terça-feira, 28 de outubro de 2025

Pitaquinho Musical - TOPS (Bury the Key)

Vamos combinar que esse ano está tão impressionante do ponto de vista musical, que até aquelas bandas que, em muitos casos, não chamam muito a atenção, parecem empenhadas em entregar o seu melhor lançamento em anos. E é justamente esse o caso do TOPS e de seu quinto registro de inéditas Bury the Key. A capa, de tintas meio sombrias, pode até enganar os ouvintes desavisados, mas o que o grupo capitaneado por Jane Penny faz, aqui, é arredondar ainda mais o seu sophisti-pop etéreo, deixando-o ainda mais limpo, mais acessível. Claro que os trabalhos anteriores nunca foram aquele exemplar de som garageiro, mas aqui temos uma banda tão iluminada e tão dedicada a uma ambientação mais aconchegante, que singles como ICU2 não fariam feio em algum disco dos conterrâneos do The New Pornographers.

 


Em linhas gerais é até meio divertido ver canções de títulos potentes como Falling on My Sword - que parece saída de algum disco de love metal dos anos 80 -, fazendo de conta que há um peso a mais de guitarra, que nunca chega a se converter em um abalo roqueiro de fato. Até mesmo porque a natureza do TOPS sempre foram as canções pegajosas inundadas em sintetizadores primaveris, cheios de carisma e de guitarras arejadas, como no caso da saborosa Chlorine, um esforço eficaz sobre a sensação de solidão em meio aos bares da cidade (Pare de encher meu copo com tanto amor vazio). Já Mean Streak consegue soar açucarada e metafórica, mesmo que os versos sugiram a eventual dor decorrente de um amor não correspondido ou de uma relação mais tóxica (Por quê você fica com ela, quando sempre me quis?). Enfim, mais um disco que parece pequeno nas aparências. Mas que se agiganta a nova audição.

Nota: 8,5 

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