Novidades no Streaming - Em Guerra Com o Vovô (The War With Grandpa)
De: Tim Hill. Com Robert De Niro, Uma Thurman, Christopher Walken, Oakes Fegley, Rob Riggle e Jane Seymour. Comédia, EUA, 2020, 98 minutos.
Confesso a vocês que foi o elenco que me atraiu pra esse Em Guerra Com o Vovô (The War With Grandpa) - bobajada infanto-juvenil que, se não é assim aquela coisa que se diga "nossa, que filme engraçadíssimo", ao menos me arrancou algumas risadas no final da noite de domingo. E, claramente, deu pra perceber que Robert De Niro, Uma Thurman e Christopher Walken também se divertiram bastante com as filmagens, como comprova uma sequência vista durante os créditos finais. Na trama, De Niro é o vovô da história - seu nome é Jack. Após perder a esposa, um acontecimento meio inusitado em um supermercado faz com que ele volte a morar com a família de sua filha Sally (Uma Thurman), o que inclui o genro (Rob Riggle) e três netos, entre eles o pequeno Peter (o ótimo Oakes Fegley), que se tornará o seu "rival" improvisado. Isto porque Sally oferecerá a Jack justamente o quarto de Peter, já que o idoso está impossibilitado de ocupar o sótão por causa de seus problemas de saúde (ele é quase um octogenário, afinal).
Indignado com a situação, o menino declarará guerra ao seu avô, com o objetivo de reconquistar o seu quarto - no sótão conviverá com móveis velhos, goteiras e outros incômodos. Já o avô, enlutado, sem ter muito o que fazer embarcará na brincadeira. E, acredite, este é o arco narrativo da obra dirigida por Tim Hill (de Alvin e Os Esquilos). Trata-se ao cabo de uma história que falará, a sua maneira, da importância da família, do respeito aos mais velhos e até mesmo sobre o absurdo do belicismo dos tempos atuais. E tudo isto enquanto um senhor de 77 anos e um pequeno de 12 inventam as mais engenhosas armadilhas pra tentar atacar o outro lado. Valerá de tudo: uso de cobras, passando por sabotagens em redações escolares, utilização de drones e outras engenhocas. É uma comédia bastante física, com parte da graça estando no esforço de De Niro para poder competir à altura do neto pré-adolescente. É o contraste que gera algum tipo de curiosidade, afinal.
Enquanto lutam entre si, avô e neto enfrentam os próprios dilemas pessoais. Peter está no sexto ano (talvez a pior série de todas, já que não é mais a criança de antes e ainda não se enquadra no grupo de adolescentes da escola). Como não poderia deixar de ser o garoto precisa lidar com um valentão praticante de bullying e com colegas cheios de inseguranças. Já Jack tenta se adaptar a uma família que, eventualmente, não o deseja ali, enquanto tenta encontrar alguma motivação para viver após se tornar viúvo. E talvez por isso achei que a figura de Walken - Jerry, seu personagem, é o típico "vovô radical" -, poderia ter sido melhor explorada, com talvez mais tempo de tela. Ele apenas surge como um exótico amigo do protagonista, um veterano que gosta de jogos e que embarcará de alguma forma na guerra contra o neto do amigo Jack. Já a bela veterana Jane Seymour será a candidata a par romântico, que também entra na história de rivalidade que envolve a dupla central.
Sim, pode parecer estranha e até simplória demais uma história em que avô e neto disputam um... quarto. Mas esse é um filme à moda Acertando as Contas com o Papai (1994), não esqueçamos (e nem sempre será necessária mais profundidade ou algo que não seja o mero entretenimento). Aqui a intenção é fazer o espectador rir, nem que seja de forma escapista na uma hora e meia em que acompanhamos a jornada estapafúrdia dos protagonistas. E, no fim das contas, em tempos tão duros como os que vivemos é o que vale a pena. Particularmente gosto da mensagem final, por mais óbvia que seja: guerra, pra quê? Com que fim? Quem ganha e quem perde quando é apenas um quarto que está em jogo? O motivo pode ser maior ou menor, a gente sabe - mas ele será invariavelmente absurdo. E ver Peter aprendendo sobre isso "na prática" faz essa pequena comédia disponível na Amazon ter seus momentos de inspiração.
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