terça-feira, 5 de agosto de 2025

Pitaquinho Musical - Pulp (More)

Só o Pulp pra lançar um disco tão... Pulp em pleno 2025. E eu confesso que eu não estava preparado pra simplesmente gostar do álbum dos ingleses. Sabe aquele retorno que tu tá pronto pra achincalhar, meio que no modo "nem dei play já não gostei"? A minha energia tava meio que nessas até o momento de ouvir More a primeira vez. A segunda. A terceira. Nesse momento eu já tava cantando junto o refrão grudento de Grown Ups, uma canção longa e gloriosa sobre amadurecimento, cheia de citações culturais e uma poesia que faz a gente navegar diretamente praquele climinha brit pop 90 (Foi na noite que me deixaram sair de casa / Foi na noite em que peguei o ônibus sozinho / E a cidade deslizava pelas janelas / Como um filme que estava apenas começando). Vinte e quatro anos de passaram desde o último registro de Jarvis Cocker e companhia e, bem, eles soam como se estivessem nisso há décadas (e a real é que estão).

 


Em entrevista, o vocalista afirmou que tudo começou com a enevoada The Hymn of the North, que começou a ser tocada nos shows desde que o grupo voltou aos palcos em 2023. Foi tudo rápido até que um novo trabalho fosse formatado e a real é que talvez houvesse bastante coisa acumulada nesses anos todos, porque More nunca faz feio como uma continuação meio que natural dos clássicos Different Class (1995), This Is Hardcore (1998) e We Love Life (2001) que eu, nas minhas madrugadas de Lado B na MTV, cresci ouvindo (e amando). Mesclando a possibilidade de dar uns passinhos animados nos inferninhos alternativos, mas sem deixar de lado as letras provocativas e cheias de ironias sobre temas sérios como fanatismo religioso (Slow Jam), ou mundanos como amores platônicos e perturbados (Tina) ou a importância de dizer um "eu te amo" (Got to Have Love), a banda constroi um disco que surpreende pela vitalidade. Aliás, Got to Have Love tem uma das melhores frases do trabalho: Sem amor você está apenas se masturbando dentro de outra pessoa. O homem sabe das coisas.

Nota: 8,5 

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