Econômico: assim pode ser definido o grupo britânico
The xx. Seja pelo minimalismo dos arranjos, do instrumental, os vocais sussurrados, ou a simplicidade das capas de seus dois álbuns lançados até o momento, não podemos associar este adjetivo com falta de qualidade - algo que pode ser logo constatado por quem se aventurar a explorar além da superfície o trabalho realizado pela banda.
Tal qual um pequeno frasco que guarda em seu interior o melhor perfume (metáfora batida, mas válida aqui), o primeiro lançamento do grupo,
xx, de 2009, traz em sua aparente simplicidade uma experiência requintada que vai se revelando aos poucos, envolvendo-nos em uma atmosfera sensual e altamente romântica. Com uma sonoridade bastante original, assim que nos acostumamos com o estilo de música fica extremamente fácil de reconhecer o som da banda.
Batidas eletrônicas simples, andamento lento, guitarras limpas e algum teclado são suficientes para envolver os duetos masculino/feminino de Romy Madley Croft e Oliver Sim, a força motriz do álbum. Podemos identificar muita influência de R&B no grupo, resultando em um disco climático e agradável de ouvir, com uma pegada pop autêntica e envolvente. Faixas como
VCR,
Heart Skipped a Beat, e
Basic Space estão entre os (muitos) pontos altos do disco, contribuindo para que esta seja uma obra sucinta, homogênea e sofisticada.
Apesar de considerarmos este um legítimo exemplar
Lado B Classe A, o
The xx teve uma canção do disco incluída na abertura da minissérie "Amores Roubados", da Rede Globo (
Intro), e outra regravada pela cantora Shakira (
Islands, em versão mais superproduzida, porém sem o charme da gravação original). Com todos adjetivos já elencados aqui,
xx é, desde já, um clássico do novo milênio que certamente merece toda a nossa (e a sua) atenção.
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