Programa Enciclopédia 95&1 apresentado por Tiago Segabinazzi.
domingo, 24 de maio de 2015
PicanhaCast 14/05/2015
O novo disco do Blur, o filme "Cake - Uma Razão para Viver", CineBaú com o clássico "Asas do Desejo" de Wim Wenders e o Pra Ouvir com Marcelo Jeneci foram os temas do mais recente PicanhaCast.
Programa Enciclopédia 95&1 apresentado por Tiago Segabinazzi.
Programa Enciclopédia 95&1 apresentado por Tiago Segabinazzi.
quarta-feira, 20 de maio de 2015
Cinema - Mad Max: Estrada da Fúria
De: George Miller. Com Tom Hardy, Charlize Theron, Nicholas Hoult e Hugh Keays-Byrne. Ação / Ficção Científica, EUA / Austrália, 2015, 120 minutos.
A série Mad Max fez sucesso no final dos anos 70 e início dos 80, com uma história que se passa em um futuro distópico, em que a água e os combustíveis são escassos e gangues de selvagens dominam as estradas, cometendo crimes. Com o seu visual kitsch - repleto de sujeitos esquisitos, usando roupas e cabelos pouco convencionais, que mais pareciam saídos de um festival de hard rock, aliado ainda aos cenários arenosos e as motos e carros possantes - a trilogia divertiu milhares de fãs, entre eles eu, que não perdia uma sessão de Além da Cúpula do Trovão, na Sessão da Tarde. Só que uma revisão nos filmes, nos faz concluir que a obra talvez tenha envelhecido meio mal. Sim, as três películas ainda são adoradas pelos fãs, estando no imaginário de qualquer cinéfilo. Mas o visual um tanto tosco, aliado ao senso de humor de tiozão, parece ter parado lá no meio dos anos 80, durante um show do Twisted Sisters.
Então, se em muitos casos a ideia de uma reimaginação de série - ou reboot, spin off, refilmagem, ou qualquer termo do tipo - é capaz de fazer com que os fãs de algum filme fiquem com os cabelos em pé - alguém aí falou em Gus Van Sant filmando Psicose? - é preciso que se diga que, nesse caso, com toda a tecnologia disponível, capaz de engendrar toda uma gama de possibilidades, um novo filme seria mais do que bem-vindo! É, pode ser, mas como fazer isso sem o Mel Gibson como protagonista? O astro hoje está beirando os 60 anos, o que inviabilizaria a maioria das cenas que, vamos combinar, são mais frenéticas do que o The Flash depois de tomar um gole de Red Bull. A solução foi atualizar também o astro e a escolha de Tom Hardy, que recentemente empilhou boas produções - A Origem, O Espião que Sabia Demais, Os Infratores e Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge, só pra citar algumas - não poderia ser mais acertada.
Hardy vive um Max que inicia o filme sendo capturado por Imortan Joe (Keays-Byrne), líder de uma cidadela no meio do deserto pós-apocalíptico, que detém o "monopólio" da água. Por causa disso, Joe escraviza a população que lhe serve exclusivamente para a prestação de serviços - que podem ser desde a doação de leite até a realização de trabalho pesado. Max está sendo levado para funcionar como "banco de sangue" para os mercenários que trabalham para o ditador. A coisa muda de figura quando a personagem Furiosa (Charlize Theron, novamente despindo-se de qualquer vaidade por uma personagem) foge da comunidade com um grupo de mulheres, o que vai colocar todo um exército atrás dela. E, Max, indiretamente vai junto com o comboio.
A partir daí tem início a maior perseguição ininterrupta (e insana!) da história recente do cinema. Se você não tem muita paciência para ação, nem arrisque, por que o filme é enérgico, visceral, sanguíneo, efervescente, barulhento. Alucinante! Pablo Villaça, do Cinema em Cena afirmou que esse filme morreria de overdose se fosse uma pessoa - no melhor sentido da expressão, já que ele deu cinco estrelas pra obra de George Miller, que retorna da série, como se ainda fosse um guri. Sua câmera vai de lá para cá, mostrando perseguições desenfreadas, carros estilizados (aquele que lembra um porco-espinho é demais!), homens dependurados em cordas, varas e até tocando guitarra. E explosões, tiros, metal, sangue e vísceras. Tudo elevado à quinta potência! Mad Max: Estrada da Fúria (Mad Max: Fury Road), com sua fotografia e design de produção impecáveis e trilha sonora impactante, não apenas respeita a trilogia, como a melhora e a engrandece. O cinema de ação agradece!
Nota: 8,5
A série Mad Max fez sucesso no final dos anos 70 e início dos 80, com uma história que se passa em um futuro distópico, em que a água e os combustíveis são escassos e gangues de selvagens dominam as estradas, cometendo crimes. Com o seu visual kitsch - repleto de sujeitos esquisitos, usando roupas e cabelos pouco convencionais, que mais pareciam saídos de um festival de hard rock, aliado ainda aos cenários arenosos e as motos e carros possantes - a trilogia divertiu milhares de fãs, entre eles eu, que não perdia uma sessão de Além da Cúpula do Trovão, na Sessão da Tarde. Só que uma revisão nos filmes, nos faz concluir que a obra talvez tenha envelhecido meio mal. Sim, as três películas ainda são adoradas pelos fãs, estando no imaginário de qualquer cinéfilo. Mas o visual um tanto tosco, aliado ao senso de humor de tiozão, parece ter parado lá no meio dos anos 80, durante um show do Twisted Sisters.
