segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Oito Considerações Sobre o Show dos Paralamas do Sucesso em Lajeado

Os Paralamas do Sucesso - que têm apresentado em todo o Brasil o espetáculo que comemora os 30 anos da banda - realizaram show na noite de domingo (04/09) no Clube Tiro e Caça em Lajeado. E foi um BAITA DE UMA APRESENTAÇÃO! Nós do Picanha estivemos presentes ao evento e destacamos, em nove considerações, o que de principal pôde ser observado nesse reencontro do grupo com o nosso município.

1) Extremamente gentil com o público, a banda subiu ao palco com apenas cinco minutos de atraso. Ainda que não tenha sido muito falante - e essa é uma característica do grupo, mais som e menos blábláblá -, Herbert Vianna falou algumas palavras pra plateia, salientando, especialmente, a alegria de poder fazer aquilo que gosta, "alimentado" pelo carinho dos fãs. Já no "bis", quando do megahit Vital e Sua Moto, trocou os tradicionais versos que dizem Os Paralamas do Sucesso iam tentar tocar na capital, por Os Paralamas do Sucesso iam tocar ali do lado, em Lajeado. Um pequeno afago que levou os presentes ao delírio.

2) A abertura com Alagados - o preâmbulo com Vulcão Dub funciona como uma espécie de aquecimento - não poderia ser mais acertada, já que a vibração praiana e ensolarada (a despeito da letra reflexiva) colocou imediatamente a galera pra dançar. O mesmo pode ser dito de Cinema Mudo que, com o seu tradicional Uôle Bôle Ô ô ô ô ô ô ô ô, foi diversão só. A propósito, o número de hits da banda chega a impressionar, o que fez com que nos lembrássemos imediatamente do jornalista da Zero Hora Roger Lerina, que dizia que o Elton John precisaria de uns três shows pra contemplar todos os sucessos da sua carreira. O mesmo vale para Herbert e companhia que empilharam músicas que marcaram a infância de muita gente que esteve presente. Particularmente fiquei muito feliz com a inclusão de canções antigas como O Beco, Melô do Marinheiro e, especialmente, Trac Trac, que nem sempre é tocada.



3) Aliás, foi justamente O Beco que fez com que o público viesse abaixo, o que de certa forma me surpreendeu. A namorada, que me acompanhava, recordou que a canção fazia parte da trilha sonora da novela Bebê a Bordo. Pode ter sido um dos motivos para muitos dos presentes, na faixa dos 30 e poucos anos, enlouquecer com o marcante naipe de metais da melodia. Na sequência, muito próximas uma da outra, vieram Uma Brasileira, Lourinha Bombril e Óculos. Foi a hora de levantar o povo que permanecia sentado.

4) A banda de apoio conseguiu tornar muito palpável o clima litorâneo, especialmente das músicas do início da carreira do grupo - quando era mais viva a mistura de rock, reggae e ska. A posição dos instrumentistas no palco, ocupando um pequeno espaço e estando muito próximo do público - aliás, nunca tinha visto um baterista na frente do palco, como fica posicionado o João Barone - aumentou o sentimento de proximidade. Tornando a experiência ainda mais intensa para quem lá esteve.

5) O telão intercalava imagens dos videoclipes, de apresentações e também apresentava o nome e o ano da canção que estava sendo executada. Ainda que isso fosse um complemento quase desnecessário, dada a envergadura do grupo.



6) O bis teve Aonde Quer que Eu Vá - apenas uma em meio a outras baladas clássicas como Lanterna dos Afogados, La Bella Luna e Tendo a Lua -, Caleidoscópio (a minha preferida e que não sosseguei enquanto não tocou), a já citada Vital e Sua Moto e a absolutamente desnecessária Que País É Esse? Aliás, o cover da Legião Urbana foi acompanhado de outros, como Você do Tim Mais e A Novidade de Gilberto Gil.

7) Também merece destaque o repertório apresentado pelo DJ Rangel Felipe da Rádio Tropical, que antes e depois da apresentação dos Paralamas, brindou o público com um divertidíssimo set de músicas dos anos 80 e 90, demonstrando total sensibilidade em relação a para quem estava tocando.

8) Ao final da noite ainda fomos surpreendidos com a gentileza de um dos integrantes da equipe, que facilitou o nosso acesso, já na rua, ao Herbert Vianna, que assinou, com toda a paciência do mundo, os discos de vinil da namorada. Pra quem cresceu escutando esta, que é uma das melhores bandas nacionais, não poderia haver fechamento melhor para a noite. Que fica para sempre no coração de quem lá esteve!

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