganha uma roupagem mais debochada na canção Hater (É o meu covarde predileto/ Meu hater de estimação/ Que me adora pelo inverso/ Me odeia com adoração). Vale cada instante.
 
2) Zé Manoel (Do Meu Coração Nu): É inacreditável a sensação de conforto gerada pelo piano gracioso do artista pernambucano Zé Manoel, que abraça o ouvinte enquanto discorre sobre temas pesados, como, violência, repressão e racismo estrutural. É quase uma espécie de psicologia reversa, que nos faz prestar atenção às nossas tantas mazelas sociais, enquanto saboreamos uma experiência musical bucólica, delicada, sutil. Os próprios arranjos dificilmente são expansivos, sendo a economia sóbria e classuda a marca registrada - o que, como num curioso contraponto, parece tornar ainda mais potente a mensagem de canções como História Antiga (Quando as armas de um estado genocida / Procuravam nossos filhos e roubaram seus futuros, suas vidas / Houve um tempo triste em que os olhos não sabiam enxergar a nossa dor / Mas viam nossa cor). Acenando ainda para as religiões de matriz africana (No Rio das Lembranças), para a resistência (Escuta Beatriz Nascimento) e a para a representatividade dos povos (Adupé Obaluaê), o artista constroi um disco de raro refinamento, agradabilíssimo de se ouvir e com uma notável marca política.
 
1) Luedji Luna (Bom Mesmo É Estar Debaixo D'água): Tudo que Um Corpo no Mundo (2017) tinha de discreto, sutil e introspectivo, o mais recente registro da baiana Luedji Luna tem de expansivo, vigoroso e até dançante. É como se a artista oficialmente dissesse um "cheguei", indicando assim estar ainda mais segura para percorrer os caminhos de sua música envolvente. sinuosa, que dialoga com temas como papel da mulher negra na sociedade, conexão com a natureza, sexualidade e religiosidade. Tudo isso envolto em emanações místicas, ancestrais e irresistivelmente afetivas. "A música me deu a possibilidade de ser ouvida e um lugar no mundo como mulher e preta", afirmou em entrevista à Revista Glamour. "Cantar e escrever essas canções é revisitar as minhas experiências no mundo como ser humano. Isso é muito terapêutico", completou na mesma entrevista. Exemplo desse processo de amadurecimento e de autoconhecimento pode ser percebido em faixas movimentadas como Origami, que mistura melodia primaveril, com letra poderosa (E teu corpo holograma / Se desdobra origami / Sobre o meu, cama feita / Feito rede sutra kama). Um discaço que precisa ser descoberto.

Bom, é lógico que apenas 25 discos jamais serão suficientes pra contemplar a nossa produção nacional, então vocês que nos acompanham podem ficar à vontade para apontar as ausências, criticar e dar sugestões de outros trabalhos fundamentais de artistas brasileiros desse 2020 todo torto. A música, afinal, pode nos ajudar a superar esses tempos tão sombrios.

E se vocês gostam de listas, não deixem de conferir as nossas relações dos anos anteriores, de 2019, 2018, 2017, 2016 e 2015.

Um comentário:

  1. Bela seleção!
    Senti falta dos dinossauros da MPB.
    Raimundo Fagner, por exemplo, lançou um álbum redentor, o delicadíssima "Serenata", com arranjos de cordas magistrais, repertório de clássicos indestrutíveis e interpretações contidas, doídas, limitadas pelo peso dos anos.

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