Então, se em muitos casos a ideia de uma reimaginação de série - ou reboot, spin off, refilmagem, ou qualquer termo do tipo - é capaz de fazer com que os fãs de algum filme fiquem com os cabelos em pé - alguém aí falou em Gus Van Sant filmando Psicose? - é preciso que se diga que, nesse caso, com toda a tecnologia disponível, capaz de engendrar toda uma gama de possibilidades, um novo filme seria mais do que bem-vindo! É, pode ser, mas como fazer isso sem o Mel Gibson como protagonista? O astro hoje está beirando os 60 anos, o que inviabilizaria a maioria das cenas que, vamos combinar, são mais frenéticas do que o The Flash depois de tomar um gole de Red Bull. A solução foi atualizar também o astro e a escolha de Tom Hardy, que recentemente empilhou boas produções - A Origem, O Espião que Sabia Demais, Os Infratores e Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge, só pra citar algumas - não poderia ser mais acertada.
Hardy vive um Max que inicia o filme sendo capturado por Imortan Joe (Keays-Byrne), líder de uma cidadela no meio do deserto pós-apocalíptico, que detém o "monopólio" da água. Por causa disso, Joe escraviza a população que lhe serve exclusivamente para a prestação de serviços - que podem ser desde a doação de leite até a realização de trabalho pesado. Max está sendo levado para funcionar como "banco de sangue" para os mercenários que trabalham para o ditador. A coisa muda de figura quando a personagem Furiosa (Charlize Theron, novamente despindo-se de qualquer vaidade por uma personagem) foge da comunidade com um grupo de mulheres, o que vai colocar todo um exército atrás dela. E, Max, indiretamente vai junto com o comboio.
A partir daí tem início a maior perseguição ininterrupta (e insana!) da história recente do cinema. Se você não tem muita paciência para ação, nem arrisque, por que o filme é enérgico, visceral, sanguíneo, efervescente, barulhento. Alucinante! Pablo Villaça, do Cinema em Cena afirmou que esse filme morreria de overdose se fosse uma pessoa - no melhor sentido da expressão, já que ele deu cinco estrelas pra obra de George Miller, que retorna da série, como se ainda fosse um guri. Sua câmera vai de lá para cá, mostrando perseguições desenfreadas, carros estilizados (aquele que lembra um porco-espinho é demais!), homens dependurados em cordas, varas e até tocando guitarra. E explosões, tiros, metal, sangue e vísceras. Tudo elevado à quinta potência! Mad Max: Estrada da Fúria (Mad Max: Fury Road), com sua fotografia e design de produção impecáveis e trilha sonora impactante, não apenas respeita a trilogia, como a melhora e a engrandece. O cinema de ação agradece!
Nota: 8,5
sexta-feira, 15 de maio de 2015
Lançamento de Videoclipe - Spoon (Inside Out)
Os americanos do Spoon lançaram um dos mais elogiados discos do ano passado, intitulado They Want My Soul. De lá para cá, o grupo capitaneado pelo vocalista e guitarrista Britt Daniel tem se empenhado na divulgação do trabalho. Após dois singles - Rent I Pay e Do You - agora foi a vez da climática Inside Out receber videoclipe. O material foi dirigido pela dupla LeBlanc e Cudmore e mostra várias cenas de violência no cotidiano, com direito a câmera lenta e efeitos especiais. Pra conferir o vídeo é só dar o play!
quinta-feira, 14 de maio de 2015
Disco da Semana pt. 2 - Mumford & Sons (Wilder Mind)
Maio tem sido um mês de grandes lançamentos e, por isso mesmo, nesta semana teremos não um, mas dois Discos da Semana. E o comentário da vez fica sobre um álbum que vem dando o que falar: Wilder Mind, terceiro disco da banda britânica Mumford & Sons.
Conhecido por fazer um som com pitadas de country e folk, o grupo, formado em Londres no ano de 2007, fez um grande sucesso comercial com sua mistura de melodia, letras que versam sobre relacionamentos, um vocalista com excelente potencial e um inseparável banjo que dava um ar mais agitado e animado às canções. Foi assim nos primeiros discos, Sigh No More (2009) e Babel (2012). No entando, a fórmula (batida, por sinal, mas que trazia identidade à banda) parecia ter se esgotado. Porém, ao entrar em estúdio com o produtor Aaron Dessner, guitarrista do sensacional grupo The National, Marcos Mumford e sua trupe decidiram abandonar o banjo em definitivo, dando uma guinada com ares mais contemporâneos ao invés de um retorno às sonoridades passadas.
O resultado foi polêmico. Publicações consagradas como Pitchfork e Allmusic trataram de criticar a nova sonoridade, considerada pouco original e derivativa de bandas "lota estádios" tais como Coldplay e U2. O argumento é que a banda deixara de ter identidade pra fazer mais do mesmo - só que pior. Realmente, a ousadia de Wilder Mind está mais na guinada na carreira do que propriamente em criar um som inovador. Neste novo trabalho, as canções tem uma pegada mais puxada para o pop/rock, o que desagradou os fãs mais conservadores, mas que deve atrair um público que antes não se interessava pela banda - eu, no caso.
