sexta-feira, 25 de novembro de 2016

Espaço do Leitor - Alice In Chains (Alice In Chains) por Tonho Soares

O nosso brother e músico de alta qualidade Tonho Soares prestou a merecida homenagem ao terceiro e homônimo disco do Alice In Chains. Pegue a sua camisa de flanela e o seu All Star de cano longo e embarque diretamente à metade dos anos 90!

Alice in Chains é o terceiro álbum de estúdio da banda Alice in Chains. O disco também é conhecido como Tri Pod devido as artes de capa (um cão de três pernas), e da parte de trás (foto de Frank Lentini, um homem de três pernas). O álbum - último de estúdio lançado pela banda com Layne Stanley nos vocais - é um dos mais melancólicos do grupo, o que não chega a ser novidade. Temas pesados como depressão, isolamento, uso de drogas, raiva e morte sempre fizeram parte do contexto do Alice In Chains Apesar de não tão bem sucedido quanto Dirt, o álbum chegou a dupla platina nos Estados Unidos e vendeu mais de três milhões de cópias pelo mundo, mesmo não tendo suporte através de turnês. O registro é considerado pelos fãs o trabalho mais depressivo da banda, devido a seu estilo lento e mórbido, mas pesado, principalmente nas letras de canções como Grind, Head Creeps e Frogs.



Com exceções da já citada Grind, de Heaven Beside You, e de Over Now, as letras são todas escritas por Layne Stanley, fazendo deste álbum sua maior contribuição lírica para banda. Faixas como Shame In You e Nothin Song trazem a tona toda melancolia que Layne vivia e que Jerry Cantrell sempre soube musicar com talento ímpar. De riffs pesados a melodias tranquilas o diferencial do Alice In Chains sempre foi a mescla entre a energia de alguns sons e a depressão de outros.Tri Pod é um daqueles discos que se aprende a ouvir com o tempo, descobrindo a cada audição um detalhe novo, uma nova forma de ser impactado pela obra do artista. A música melancólica nos leva a reflexão, seja por suas letras profundas, seja pelo transe proporcionado por seus acordes e melodias. Num tempo em que a música parece estar se perdendo em meio a melodias plastificadas e criadas em softwares de computador, o deleite que um disco feito de corpo e alma nos proporciona, não tem preço. Resta a nós, saber dar o devido valor e continuar consumindo música - ou mesmo outras formas de arte - que sejam verdadeiras.


Texto: Tonho Soares

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