quinta-feira, 14 de maio de 2015

Disco da Semana pt. 2 - Mumford & Sons (Wilder Mind)

Maio tem sido um mês de grandes lançamentos e, por isso mesmo, nesta semana teremos não um, mas dois Discos da Semana. E o comentário da vez fica sobre um álbum que vem dando o que falar: Wilder Mind, terceiro disco da banda britânica Mumford & Sons.

Conhecido por fazer um som com pitadas de country e folk, o grupo, formado em Londres no ano de 2007, fez um grande sucesso comercial com sua mistura de melodia, letras que versam sobre relacionamentos, um vocalista com excelente potencial e um inseparável banjo que dava um ar mais agitado e animado às canções. Foi assim nos primeiros discos, Sigh No More (2009) e Babel (2012). No entando, a fórmula (batida, por sinal, mas que trazia identidade à banda) parecia ter se esgotado. Porém, ao entrar em estúdio com o produtor Aaron Dessner, guitarrista do sensacional grupo The National, Marcos Mumford e sua trupe decidiram abandonar o banjo em definitivo, dando uma guinada com ares mais contemporâneos ao invés de um retorno às sonoridades passadas.

O resultado foi polêmico. Publicações consagradas como Pitchfork e Allmusic trataram de criticar a nova sonoridade, considerada pouco original e derivativa de bandas "lota estádios" tais como Coldplay e U2. O argumento é que a banda deixara de ter identidade pra fazer mais do mesmo - só que pior. Realmente, a ousadia de Wilder Mind está mais na guinada na carreira do que propriamente em criar um som inovador. Neste novo trabalho, as canções tem uma pegada mais puxada para o pop/rock, o que desagradou os fãs mais conservadores, mas que deve atrair um público que antes não se interessava pela banda - eu, no caso.



A despeito das letras pouco elaboradas (difícil não soar chavão ao falar de problemas amorosos), o som é melodioso, agradável de ouvir, daqueles que dá pra colocar no som da sala e toda a família irá curtir - pelo menos a sua mãe não irá reclamar. O destaque fica por conta do vocal de Marcus Mumford, uma mistura de Glen Hansard (aquele do filme Once - Apenas Uma Vez) e Caleb Followill (do Kings of Leon), cujo timbre casa perfeitamente com a atmosfera melancólica das canções. Músicas como Believe e The Wolf tem mais cara de hit, enquanto outras como Just Smoke e Cold Arms são belas à sua maneira.

Cá pra nós, este é um disco que não irá salvar o mundo nem entrará para a história, mas que fez com que seus criadores saíssem de sua zona de conforto em busca de algo mais, mesmo que aquém de sua ambição. Apreciadores de boa música pop feita com o coração tem o que curtir aqui, e eu, por sinal, antes um ignorante em relação ao grupo, estarei de olhos bem abertos para o que virá a partir daqui.

Nota: 7,0


Nenhum comentário:

Postar um comentário