A despeito das letras pouco elaboradas (difícil não soar chavão ao falar de problemas amorosos), o som é melodioso, agradável de ouvir, daqueles que dá pra colocar no som da sala e toda a família irá curtir - pelo menos a sua mãe não irá reclamar. O destaque fica por conta do vocal de Marcus Mumford, uma mistura de Glen Hansard (aquele do filme Once - Apenas Uma Vez) e Caleb Followill (do Kings of Leon), cujo timbre casa perfeitamente com a atmosfera melancólica das canções. Músicas como Believe e The Wolf tem mais cara de hit, enquanto outras como Just Smoke e Cold Arms são belas à sua maneira.
Cá pra nós, este é um disco que não irá salvar o mundo nem entrará para a história, mas que fez com que seus criadores saíssem de sua zona de conforto em busca de algo mais, mesmo que aquém de sua ambição. Apreciadores de boa música pop feita com o coração tem o que curtir aqui, e eu, por sinal, antes um ignorante em relação ao grupo, estarei de olhos bem abertos para o que virá a partir daqui.
Nota: 7,0
Conhecido por fazer um som com pitadas de country e folk, o grupo, formado em Londres no ano de 2007, fez um grande sucesso comercial com sua mistura de melodia, letras que versam sobre relacionamentos, um vocalista com excelente potencial e um inseparável banjo que dava um ar mais agitado e animado às canções. Foi assim nos primeiros discos, Sigh No More (2009) e Babel (2012). No entando, a fórmula (batida, por sinal, mas que trazia identidade à banda) parecia ter se esgotado. Porém, ao entrar em estúdio com o produtor Aaron Dessner, guitarrista do sensacional grupo The National, Marcos Mumford e sua trupe decidiram abandonar o banjo em definitivo, dando uma guinada com ares mais contemporâneos ao invés de um retorno às sonoridades passadas.
O resultado foi polêmico. Publicações consagradas como Pitchfork e Allmusic trataram de criticar a nova sonoridade, considerada pouco original e derivativa de bandas "lota estádios" tais como Coldplay e U2. O argumento é que a banda deixara de ter identidade pra fazer mais do mesmo - só que pior. Realmente, a ousadia de Wilder Mind está mais na guinada na carreira do que propriamente em criar um som inovador. Neste novo trabalho, as canções tem uma pegada mais puxada para o pop/rock, o que desagradou os fãs mais conservadores, mas que deve atrair um público que antes não se interessava pela banda - eu, no caso.
A despeito das letras pouco elaboradas (difícil não soar chavão ao falar de problemas amorosos), o som é melodioso, agradável de ouvir, daqueles que dá pra colocar no som da sala e toda a família irá curtir - pelo menos a sua mãe não irá reclamar. O destaque fica por conta do vocal de Marcus Mumford, uma mistura de Glen Hansard (aquele do filme Once - Apenas Uma Vez) e Caleb Followill (do Kings of Leon), cujo timbre casa perfeitamente com a atmosfera melancólica das canções. Músicas como Believe e The Wolf tem mais cara de hit, enquanto outras como Just Smoke e Cold Arms são belas à sua maneira.
Cá pra nós, este é um disco que não irá salvar o mundo nem entrará para a história, mas que fez com que seus criadores saíssem de sua zona de conforto em busca de algo mais, mesmo que aquém de sua ambição. Apreciadores de boa música pop feita com o coração tem o que curtir aqui, e eu, por sinal, antes um ignorante em relação ao grupo, estarei de olhos bem abertos para o que virá a partir daqui.
Nota: 7,0
quarta-feira, 13 de maio de 2015
Disco da Semana - Blur (The Magic Whip)
Existem algumas bandas que, ao anunciarem um novo álbum após determinado tempo de hiato, geram mais comentários, expectativas e falatório no processo que envolve o "antes" e o "durante" do que no "depois". Foi o caso do Blur quando afirmou, ainda no ano passado, que estava trabalhando em seu oitavo registro, que chegou ao mercado no final de abril sob o nome de The Magic Whip. O Blur, é preciso que se diga, é uma das bandas da minha vida. Passei a pós-adolescência escutando canções de discos como Parklife, The Great Escape e 13. Muitas delas se mantém até hoje como favoritas. Eram músicas que me faziam instalar a bunda no sofá de casa, nas tardes do final dos anos 90, apenas para aguardar a exibição de vídeos em programas como Gás Total ou Disk, da finada MTV.
Assim sendo, é preciso admitir que é difícil uma resenha isenta ou livre de qualquer inclinação, mais ou menos como faz o apaixonado comentarista esportivo, que não consegue esconder a seu amor pelo clube que está em campo. Salvo se o disco fosse um lixo pedante ou pretensioso, daqueles intragáveis ou exasperantes, a minha tendência sempre seria a de valorizar o processo criativo (e põe criativo nisso) de Damon Albarn & companhia. Albarn no ano passado lançou um belo disco solo - quem ainda não escutou o Everyday Robots, fica como dica para a dobradinha discográfica. As fotos no site do Gorillaz dão indícios de que vem por aí material novo também desse grupo. Então, minimamente, acomodado o cantor e compositor inglês não é já que, todos sabemos, ele não precisa provar nada a ninguém.
