Apenas por curiosidade resolvi abrir alguns fóruns online pra ver o que os ouvintes estavam falando sobre The Life of a Showgirl, o décimo segundo disco da Taylor Swift e confesso a vocês que fiquei impactado em como as pessoas levam a sério o trabalho da loirinha! De comentários maldosos sobre ela estar sendo uma paródia de si própria, passando por discursos moralistas a respeito das letras tardiamente safadas da artista e críticas a um certo cansaço da imagem, até chegar ao auge de alguém dizer que ela só faz música pra atender o seu público, não seguindo seu "coração", aparentemente tudo está em julgamento. E nada está em seu lugar. Como o fã de novela que se queixa dos seguidos furos de roteiro, ou o consumidor de fast food que não entende como um hambúrguer tão famoso pode ser tão pobre do ponto de vista nutricional, espera-se que a Taylor, aparentemente, seja como uma espécie de baluarte da salvação da música no ano de 2025. Que ela dê um novo direcionamento para o seu pop de violão. Para que ela avance ainda mais pra dentro do matagal e da fogueira depois dos excelentes folklore e evermore (2020). E fuja do óbvio sem nunca mais olhar pra trás.
Mas, vamos combinar que talvez a Taylor só esteja feliz, convertendo essa alegria de um novo amor - alguém que a trata com doçura sem arroubos irônicos (Honey), que tem uma rola mágica de uns 20 centímetros (Wood) -, em um disco cheio de petardos brilhosos pra cantar junto, como as ótimas Opalite e The Fate of Ophelia (esta última com citações à Shakespeare, pra quem tá sedento por algum tipo de profundidade). Não é todo o dia que a gente precisa de uma dissertação de Mestrado musical - e o que não faltam são bandas diferentonas nessa seara. E o que o que me deixou surpreso, de fato, foi que a cantora chegou a anunciar que estava fazendo uma espécie de retorno aos tempos de Red (2012) e de 1989 (2014), que é o que acontece aqui. Ou seja, tudo estava alinhado! Sim, há acenos sobre o drama da mulher branca e famosa na era do cancelamento (CANCELLED!), a respeito da exploração na indústria da música (Father Figure, que tem uma interpolação de George Michael em uma canção de mesmo nome), além de uma diss track desajeitada, que parece direcionada à Charli XCX (Actually Romantic). Nada mais adequado para a hora do treino ou para encarar uma louça em cima da pia. E vida que segue!
Nota: 8,5
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