terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Picanha em Série - How to Get Away With Murder (Half Season - 2ª Temporada)

[PROMETO A VOCÊS: tem o mínimo possível de spoilers!]

É provável que existam dezenas de boas séries. Aliás, se levarmos em conta apenas o número de produções entregues pela plataforma de streaming Netflix, no último ano, talvez não fosse exagero dizer que existam CENTENAS de boas séries. Espalhadas por diversos canais de TV aberta, fechada e online. Mas nesse emaranhado, algumas se destacam, começam a ser mais faladas, debatidas, lembradas. Viram motivo de conversas animadas entre novos fãs, que elaboram suas teorias a respeito do desfecho de cada personagem. É assim com Game Of Thrones. É assim com The Walking Dead. Era assim com Breaking Bad e com tantas outras. E, agora, é o caso com How to Get Away With Murder. A propósito, aqui no Picanha não somos de "obrigar" ninguém a nada. Cada um faz o que quer, as pessoas são livres e têm o direito de ir e vir como bem entender. Mas, nesse caso, acho que abriremos uma exceção: se ainda não viram, vocês PRECISAM ASSISTIR HTGAWM!!!1

Vocês talvez se perguntem: mas por quê devemos assistir? A resposta é mais ou menos como aquela de uma certa propaganda de cerveja: porque SIM. Com a diferença de que aquela bebida é ruim de doer. A série é espetacular. Caso vocês ainda não tenham se convencido, a despeito desse importante argumento, tentaremos explicar o que fascina tanto nessa série. Comecemos por duas palavras mágicas: Viola e Davis. Sim, Viola Davis. Quem é cinéfilo de carteirinha sabe que a presença da atriz em qualquer produção funciona quase como um selo de qualidade - e basta lembrar de pequenas obras primas modernas como Dúvida, ou Histórias Cruzadas para ter a certeza sobre isso. Na trama Viola vive a professora de Direito Penal Annalise Keating, na fictícia Universidade de Middleton, na Filadélfia - que seria uma das mais prestigiadas escolas dos Estados Unidos. Além de ser advogada de defesa.



Como forma de qualificar o processo "educacional", Annalise gosta de selecionar estudantes para atuarem como estagiários em posto avançado - trabalhando diretamente em seu escritório, em casos de assassinato verdadeiros. É nesse momento que entram em cena os acadêmicos Connor Walsh, Michaela Pratt, Asher Millstone, Laurel Castillo e Wes Gibbins. No primeiro time de protagonistas também estarão os sócios de Annalise: Frank Delfino e Bonnie Winterbottom. E é aqui, citando os principais personagens, que podemos falar que entra o segundo ponto interessante da série: é tudo muito dinâmico! Além de haver um certo suspense em cada episódio isoladamente, envolvendo assassinos e motivações as mais variadas, das mais "curiosas" até as mais "barra pesada", ainda há um fio condutor da história que parece ligar os próprios alunos a um caso de assassinato! (o que fica claro já na primeira cena da primeira temporada, não se consistindo portanto em spoiler)

Tudo é organizado de uma maneira altamente movimentada - quase frenética -, com trilha sonora impactante, um tom levemente bem humorado e sombrio (ao mesmo tempo), um sem fim de flashbacks que vão revelando aos poucos pequenas partes do mistério e uma edição primorosa, que exige atenção total do espectador para que nada seja perdido! Ainda mais se levarmos em conta o fato de que qualquer detalhe pode ser determinante para que sejam obtidas as respostas que tanto desejamos em relação ao desfecho de cada episódio (ou mesmo da temporada toda)! Viola, já falamos, está arrebatadora como Annalise - num indo e vindo de reações e emoções que representam o melhor de sua interpretação. E a sua capacidade de mudar de humor num instante, apenas como parte de um plano para manipular quem quer que seja para que ela (ou quem ela queira) possa ser favorecido, é daqueles momentos que deveriam ser exibidos, sem exageros, em escolas de atores!



Mas além de Viola - e sua Annalise -, os demais atores também se empenham em entregar o melhor em seus papeis, sendo uma das tantas partes legais constatar o fato de que absolutamente nenhum personagem da série seja totalmente unidimensional, tendo bom (ou mau) caráter o tempo todo. Não há maniqueísmos ou definições claras a esse respeito. Ao contrário, aquele pelo qual torcíamos a poucos minutos atrás, por acharmos estar tendo um comportamento honesto ou de acordo com o que consideramos moralmente justo, no instante seguinte não hesitará em roubar, cometer perjúrio, ser adúltero, mentiroso, inescrupuloso e até assassino, se isso representar algum tipo de ganho pessoal futuro. E este pode ser considerado outro fato a ser ressaltado - o quarto, se levarmos em conta o que foi dito sobre a parte técnica - e que tornaria essa série digna de nota.

Sim, talvez de fora pareça apenas mais uma série teen sobre direito. Mas esse reducionismo vai embora, prometo a vocês, após o final do primeiro episódio. E da vontade de só ver mais e mais e de saber o que vai acontecer, até mesmo pela capacidade sem fim dos criadores - Shonda Rhimes, Betsy Beers e Peter Nowalk - de formular conspirações as mais variadas, conexões entre os acontecimentos e ganchos absolutamente surpreendentes, que são capazes de manter o interesse de maneira permanente - ainda que, eventualmente, possa haver uma ou outra forçação de barra o que, pelo bem do entretenimento, acabamos relevando. HTGAWM está, atualmente, na half season da segunda temporada. E os acontecimentos quando do retorno, em 11 de fevereiro, prometem deixar os fãs ainda mais ligados. Façam um bem a vocês, se ainda não ficou claro: assistam a essa série! A primeira temporada está disponível no Netflix. De nada.


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