Ainda assim, Albarn saiu da zona de conforto e lançou, com seu grupo, um disco que não faria feio em meados dos anos 90, se surgisse entre o Modern Life is Rubish e o Parklife, por exemplo. Ainda que a inspiração seja oriental - o trabalho foi gravado em um estúdio em Honk Kong - estão lá, novamente, um apanhado de canções que falam sobre as angústias do homem moderno, a sua relação com a tecnologia, o vazio existencial das noites em família, o caos urbano, o individualismo, a rotina do trabalho, a utilização de remédios para suprir todos os tipos de carência, os sonhos esfacelados, a necessidade de aprovação pelos demais. Poucas bandas conseguiram, nos anos 90, tratar de temas que seriam hoje tão atuais. E o mais legal é que o mesmo diálogo está lá, em canções recheadas de bons refrões, ganchos e instrumental alinhado com aquilo que se faz nos dias de hoje.
Alguém poderá dizer: é mais do mesmo. Oras, o Blur não lançava nada de novo desde o também ótimo Think Thank, de 2003. Tudo o que os fãs aguardavam, ansiosamente, era um disco com ar renovado, mas para curtir aquela banda que sempre conheceram. Lonesome Street - elogiada até mesmo por Liam Gallagher do Oasis (um dos reconhecidos desafetos de Albarn e seus comparsas), como possível música do ano -, tem um refrão tão grudento e um instrumental tão marcante que, bom, talvez Liam não esteja tão errado. Outras gemas como Go Out - desafio você a não ficar com o papapapapa na cabeça depois de duas audições -, Thought I Was a Spaceman, There are to Many of Us (a melhor de todas), My Terracota Heart, Ghost Ship e Pyongyang, também entregam o que de melhor o Blur sabe fazer: grandes canções. Que acertam em cheio no coração de quem gosta de boa música. Como o comentarista esportivo ali de cima: fica a torcida por mais.
Nota: 8,0
Assim sendo, é preciso admitir que é difícil uma resenha isenta ou livre de qualquer inclinação, mais ou menos como faz o apaixonado comentarista esportivo, que não consegue esconder a seu amor pelo clube que está em campo. Salvo se o disco fosse um lixo pedante ou pretensioso, daqueles intragáveis ou exasperantes, a minha tendência sempre seria a de valorizar o processo criativo (e põe criativo nisso) de Damon Albarn & companhia. Albarn no ano passado lançou um belo disco solo - quem ainda não escutou o Everyday Robots, fica como dica para a dobradinha discográfica. As fotos no site do Gorillaz dão indícios de que vem por aí material novo também desse grupo. Então, minimamente, acomodado o cantor e compositor inglês não é já que, todos sabemos, ele não precisa provar nada a ninguém.
Ainda assim, Albarn saiu da zona de conforto e lançou, com seu grupo, um disco que não faria feio em meados dos anos 90, se surgisse entre o Modern Life is Rubish e o Parklife, por exemplo. Ainda que a inspiração seja oriental - o trabalho foi gravado em um estúdio em Honk Kong - estão lá, novamente, um apanhado de canções que falam sobre as angústias do homem moderno, a sua relação com a tecnologia, o vazio existencial das noites em família, o caos urbano, o individualismo, a rotina do trabalho, a utilização de remédios para suprir todos os tipos de carência, os sonhos esfacelados, a necessidade de aprovação pelos demais. Poucas bandas conseguiram, nos anos 90, tratar de temas que seriam hoje tão atuais. E o mais legal é que o mesmo diálogo está lá, em canções recheadas de bons refrões, ganchos e instrumental alinhado com aquilo que se faz nos dias de hoje.
Alguém poderá dizer: é mais do mesmo. Oras, o Blur não lançava nada de novo desde o também ótimo Think Thank, de 2003. Tudo o que os fãs aguardavam, ansiosamente, era um disco com ar renovado, mas para curtir aquela banda que sempre conheceram. Lonesome Street - elogiada até mesmo por Liam Gallagher do Oasis (um dos reconhecidos desafetos de Albarn e seus comparsas), como possível música do ano -, tem um refrão tão grudento e um instrumental tão marcante que, bom, talvez Liam não esteja tão errado. Outras gemas como Go Out - desafio você a não ficar com o papapapapa na cabeça depois de duas audições -, Thought I Was a Spaceman, There are to Many of Us (a melhor de todas), My Terracota Heart, Ghost Ship e Pyongyang, também entregam o que de melhor o Blur sabe fazer: grandes canções. Que acertam em cheio no coração de quem gosta de boa música. Como o comentarista esportivo ali de cima: fica a torcida por mais.
Nota: 8,0
terça-feira, 12 de maio de 2015
Cinema - Cake: Uma Razão para Viver
De: Daniel Barnz. Com Jennifer Aniston, Anna Kendrick, Sam Worthington e Adriana Barraza. Drama, EUA, 2014, 102 minutos.
Filmes sobre pessoas que buscam se reerguer, após terem vivenciado alguma experiência dramática. Está aí um filão que Hollywood volta e meia gosta de explorar, com o lançamento de alguma película relacionada ao tema. Pois a obra da vez é o recém lançado Cake: Uma Razão para Viver (Cake), filme que foi relativamente badalado no início do ano, especialmente pelo fato de a atriz Jennifer Aniston - a eterna Rachel do Friends - ter sido indicado para o Globo de Ouro - ela perderia a honraria para Juliane Moore, por Para Sempre Alice. Jennifer é Claire Simmons, uma mulher que frequenta um grupo para apoio a pessoas que sofrem com dores crônicas. No local ela ficará obcecada pela jovem Nina (Anna Kendrick), frequentadora do grupo que se suicidou.
