quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

Cinema - O Hobbit: A Batalha dos Cinco Exércitos

De: Peter Jackson. Com: Martin Freeman, Richard Armitage, Ian McKellen e Evangeline Lilly. Fantasia/Aventura, EUA/Nova Zelândia, 144 minutos, 2014.

Se não me falha a memória, foi o Pablo Villaça que afirmou que, se Peter Jackson tivesse realizado O Senhor dos Aneis nos mesmos moldes em que elaborou a trilogia O Hobbit, que finalmente chega ao final com este A Batalha dos Cinco Exércitos, não teríamos "apenas" três filmes e sim nove. Que poderiam totalizar, pasme, mais de 30 horas de película sobre uma mesma obra. Quase uma minissérie, no caso. Acho que, o que todo mundo já sabe é que Jackson, talvez na ânsia de capitalizar em cima da história criada por J. R. Tolkien, tenha exagerado na dose ao transformar um volume de pouco mais de 300 páginas em uma trilogia.
O resultado foi uma franquia arrastada, lenta e em alguns casos, como no episódio intermediário, intitulado A Desolação de Smaug, constrangedora, tamanha a encheção de linguiça. Ainda assim, é preciso que a justiça seja feita: se os dois filmes anteriores poderiam muito bem ter passado por mais cortes na ilha de edição - talvez virando um só, sei lá - o terceiro episódio é disparado o melhor, compensando as desastrosas obras anteriores, que quase colocam todo o universo mágico de Tolkien a perder. E aqui, nem entremos no mérito da ambição das produtoras, muito interessadas em faturar. Aliás, estratégia que parece dar certo, em muitos casos.


Retomando os eventos que finalizaram A Desolação de Smaug, o terceiro episódio já começa a todo vapor, quando o dragão Smaug, após ser expulso da montanha de Erebor, resolve atacar a Cidade dos Homens, povoado que fica próximo ao local. Após a queda de Smaug pelas mãos de Bard (Luke Evans), a riqueza de Erebor - a caixa forte do Tio Patinhas talvez fosse um cômodo do local - passa a chamar a atenção de anões, homens e elfos. Só que, enquanto eles debatem quem fica com a BOLADA, as forças do mal - e um exército de milhares de orcs, é claro -, se encaminha pro local, com o objetivo de pegar a bufunfa na marra.
A trama centra seu foco no Rei Thorin (Armitage) que, embebido pela ambição, acredita poder se apossar de todo o ouro disponível, mesmo tendo prometido, anteriormente, apoio financeiro aos homens e a sua cidade. O arco dramático criado por Jackson, nesse caso, funciona, uma vez que, de nada adiantará o bate-boca sobre grana, se os orcs estão chegando pra passar o rodo no local. As cenas de batalha - que ocupam mais de 60% da película - seguem sendo o grande ponto forte, devendo agradar em cheio a gurizada chegada num videogame. E se, até então, O Hobbit nada mais era do que uma obra fastidiosa, pode-se dizer que, ao menos no fechamento, ela mostrou a que veio.

Nota: 6,9


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