terça-feira, 26 de fevereiro de 2019

10 Considerações Sobre a Cerimônia do Oscar 2019

Sim, o Oscar foi há dois dias mas ainda estamos vivendo a ressaca da maior premiação do cinema! A noite que concedeu a Green Book: O Guia o prêmio máximo foi de boas surpresas e, aqui, resgatamos alguns acontecidos que merecem ficar na memória. Boa leitura!

#1 Ausência de um apresentador fixo. Vamos combinar que não fez a mínima falta! Ao contrário, a impressão que ficou foi a de que a cerimônia foi até mais dinâmica. Quando Amy Poehler, Maya Rudolph e Tina Fey surgiram no palco, na abertura da noite - elas já apresentaram várias vezes o Globo de Ouro e outras premiações -, a maioria das pessoas deve ter pensado que elas seriam as hosts. Mas em meio a comentários políticos e brincadeiras com os indicados, elas mesmas tiraram sarro dessa situação, o que acrescentou uma "leveza". Foi um começo bacana para um Oscar com menos enrolação!


#2 Adam Lambert e o Queen. Falando em abertura, vamos combinar que não poderia haver timing mais perfeito para uma apresentação da atual formação do Queen em uma cerimônia do Oscar. Se alguém estava achando que o troço ia ser sonolento, se enganou retumbantemente. Foi o indicativo para se ajeitar no sofá, para uma noite que prometia!


#3 Distribuição de prêmios. Eu particularmente adoro quando não há um Titanic - ou algum outro bicho-papão das premiações, que vai levar 253 estatuetas para casa, deixando todos os outros filmes a ver navios. E o equilíbrio tem sido a tônica das últimas edições - e até mencionamos esse fato nas considerações do ano passado. Pra se ter uma ideia, o maior premiado - ao menos em número de estatuetas - foi o Bohemian Rhapsody, com quatro. Pantera Negra, Roma e Green Book: O Guia levaram três prêmios pra casa - alguns com mais envergadura, como no caso da obra de Peter Farelly, que levou o prêmio máximo da noite. Outros filmes nominados na categoria principal - casos de Vice, A Favorita, Nasce Uma Estrela e Inflitrado na Klan - também tiveram um Oscar para chamar de seu. Mesmo que fosse pequenininho - como no caso de Vice, que levou por Penteado e Maquiagem.


#4 Diretores mexicanos. Se não foi possível Roma faturar a principal estatueta da noite, derrubando de vez o MURO do preconceito do Governo Trump, ao menos a categoria Diretor tem falado já há alguns anos a língua espanhola. Nas últimas seis premiações, foram cinco vitórias de diretores que vem da terra do Chaves e do Jorge Campos - dois para Alfonso Cuarón (além de Roma, Gravidade em 2014), dois para Alejandro Gonzales Inãrritu (Birdman, em 2015 e O Regresso, em 2016) e um para Guillermo Del Toro (A Forma da Água, em 2018). Aliás, Cuarón estabeleceu um outro recorde ao levar para casa também as estatuetas nas categorias Fotografia e Filme em Língua Estrangeira. No discurso de agradecimento, uma lembrança as mais de 70 mil empregadas domésticas sem direitos trabalhistas, que vivem no País.


#5 Spike Lee, finalmente. Falando em diretores, disparado um dos melhores momentos da noite foi a vitória de Spike Lee pelo Roteiro Adaptado de Infiltrado na Klan. Com direito a pulo no colo do amigo Samuel L. Jackson - que apresentava a categoria - a discurso comovente, tudo foi muito legal, fazendo a plateia vibrar. "Os ancestrais vão ajudar a voltarmos a ganhar nossa humanidade. As eleições de 2020 estão chegando, vamos pensar nisso. Precisamos nos mobilizar, estar do lado certo da história. É uma escolha moral. Do amor sobre ódio.", lembrou em seu discurso, que foi concluído com uma espécie de autorreferência a seu principal filme: "Vamos fazer a coisa certa". Sensacional foi pouco.


#6 Pantera Negra e a representatividade. Ainda que a maioria dos membros da Academia - parece que mais de 70% - seja (ainda) formada por homens brancos e conservadores, cada vez mais os prêmios têm sido dados por merecimento MESMO. A vitória de Ruth E. Carter pelo belíssimo Figurino afrofuturista de Pantera Negra foi um marco, já que ela foi a primeira mulher negra na categoria. O mesmo tendo ocorrido com Hannah Beachler, na categoria Direção de Arte. Se ainda havia alguma dúvida em relação à importância de Pantera Negra - e de suas indicações na maior premiação do cinema - acho que, agora, elas estão sanadas.



#7 Olivia Colman e a maior surpresa da noite. Essa foi pra derrubar TODOS os apostadores do Bolão, que davam como certa a vitória de Glenn Close na categoria Atriz, pelo seu elogiado trabalho em A Esposa. Era sua sétima indicação e todos imaginavam que havia chegado a hora dela. Restou os aplausos a Olívia Colman e sua entrega comovente como a marquesa de A Favorita. Aliás, ficou a impressão de que nem ela esperava essa vitória, já que ficou toda embananada na hora de discursar (ainda que o momento tenha sido genuíno e "sincero", como na parte em que ela lembrou aos filhos o fato de que aquilo nunca mais ocorreria de novo)!


#8 Shallow e a shippagem de Bradley e Gaga. A vitória de Shallow como Canção Original por Nasce Uma Estrela era mais do que certa - mas o que fica mesmo é a apresentação ao vivo de Bradley Cooper e Lady Gaga, que encarnaram carinhosamente os personagens do filme, causando verdadeira comoção nas redes sociais. Não por acaso, Gaga se dirigiu diretamente a Cooper na hora de celebrar o prêmio: "não haveria outra pessoa no mundo que eu pudesse cantar essa canção que não fosse você", resumiu.



#9 Mahershala Ali e os 100% de aproveitamento. Ninguém deu muita bola pra vitória de Mahershala Ali pelo seu papel em Green Book: O Guia, até mesmo porque ela era dada como certa. mas ela estabelece uma espécie de recorde pessoal: em duas indicações na categoria Ator Coadjuvante, ele faturou as duas - anterior havia sido por Moonlight (2017). Cem por cento de aproveitamento não é coisa pra qualquer um!


#10 Period. End Of Sentence e uma lembrança. Pouca gente sabe, mas o vencedor na categoria Documentário em Curta Metragem está disponível lá na Netflix - pode procurar, com o nome em português: Absorvendo o Tabu. No trocadilho sobre o nome original - que pode significar menstruação ou ponto final - um lembrete durante o discurso da ganhadora Melissa Berton: "um ponto final (period) jamais deveria encerrar a educação de uma garota."


E pra vocês? Quais os grandes momentos da noite? =D

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