É preciso que se diga que o início do filme desperta muita curiosidade. Claire tem cicatrizes no rosto, caminha com dificuldade, se locomove sempre deitada dentro do carro, reclama e resmunga o tempo todo e de tudo com a governanta de origem mexicana Silvana - a ótima Barraza, indicada ao Oscar por Babel. Não bastassem taiss circunstâncias complicadas, ela ainda parece estar se separando do marido, que liga, pedindo para buscar as suas coisas, assim que puder. De preferência sem que os dois se encontrem. Tudo isso somado a estranha obsessão que a personagem tem por Nina, que aparece em seus sonhos, sempre com grande vivacidade. O que culmina, após uma visita, em uma aproximação entre Claire e o ex-marido de Nina, vivido por Worthington.
É um filme que parece que vai chegar lá. Só que nunca chega. Por que essa obsessão por Nina, já que Claire chega a ir ao local em que o suicídio ocorreu? Ela poderia ter sido salva pelas pessoas a sua volta? Qual era a relação entre as duas personagens? E o ex-marido de Claire? Por que foi mandado embora de casa? E o que exatamente teria ocorrido no passado, para que a deixasse com tantas cicatrizes - que verdadeiramente aparecem em seu rosto e corpo? Sim, lá pelas tantas, após algumas pistas terem sido fornecidas, até dá pra se formar uma ideia sobre aquilo que possa ter ocorrido. Mas tudo parece muito desconexo e sem lógica. Enquanto assistimos o filme, tudo que conseguimos é nos perguntar: o que tem a ver isso com aquilo? Em um dado momento o marido e a filha de Silvana aparecem. Para quê?
São muitas as perguntas sem resposta. E esse monte de pontas desamarradas, eventualmente, pode até funcionar como exercício de estilo. Como quando algum evento fica no ar, cabendo ao espectador a ligação de pontos. Mas não é o caso aqui. Jennifer até se esforça, ao entregar a melhor atuação de sua vida. Especialmente pelas exigências de sua personagem que, ainda que sejam sutis, são executadas de forma minimalista e competente. As participações especiais são apenas curiosas e em pouco acrescentam para a narrativa. O mesmo valendo para os diálogos que, em alguns casos, chegam a ser constrangedores - o que dizer da cena em que Silvana e Claire cruzam a fronteira do México para comprar medicamentos - denunciando, inclusive, uma indefinição quanto ao estilo do filme. Seria um drama? Ou uma comédia? Bom, eu não ri. E tampouco me emocionei.
Nota: 5,0
Filmes sobre pessoas que buscam se reerguer, após terem vivenciado alguma experiência dramática. Está aí um filão que Hollywood volta e meia gosta de explorar, com o lançamento de alguma película relacionada ao tema. Pois a obra da vez é o recém lançado Cake: Uma Razão para Viver (Cake), filme que foi relativamente badalado no início do ano, especialmente pelo fato de a atriz Jennifer Aniston - a eterna Rachel do Friends - ter sido indicado para o Globo de Ouro - ela perderia a honraria para Juliane Moore, por Para Sempre Alice. Jennifer é Claire Simmons, uma mulher que frequenta um grupo para apoio a pessoas que sofrem com dores crônicas. No local ela ficará obcecada pela jovem Nina (Anna Kendrick), frequentadora do grupo que se suicidou.
É preciso que se diga que o início do filme desperta muita curiosidade. Claire tem cicatrizes no rosto, caminha com dificuldade, se locomove sempre deitada dentro do carro, reclama e resmunga o tempo todo e de tudo com a governanta de origem mexicana Silvana - a ótima Barraza, indicada ao Oscar por Babel. Não bastassem taiss circunstâncias complicadas, ela ainda parece estar se separando do marido, que liga, pedindo para buscar as suas coisas, assim que puder. De preferência sem que os dois se encontrem. Tudo isso somado a estranha obsessão que a personagem tem por Nina, que aparece em seus sonhos, sempre com grande vivacidade. O que culmina, após uma visita, em uma aproximação entre Claire e o ex-marido de Nina, vivido por Worthington.
É um filme que parece que vai chegar lá. Só que nunca chega. Por que essa obsessão por Nina, já que Claire chega a ir ao local em que o suicídio ocorreu? Ela poderia ter sido salva pelas pessoas a sua volta? Qual era a relação entre as duas personagens? E o ex-marido de Claire? Por que foi mandado embora de casa? E o que exatamente teria ocorrido no passado, para que a deixasse com tantas cicatrizes - que verdadeiramente aparecem em seu rosto e corpo? Sim, lá pelas tantas, após algumas pistas terem sido fornecidas, até dá pra se formar uma ideia sobre aquilo que possa ter ocorrido. Mas tudo parece muito desconexo e sem lógica. Enquanto assistimos o filme, tudo que conseguimos é nos perguntar: o que tem a ver isso com aquilo? Em um dado momento o marido e a filha de Silvana aparecem. Para quê?
