domingo, 21 de dezembro de 2014

5 Melhores Discos de 2014 - Por Henrique Oliveira

Iniciando as postagens e aproveitando a época do ano, optei por começar com uma lista dos mais mais. No meu caso um Top 5, ao contrário do nosso editor-chefe Tiago Bald. Até porque eu não ouvi tantos álbuns assim neste ano e também não tenho a bagagem de um crítico musical. No entanto, o objetivo aqui é listar os 5 discos que mais me emocionaram e fizeram ter vontade de ouvi-los inúmeras vezes, aquele tipo de álbum que dá vontade de recomendar pra todo mundo que a gente gosta. E como aqui é um bom espaço pra isso, vamos lá!

5) The War on Drugs - Lost in the Dream



Este disco estava no meu playlist há tempos devido a super aclamação da crítica internacional, mas eu não me puxava pra ouvir por causa da duração das faixas (a maioria ultrapassa os 6 minutos), e de prima assim não me prendeu muito. Até que eu vi uma apresentação ao vivo que me fez ver a banda com outros olhos. O carisma, a intensidade e a beleza das interpretações me fizeram voltar ao álbum e tudo que eu buscava estava lá: canções simples, porém com camadas e mais camadas de violões, guitarras, teclados, tudo de uma beleza ímpar! Ecos de clássicos como Bob Dylan, Neil Young, mas com uma roupagem dream pop contemporânea. Ouça:  Red Eyes, An Ocean Between the Waves, Eyes to the Wind.




4) TV on the Radio - Seeds




O TV on the Radio é uma de minhas bandas favoritas, então cada lançamento é aguardado com expectativa. No início faziam um som mais hermético, mas com o passar dos anos foram aprimorando seu som até chegar em Seeds, seu disco mais pop e acessível, com inúmeras canções candidatas a hit - porém sem perder a qualidade dos álbuns anteriores. Não chega a ser uma obra-prima como o Dear Science, de 2008, mas é uma excelente porta de entrada para novos ouvintes e um dos melhores do ano pra deixar no repeat. Destaques: Careful You, Happy Idiot, Love Stained.




3) The Afghan Whigs - Do to the Beast



No início dos anos 90 o grunge dominava o mundo do rock alternativo com bandas como Nirvana, Pearl Jam, Soundgarden, entre outras. Porém uma banda que se sobressaiu e me conquistou neste período foi o The Afghan Whigs, que incorporava elementos do soul e do funk com a sujeira das guitarras, além das letras e vocais passionais. Em 1998 a banda abandonou as atividades com o já clássico disco 1965, no entanto o vocalista Greg Dulli manteve-se na ativa com outros projetos - dentre eles o maravilhoso The Twilight Singers. Eis que, 16 anos depois, a banda volta a lançar um belíssimo álbum, amadurecido e referenciando os tempos longínquos, porém sem perder o senso de inovar e surpreender. O lançamento deste disco seria feito no Bar Opinião, em Porto Alegre, porém foi cancelado devido à falta de procura por ingressos. Com isso, meu sonho de ver a banda ao vivo (suas performances são espetaculares) desvaneceu - numa das maiores decepções do ano. Mas resta o registro sonoro a ser divulgado pra que mais pessoas tomem conhecimento deste magnífico trabalho. Ouça: It Kills, Algiers, Lost in the Woods.




2) Spoon - They Want My Soul



O Spoon é uma banda bem conhecida no meio alternativo porém não do grande público. Com uma discografia irrepreensível, apresentam todos os elementos que fizeram o rock alternativo ser um gênero apreciado praticamente no mundo todo: linhas de guitarras espertas e pouco convencionais, o vocal rasgado, um certo experimentalismo, e um senso pop que, quando desvendado, tornava a experiência de ouvir as canções ainda mais rica. Lembro com clareza do momento em que coloquei os fones e ouvi este disco do início ao fim: por diversas vezes abri um sorriso ao me dar conta que ali nascia o meu novo favorito da banda. Sabendo que, no momento em que o mesmo terminasse, voltaria a tocar no player. Um disco redondo, com 10 canções enxutas e perfeitas, uma série de hits prontos pra tocar no rádio e tornar a banda finalmente conhecida. E, o melhor, sem perder a qualidade e a peculiaridade que tornou sua identidade inconfundível. Destaques: Inside Out, Rainy Taxi, Do You, New York Kiss.




1) Ryan Adams - Ryan Adams



O motivo deste disco estar em primeiro da lista é simples: foi o álbum que mais ouvi em 2014. Aquele tipo raro de disco que faz ter vontade de voltar a ele de tempos em tempos. O poder está nas canções. O Ryan Adams é prolífico e lança uma penca de músicas cada pouco, tudo com grande qualidade. Mas parece que ele deixou para seu álbum homônimo deste ano uma espécie de best of, surpreendendo com um discaço na sua já excelente e extensa discografia. É incrível como ele consegue transformar cada canção em uma peça única, com emoção e simplicidade. Fazer algo experimental e barulhento é fácil, mas despir as canções, deixá-las com o seu básico, e trazer um tipo de produção que faz as mesmas soarem atemporais (do tipo em que parece trazer à tona algo há tempos escondido na nossa memória), não é tarefa pra qualquer um. E aqui há uma amostra do melhor que o rock americano vem desenvolvendo desde os anos 90, uma boa pedida para as estradas (metafóricas e literais) da vida. Destaque: Todas.

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