quinta-feira, 12 de novembro de 2015

#5 Discos Fundamentais de Neil Young

O cantor e compositor Neil Young está completando hoje 70 anos de vida. E pra comemorar a data, nós, do Picanha - que somos muito fãs do canadense - lançamos aqui uma lista com os cinco discos fundamentais dessa verdadeira lenda viva, que lançou mais de 60 trabalhos, entre álbuns de estúdio, ao vivo, coletâneas, com a banda Buffalo Spriengfield, com o Crazy Horse ou mesmo com os seus tradicionais companheiros Crosby, Stills e Nash. Dono de um estilo bastante particular - capaz de misturar rock com música folk e country -, Young é conhecido entre o grande público por hits como Rockin' in the Free World e My My, Hey Hey (Out Of the World) que tocaram a exaustão (mesmo!) nas rádios de todo o mundo.


Desde o lançamento do primeiro registro, lá num longínquo ano de 1968, o rock rural americano nunca mais foi o mesmo. Muito por conta dos riffs distorcidos de guitarra, da voz melancólica e das letras recheadas de críticas sociais ou de versos relativos ao estilo de vida do homem do campo. A propósito de seus versos, nesse ano o compositor lançou o impactante The Monsanto Years, disco de protesto que critica o modelo seguido pela multinacional americana Monsanto - maior fabricante de agrotóxicos do mundo (cuja resenha pode ser lida aqui). O que mostra que a lenda segue mais viva do que nunca! Segue a nossa listinha!

5) Comes A Time (1978): esse álbum dificilmente aparece em qualquer lista de melhores do guitarrista, mas funciona como uma excelente porta de entrada para quem tem interesse em ampliar os seus conhecimentos a respeito da obra de Young. Foi assim comigo - com o sócio Henrique me indicando este registro após as intensas audições de Harvest Moon (1992). Simples, direto - ainda que bem elaborado, com o uso de violinos e outros instrumentos que garantem a riqueza instrumental - o disco é recheado de hits com aquele clima de saloon do velho oeste em que a banda toca para uma plateia ensandecida. E tem Comes A Time que, numa boa, só se você for muito ranzinza pra não incluir entre as melhores canções do planeta já feitas pelo ídolo.


4) Harvest (1972): um dos maiores sucessos comerciais da carreira de Young, o disco é aquele que contém o single Heart Of Gold. Aliás, o livro 1001 Discos Para Ouvir Antes de Morrer tem uma curiosa história a respeito do sucesso alcançado pela canção: ela ficou fora do repertório dos shows por mais de três décadas. "Por causa dessa música fui parar na estrada da fama, isso logo se tornou uma chatice e resolvi pegar um desvio", afirmou o compositor, na época. Intimista, com um alto grau de sentimentalismo, o registro representou o auge criativo do canadense ao retratar o zeitgeist do povo americano. A presença dos parceiros do Crazy Horse e ainda o megahit Old Man também contribuíram para que este se tornasse um álbum tão fundamental.


3) After the Gold Rush (1970): o disco é o responsável por pavimentar o caminho para a década mais fértil do guitarrista, quando ele lançou uma série de álbuns recheados de boas misturas de blues, rock e country. Curtinho em tamanho - são apenas 11 canções e pouco mais de 30 minutos - o registro é grandioso em suas letras melancólicas e angustiadas, a grande maioria falando de desilusões amorosas e paixões mal resolvidas. Algo bem adequado a um jovem de apenas 25 anos - e que hoje é referência para artistas mais novos, como Kurt Vile e Father John Misty. Que certamente escutaram em sua adolescência músicas como Tell Me Why, Only Love Can Break Your Heart e Southern Man.



2) Zuma (1975): esse trabalho merece estar nessa lista por, entre outros motivos - como a arte de capa genial! -, representar um ponto de "virada" na carreira de Young. Ao lado dos companheiros do Crazy Horse, aos poucos as melodiosas canções country de estilo rápido, começavam a dar lugar as distorções de guitarra e a um peso maior, ampliando o alcance do artista para além do folk e do blues. Costuma-se dizer que esse foi o trabalho que começou a consolidar o canadense como guitarrista. A insinuante Cortez The Killer é um exemplo desse novo modelo. Ainda assim, o compositor não deixa de lado as canções vibrantes, urgentes e amparadas pelo tradicional vocal rasgado, caso das maravilhosas Don´t Cry No Tears e Looking fos a Love.


1) Harvest Moon (1992): Um dos discos mais completos, bucólicos, introspectivos e, ainda assim, acessíveis não apenas de Young, mas da história da música, o vigésimo primeiro registro em estúdio representa um retorno do guitarrista as origens do folk e do country após uma temporada mais roqueira, que culminaria no barulhento Ragged Glory (1990) - que talvez para alguns até pudesse fazer parte de uma lista desse tipo! Recheado de letras perfumadas pelo clima rural e arranjos peculiares - quem não se lembra do clipe da MTV, que reproduz o barulhinho da vassoura de palha da canção título? - o trabalho possui uma série de canções inesquecíveis, com destaque para Unknown Legend, One Of These Days e From Hank To Hendrix. Daquele pra deixar o dia (ou a noite!) inteira no repeat.

E aí gostaram da lista? Ou faltou algum disquinho aí no meio? Confesso não ser nada fácil fazer uma lista desse tipo com uma discografia tão vasta como a de Young. Tonight is the Night, On the Beach e o já citado Ragged Glory poderiam aparecer nas eventuais menções honrosas. E pra vocês? Quais os favoritos? Escrevam pra nós!

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