São muitas as perguntas sem resposta. E esse monte de pontas desamarradas, eventualmente, pode até funcionar como exercício de estilo. Como quando algum evento fica no ar, cabendo ao espectador a ligação de pontos. Mas não é o caso aqui. Jennifer até se esforça, ao entregar a melhor atuação de sua vida. Especialmente pelas exigências de sua personagem que, ainda que sejam sutis, são executadas de forma minimalista e competente. As participações especiais são apenas curiosas e em pouco acrescentam para a narrativa. O mesmo valendo para os diálogos que, em alguns casos, chegam a ser constrangedores - o que dizer da cena em que Silvana e Claire cruzam a fronteira do México para comprar medicamentos - denunciando, inclusive, uma indefinição quanto ao estilo do filme. Seria um drama? Ou uma comédia? Bom, eu não ri. E tampouco me emocionei.
Nota: 5,0
segunda-feira, 11 de maio de 2015
Separados no Nascimento - Nicolas Horn x Johnny Bravo
Hoje no Separados no Nascimento, trazemos o amigo e comunicador do Grupo Independente Nicolas Horn que, além de ser um cara super gente fina que entende muito de cultura, é a "lata" do Johnny Bravo. A foto abaixo não nos deixa mentir:
E aí, o que acharam?
Aproveitamos pra agradecer a todos que tem topado participar da brincadeira. Uma semana bem divertida e proveitosa a todos!
E aí, o que acharam?
Aproveitamos pra agradecer a todos que tem topado participar da brincadeira. Uma semana bem divertida e proveitosa a todos!
sexta-feira, 8 de maio de 2015
Bombou na Semana: More Than Words (Jimmy Fallon e Jack Black)
Que o apresentador de TV americano Jimmy Fallon é um grande músico e mestre nas imitações não é novidade: o mesmo já dividiu o palco, chegando inclusive a emular a voz e os trejeitos, com o astro Neil Young.
No entanto, o que bombou na semana que passou foi a versão para o clássico clipe dos anos 90 da música More Than Words, da banda Extreme. Quem nunca ouviu ou tocou a baladinha em alguma roda de violão com os amigos?
Pois desta vez Fallon convidou o comediante Jack Black pra cantar e dividir o clipe com ele. E o resultado (hilário!) pode ser conferido abaixo.
Resta aguardar qual será a próxima empreitada do apresentador.
Bom final de semana a todos!!
No entanto, o que bombou na semana que passou foi a versão para o clássico clipe dos anos 90 da música More Than Words, da banda Extreme. Quem nunca ouviu ou tocou a baladinha em alguma roda de violão com os amigos?
Pois desta vez Fallon convidou o comediante Jack Black pra cantar e dividir o clipe com ele. E o resultado (hilário!) pode ser conferido abaixo.
Resta aguardar qual será a próxima empreitada do apresentador.
Bom final de semana a todos!!
quinta-feira, 7 de maio de 2015
Lado B Classe A: The xx (xx)
Econômico: assim pode ser definido o grupo britânico The xx. Seja pelo minimalismo dos arranjos, do instrumental, os vocais sussurrados, ou a simplicidade das capas de seus dois álbuns lançados até o momento, não podemos associar este adjetivo com falta de qualidade - algo que pode ser logo constatado por quem se aventurar a explorar além da superfície o trabalho realizado pela banda.
Tal qual um pequeno frasco que guarda em seu interior o melhor perfume (metáfora batida, mas válida aqui), o primeiro lançamento do grupo, xx, de 2009, traz em sua aparente simplicidade uma experiência requintada que vai se revelando aos poucos, envolvendo-nos em uma atmosfera sensual e altamente romântica. Com uma sonoridade bastante original, assim que nos acostumamos com o estilo de música fica extremamente fácil de reconhecer o som da banda.
Batidas eletrônicas simples, andamento lento, guitarras limpas e algum teclado são suficientes para envolver os duetos masculino/feminino de Romy Madley Croft e Oliver Sim, a força motriz do álbum. Podemos identificar muita influência de R&B no grupo, resultando em um disco climático e agradável de ouvir, com uma pegada pop autêntica e envolvente. Faixas como VCR, Heart Skipped a Beat, e Basic Space estão entre os (muitos) pontos altos do disco, contribuindo para que esta seja uma obra sucinta, homogênea e sofisticada.
Apesar de considerarmos este um legítimo exemplar Lado B Classe A, o The xx teve uma canção do disco incluída na abertura da minissérie "Amores Roubados", da Rede Globo (Intro), e outra regravada pela cantora Shakira (Islands, em versão mais superproduzida, porém sem o charme da gravação original). Com todos adjetivos já elencados aqui, xx é, desde já, um clássico do novo milênio que certamente merece toda a nossa (e a sua) atenção.
Tal qual um pequeno frasco que guarda em seu interior o melhor perfume (metáfora batida, mas válida aqui), o primeiro lançamento do grupo, xx, de 2009, traz em sua aparente simplicidade uma experiência requintada que vai se revelando aos poucos, envolvendo-nos em uma atmosfera sensual e altamente romântica. Com uma sonoridade bastante original, assim que nos acostumamos com o estilo de música fica extremamente fácil de reconhecer o som da banda.
