terça-feira, 11 de março de 2025

Pitaquinho Musical - Nao (Jupiter)

Basta uma olhada rápida nos títulos de algumas das faixas do quarto álbum de inéditas da britânica Nao - Happy People, Light Years, Better Days, We All Win -, para que tenhamos certeza: os tempos mais sombrios e desesperançosos talvez tenham ficado para trás. E não é que a artista, que faz aquela mescla sensual da R&B, pop e eletrônica, fosse excessivamente soturna antes, mas o caso é que Jupiter é mais solar do que nunca. É como uma luz no fim do túnel. Um raio de sol depois de uma temporada meio infernal. Diagnosticada com Síndrome da Fadiga Crônica e sofrendo com um rompimento amoroso na época de Saturn (2018), a cantora ainda teve de reunir forças para lançar o esperançoso And Then Life Was Beautiful (2021), na esteira da pandemia. Nesse sentido, o recente registro mira (e acerta) na esperança. Ainda que nunca de forma ingênua.

 


"Eu estava tipo 'sabe de uma coisa', depois de tudo o que passei, sinto que Jupiter é a maneira perfeita de simbolizar isso", resumiu no material de divulgação, que explicou também o conceito por trás do disco, com o planeta visível a olho nu, servindo como uma alegoria para o otimismo, a saúde, a sabedoria e a boa sorte (de acordo com a Astrologia). Nostálgico e cheio de personalidade, o trabalho de essência dançante apostas em sintetizadores divertidos e batidas iluminadas, que servem de base para canções eufóricas, como Wildflowers, que abre o disco num astral elevado, o que é reforçado pela letra sobre a importância de se viver plenamente (O tempo deveria esperar por nós, mas não vai / Então se você me ama, então diga que me ama até o fim dos tempos). O expediente se repete em outras, como na já citada Happy People, que bebe na fonte do afrobeat, enquanto versa sobre o valor do senso de comunidade e a respeito de conexões com aqueles que importam (Eu encontrei meu povo / Vivendo como pessoas felizes). Sério, vale a pena prestar atenção.

Nota: 8,5

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário