quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Cine Baú Especial - De Volta Para o Futuro (A Trilogia) ou Carta de Amor a Um Grande Filme

De: Robert Zemeckis. Com Michael J. Fox, Christopher Lloyd e Léa Thomspon. Ficção científica  Aventura / Comédia. EUA, 1985, 1989 e 1990.

O dia de hoje está sendo tão absolutamente espetacular para os fãs da trilogia De Volta Para o Futuro que este humilde blogue quase nem precisaria se manifestar sobre o assunto. São tantos vídeos, fotos, montagens, matérias de rádio, TV, jornal - uma das brincadeiras mais legais, a feita pelo jornal americano USA Today - e internet e memes sobre a chegada de Marty McFly (Michael J. Fox) ao fatídico dia 21 de outubro de 2015 que restou a nós apenas o trabalho de (também) falar apaixonadamente deste verdadeiro clássico do estilo Sessão da Tarde.

Aqui temos um quadro chamado Cine Baú, onde falamos das obras mais importantes de toda a história do cinema. Filmes que marcaram época, estão em listas de melhores, ganharam premiações e se tornaram inesquecíveis. A série De Volta Para o Futuro não está relacionada entre as mais importantes do American Film Institute (AFI). Nominações ao Oscar? Foram algumas poucas, com vitórias em categorias técnicas - algo bastante tradicional para películas de ação e aventura. Atores importantes? Marlon Brando? Robert De Niro? Al Pacino? Nada. Ainda assim nada disso importa. O filme do diretor Robert Zemeckis - do recente A Travessia (2015) - faz parte da vida de muitos que hoje estão na casa dos trinta e alguma coisa - o caso deste que vos tecla - tendo sido, inclusive, parte fundamental para que nos fosse esculpida a paixão pelo cinema.



Eu não me recordo ao certo quando foi que assisti pela primeira vez algum dos três filmes, prática que repetiria dezenas de vezes durante toda a minha adolescência e fase adulta - há cerca de três meses assisti, novamente, ao lado da namorada, o primeiro episódio, que pra mim está entre os três melhores (piada booooo). E, para quem é um apaixonado pela série, é impossível não se emocionar com tudo aquilo que você já assistiu um milhão de vezes, quando, mais uma vez, repete a dose. A cena de Marty McFly  no palco, tocando para os seus pais, o momento em que ele começa a desaparecer, a cena final, quando tudo parece que vai dar errado e o doutor consegue encaixar aquele maldito cabeamento improvável no diacho da torre do relógio NO ÚLTIMO SEGUNDO. É de arrepiar. É transformador. Nos faz rir, se emocionar, fantasiar. Mexe com a imaginação. Diverte. Tem uma trilha sonora e personagens absurdamente legais. Enfim, um filme COMPLETO.

Parece até que gostar de De Volta Para o Futuro poderia ser uma alternativa para deixar o mundo melhor. Você está lá no meio de um debate político com o seu amigo. Ele te julgando um petralha. Você dizendo, sai pra lá seu côxa! Ou vice e versa. No meio do assunto, um vira para o outro e diz: e quando o McFly chega no velho oeste e derruba o estábulo no terceiro episódio? E os dois caem na gargalhada e percebem que a discussão é estúpida. E que, num mundo onde alguém foi capaz de criar algo tão absolutamente delicioso enquanto experiência cinematográfica, tudo pode ser melhor.







Gosto de contar um episódio que me ocorreu e que dá conta da verdadeira paixão que eu tenho por essa série. Quando já era pós-adolescente, passando um pouco dos 20, gostava muito de jogar futebol. Gostava. Não quer dizer que eu SABIA, só pra constar. Tínhamos um grupo fixo de pelada no sábado de tarde. E eu procurava não perder nunca, pela inclinação brejeira muito natural do brasileiro, que gosta de correr atrás da redonda. Só que, num sábado de tarde, enquanto calçava as minhas chuteiras de número 44, liguei a TV só de várzea. Pra ver o que estava passando, enquanto me preparava. Há 10 ou 12 anos atrás não existia Netflix e TV a cabo com 381 canais. Quando o aparelho ligou, já caiu na Globo com os créditos iniciais do segundo episódio da série começando. O jogo? Na outra semana eu jogaria. Fiquei em casa vendo um de meus filmes preferidos. Pela sexta vez.

Esse na verdade não é um Cine Baú como os outros em que, tanto o amigo Henrique como este jornalista que vos escreve, falamos sobre os filmes da vida a partir de um ponto de vista mais crítico, ressaltando os pontos de destaque, o impacto provocado pela obra ou mesmo a sua importância na história do cinema. Aqui está na verdade uma espécie de carta de amor a um filme que me faz, inclusive, ter disposição de sentar na frente de um notebook e escrever sobre essa arte tão linda. Pra talvez cinco ou seis leitores fiéis e diários. A produção errou feio sobre carros voadores, Tubarão 19 ou jaquetas inteligentes? Bom, acertou em outras, como no caso das casas com comando de voz, as TVs na parede, os relógios inteligentes e os CDs jogados no lixo. E, o principal: acertou no coração de quem ama cinema. O que não é pouco.


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