Apesar de considerarmos este um legítimo exemplar Lado B Classe A, o The xx teve uma canção do disco incluída na abertura da minissérie "Amores Roubados", da Rede Globo (Intro), e outra regravada pela cantora Shakira (Islands, em versão mais superproduzida, porém sem o charme da gravação original). Com todos adjetivos já elencados aqui, xx é, desde já, um clássico do novo milênio que certamente merece toda a nossa (e a sua) atenção.
quarta-feira, 6 de maio de 2015
Pra Ouvir - Marcelo Jeneci
Não existe chavão maior, quando o assunto é a atual produção musical brasileira, do que dizer que não se faz mais música nacional como antigamente. Se você, caro leitor, é desses que compactua desta ideia, sinto lhe dizer: está na hora de você rever seus conceitos. Sim, artistas ligados à Bossa Nova, a Tropicália ou ao rock de Brasília nos anos 80, pra citar apenas três vertentes nascidas por aqui, estão eternizados nos corações dos fãs da boa música de outrora feita em nossa Pátria amada. Mas é preciso que se diga que, ao contrário do que se pensa, poucas vezes tivemos à nossa disposição tantos músicos, compositores e instrumentistas inspiradores, ou mesmo bandas capazes de apresentar repertórios ao mesmo tempo simples e complexos, de arranjos elementares mas também virtuosos.
Sempre que ouço o tal lugar comum, citado no parágrafo anterior, costumo perguntar para o emissor da assertiva: já ouviste alguma vez Marcelo Jeneci? É uma espécie de desafio que criei: convido a pessoa a ouvir UMA MÚSICA do cantor e compositor paulista. Apenas uma. De preferência Pra Sonhar - quem quiser, já pode dar o play ali embaixo -, ou Felicidade, pra citar apenas duas das maravilhosas gemas sonoras compostos pelo artista, que também é hábil em muitos instrumentos, e que começou tocando sanfona na banda de Chico César. Devo dizer que, na maioria dos casos, as respostas são positivas. Especialmente pelo fato de que, este jornalista e blogueiro, também se desafiou, em algum momento, a ir para além daquilo que toca nas AMs, FMs, nos elevadô.
É claro que o trabalho de um artista apenas não seria recorte suficiente para se dizer que a produção musical de hoje em dia é boa. Mas aí, se você quiser dar um passo além, é só escolher: Tulipa Ruiz, O Terno, Apanhador Só, Transmissor, Silva, Cícero, Vanguart, Carne Doce, Wado, Mombojó, A Banda mais Bonita da Cidade. As opções são muitas. O quadro Pra Ouvir, dialoga um pouco com essa ideia. É (tentar) falar um pouco sobre o que se está fazendo, musicalmente, na atualidade. E são coisas muito boas. Não temos a intenção de soar presunçosos em nossas ponderações. Apenas falar do que gostamos. E o Jeneci é um daqueles que, com seu som multifacetado e heterogêneo, mas sem se distanciar daquilo que poderia ser um produto do rádio, merece ser descoberto, representando com muita dignidade o atual momento de nosso cancioneiro.
O artista, evidentemente, não trabalha sozinho. A parceira vocal, Laura Lavieri, com sua voz adocicada, contribui para criar o clima idílico exigido por algumas composições - casos de Por Que Nós? e Quarto de Dormir no primeiro álbum e Pra Gente se Desprender e Um de Nós, no segundo registro. Fora os tantos músicos e instrumentistas convidados (mais, no box abaixo), que dão uma boa dimensão do alcance do artista, capaz de trafegar bem nas mais diversas searas. O pop de Jeneci é doce, de certa forma romântico, muitas vezes ensolarado, em outras melancólico. Até brega - no melhor sentido da palavra. Mas sempre sofisticado. Daqueles pra cantar junto aos berros nos shows - que, posso dizer com certa propriedade, são contagiantes. Você vai rir, sem perceber / Felicidade é só questão de ser, diz a letra de Felicidade. Pois eu vos digo: felizes somos nós em poder contar com uma forma tão elevada de arte.
Feito pra Acabar (2010)
Pop, rock, sertanejo, música havaiana, anos 60, Roberto Carlos, temas instrumentais de filmes hollywoodianos... são tantas as referências no aclamado disco de estreia, que ele mais parece uma coletânea de hits. E o mais legal: ainda que o emaranhado seja amplo e, eventualmente complexo - como em Longe, que chegou a ser gravada por Leonardo (sim, o sertanejo), ou mesmo na música título - a sensação é de sempre haver um diálogo permanente entre os temas tratados no álbum. O instrumental, por mais que estabeleça contato com os anos 60 - Felicidade até parece uma canção do grupo Marmalades, por exemplo - é riquíssimo, indo para além do baixo, da guitarra e da bateria e não são raros os momentos em que encontramos pianos, violões, teclados, bandolim, bongô, sax, entre outros. Todos executados por músicos convidados como Edgard Scandurra (Ira), Régis Damasceno (Cidadão Instigado) e Curumin. As letras são capazes de gerar efeitos mais positivos do que qualquer livro de autoajuda. Como não se encantar já nos versos de abertura de Pra Sonhar (Quando te vi passar fiquei paralizado / tremi até o chão como um terremoto no Japão / Um vento um tufão / Uma batedeira sem botão / Foi assim, viu? / Me vi na sua mão)? Ouça: Felicidade, Pra Sonhar, Por Que Nós? e Dar-te-ei.
