terça-feira, 18 de novembro de 2025

Pitaquinho Musical - Joy Crookes (Junipero)

Acho que o disco que mais me impactou na lista daqueles que ninguém ouviu em 2025 foi esse Junipero da Joy Crookes. Sabe aquele álbum que é exatamente aquilo que você precisa em certo momento? Que conecta imediatamente com, sei lá, a alma? Foi o que me ocorreu quando ouvi esse desfile de canções sofisticadas, que fundem R&B, jazz e pop adulto contemporâneo, com um pezinho no trip hop. Tudo empacotado pela voz aconchegante da artista, que parece ficar perfeita não apenas como trilha sonora noturna, daquelas que percorre os bares mais interessantes, mas também para o dia levemente ensolarado, talvez à beira de uma piscina, com um drink à mão. Britânica de Londres, mas filha de mãe bengali e de pai irlandês, a artista parece incorporar toda uma mescla de influências que vão de Marvin Gaye e Macy Gray, até chegar a Amy Winehouse e Lily Allen.

 


O resultado são verdadeiras obras-primas da música moderna, como a irresistível e acetinada Pass the Salt, feita em parceria com Vince Staples. Já a deliciosa Carmen, interpola Bennie & The Jets, do Elton John, na construção de uma melodia poderosa ao piano, com efeitos levemente oníricos. Com tudo culminando em um refrão pegajoso, que combina perfeitamente com a letra sobre os cada vez mais altos - e muitas vezes excludentes, especialmente em relação às mulheres negras - padrões de beleza na sociedade (Morena europeia com meu olhar londrino / Eu fico com inveja desse tipo baunilha / Você é clássica como Coco Chanel / É errado eu querer isso pra mim?). Mas, sinceramente, pessoal, aqui é até difícil falar de músicas em específico, porque tudo é perfeito demais. First Last Dance, Somebody to You, Mathamatics, House With a Pool, Mother, enfim, é até difícil selecionar aquela que se destaca. Tudo é destaque, afinal. Só dê o play. De nada.

Nota: 10 

Nenhum comentário:

Postar um comentário