quarta-feira, 20 de maio de 2015

Cinema - Mad Max: Estrada da Fúria

De: George Miller. Com Tom Hardy, Charlize Theron, Nicholas Hoult e Hugh Keays-Byrne. Ação / Ficção Científica, EUA / Austrália, 2015, 120 minutos.

A série Mad Max fez sucesso no final dos anos 70 e início dos 80, com uma história que se passa em um futuro distópico, em que a água e os combustíveis são escassos e gangues de selvagens dominam as estradas, cometendo crimes. Com o seu visual kitsch - repleto de sujeitos esquisitos, usando roupas e cabelos pouco convencionais, que mais pareciam saídos de um festival de hard rock, aliado ainda aos cenários arenosos e as motos e carros possantes - a trilogia divertiu milhares de fãs, entre eles eu, que não perdia uma sessão de Além da Cúpula do Trovão, na Sessão da Tarde. Só que uma revisão nos filmes, nos faz concluir que a obra talvez tenha envelhecido meio mal. Sim, as três películas ainda são adoradas pelos fãs, estando no imaginário de qualquer cinéfilo. Mas o visual um tanto tosco, aliado ao senso de humor de tiozão, parece ter parado lá no meio dos anos 80, durante um show do Twisted Sisters.

Então, se em muitos casos a ideia de uma reimaginação de série - ou reboot, spin off, refilmagem, ou qualquer termo do tipo - é capaz de fazer com que os fãs de algum filme fiquem com os cabelos em pé - alguém aí falou em Gus Van Sant filmando Psicose? - é preciso que se diga que, nesse caso, com toda a tecnologia disponível, capaz de engendrar toda uma gama de possibilidades, um novo filme seria mais do que bem-vindo! É, pode ser, mas como fazer isso sem o Mel Gibson como protagonista? O astro hoje está beirando os 60 anos, o que inviabilizaria a maioria das cenas que, vamos combinar, são mais frenéticas do que o The Flash depois de tomar um gole de Red Bull. A solução foi atualizar também o astro e a escolha de Tom Hardy, que recentemente empilhou boas produções - A Origem, O Espião que Sabia Demais, Os Infratores e Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge, só pra citar algumas - não poderia ser mais acertada.


Hardy vive um Max que inicia o filme sendo capturado por Imortan Joe (Keays-Byrne), líder de uma cidadela no meio do deserto pós-apocalíptico, que detém o "monopólio" da água. Por causa disso, Joe escraviza a população que lhe serve exclusivamente para a prestação de serviços - que podem ser desde a doação de leite até a realização de trabalho pesado. Max está sendo levado para funcionar como "banco de sangue" para os mercenários que trabalham para o ditador. A coisa muda de figura quando a personagem Furiosa (Charlize Theron, novamente despindo-se de qualquer vaidade por uma personagem) foge da comunidade com um grupo de mulheres, o que vai colocar todo um exército atrás dela. E, Max, indiretamente vai junto com o comboio.

A partir daí tem início a maior perseguição ininterrupta (e insana!) da história recente do cinema. Se você não tem muita paciência para ação, nem arrisque, por que o filme é enérgico, visceral, sanguíneo, efervescente, barulhento. Alucinante! Pablo Villaça, do Cinema em Cena afirmou que esse filme morreria de overdose se fosse uma pessoa - no melhor sentido da expressão, já que ele deu cinco estrelas pra obra de George Miller, que retorna da série, como se ainda fosse um guri. Sua câmera vai de lá para cá, mostrando perseguições desenfreadas, carros estilizados (aquele que lembra um porco-espinho é demais!), homens dependurados em cordas, varas e até tocando guitarra. E explosões, tiros, metal, sangue e vísceras. Tudo elevado à quinta potência! Mad Max: Estrada da Fúria (Mad Max: Fury Road), com sua fotografia e design de produção impecáveis e trilha sonora impactante, não apenas respeita a trilogia, como a melhora e a engrandece. O cinema de ação agradece!

Nota: 8,5


2 comentários:

  1. Não é o melhor, mas divertido o suficiente. A história por trás de Mad Max: Estrada da Fúria é interessante. Merece destaque a trilha sonora de Tom Holkenborg, mais conhecido como Junkie XL. O DJ holandês criou uma trilha original e impactante. Do ponto de vista musical, deve-se elogiar a opção de Miller de criar uma espécie de "carro de som", em que vemos uma guitarra e tambores em cena. É meio brega, mas condizente com o universo Mad Max. Bizarro, mas cool.

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