De Graça (2013)
Após o elogiado disco de estreia, a impressão que deu foi a de que Jeneci, Laura e companhia, ficaram mais a vontade para flertar de forma (ainda) mais direta com o pop. A música título, com a sua letra divertida e estilo suingado, te pega já na primeira audição. Sentir o sol te acordar / Bem de manhã / Quem acha pra comprar? diz a letra que reflete sobre o fato de as melhores coisas da vida serem de graça - seja um grande amor, um abraço, uma amizade verdadeira, os sonhos ou o coração cheio. Tudo recheado por uh uh uhs e oh oh ohs pra galera cantar. A porção mais "erudita" do registro - casos de O Melhor da Vida e Pra Gente se Desprender -, de forma alguma é representada por excessos experimentais ou pretensiosos. Ao contrário. Já viu algo mais simples do que o verso O que vale nessa vida é ver como você aproveita / Desde a hora que levanta até a hora que deita, da linda O Melhor da Vida? Pois é, o clima todo do registro é assim. Às vezes é tão simples, pop e atual que até parece cantiga de roda, como no caso da engraçadinha Só Eu Sou Eu. E, pra quem ficou curioso, o disco está disponível para audição na página do artista. De graça - com o perdão do óbvio trocadilho. Pra quem quiser investir no disco físico, em ambos os casos encontrará artes maravilhosas e as letras no encarte.Ouça: Alento, De Graça, Nada a Ver e O Melhor da Vida.
Sempre que ouço o tal lugar comum, citado no parágrafo anterior, costumo perguntar para o emissor da assertiva: já ouviste alguma vez Marcelo Jeneci? É uma espécie de desafio que criei: convido a pessoa a ouvir UMA MÚSICA do cantor e compositor paulista. Apenas uma. De preferência Pra Sonhar - quem quiser, já pode dar o play ali embaixo -, ou Felicidade, pra citar apenas duas das maravilhosas gemas sonoras compostos pelo artista, que também é hábil em muitos instrumentos, e que começou tocando sanfona na banda de Chico César. Devo dizer que, na maioria dos casos, as respostas são positivas. Especialmente pelo fato de que, este jornalista e blogueiro, também se desafiou, em algum momento, a ir para além daquilo que toca nas AMs, FMs, nos elevadô.
É claro que o trabalho de um artista apenas não seria recorte suficiente para se dizer que a produção musical de hoje em dia é boa. Mas aí, se você quiser dar um passo além, é só escolher: Tulipa Ruiz, O Terno, Apanhador Só, Transmissor, Silva, Cícero, Vanguart, Carne Doce, Wado, Mombojó, A Banda mais Bonita da Cidade. As opções são muitas. O quadro Pra Ouvir, dialoga um pouco com essa ideia. É (tentar) falar um pouco sobre o que se está fazendo, musicalmente, na atualidade. E são coisas muito boas. Não temos a intenção de soar presunçosos em nossas ponderações. Apenas falar do que gostamos. E o Jeneci é um daqueles que, com seu som multifacetado e heterogêneo, mas sem se distanciar daquilo que poderia ser um produto do rádio, merece ser descoberto, representando com muita dignidade o atual momento de nosso cancioneiro.
O artista, evidentemente, não trabalha sozinho. A parceira vocal, Laura Lavieri, com sua voz adocicada, contribui para criar o clima idílico exigido por algumas composições - casos de Por Que Nós? e Quarto de Dormir no primeiro álbum e Pra Gente se Desprender e Um de Nós, no segundo registro. Fora os tantos músicos e instrumentistas convidados (mais, no box abaixo), que dão uma boa dimensão do alcance do artista, capaz de trafegar bem nas mais diversas searas. O pop de Jeneci é doce, de certa forma romântico, muitas vezes ensolarado, em outras melancólico. Até brega - no melhor sentido da palavra. Mas sempre sofisticado. Daqueles pra cantar junto aos berros nos shows - que, posso dizer com certa propriedade, são contagiantes. Você vai rir, sem perceber / Felicidade é só questão de ser, diz a letra de Felicidade. Pois eu vos digo: felizes somos nós em poder contar com uma forma tão elevada de arte.
Feito pra Acabar (2010)
Pop, rock, sertanejo, música havaiana, anos 60, Roberto Carlos, temas instrumentais de filmes hollywoodianos... são tantas as referências no aclamado disco de estreia, que ele mais parece uma coletânea de hits. E o mais legal: ainda que o emaranhado seja amplo e, eventualmente complexo - como em Longe, que chegou a ser gravada por Leonardo (sim, o sertanejo), ou mesmo na música título - a sensação é de sempre haver um diálogo permanente entre os temas tratados no álbum. O instrumental, por mais que estabeleça contato com os anos 60 - Felicidade até parece uma canção do grupo Marmalades, por exemplo - é riquíssimo, indo para além do baixo, da guitarra e da bateria e não são raros os momentos em que encontramos pianos, violões, teclados, bandolim, bongô, sax, entre outros. Todos executados por músicos convidados como Edgard Scandurra (Ira), Régis Damasceno (Cidadão Instigado) e Curumin. As letras são capazes de gerar efeitos mais positivos do que qualquer livro de autoajuda. Como não se encantar já nos versos de abertura de Pra Sonhar (Quando te vi passar fiquei paralizado / tremi até o chão como um terremoto no Japão / Um vento um tufão / Uma batedeira sem botão / Foi assim, viu? / Me vi na sua mão)? Ouça: Felicidade, Pra Sonhar, Por Que Nós? e Dar-te-ei.
De Graça (2013)
Após o elogiado disco de estreia, a impressão que deu foi a de que Jeneci, Laura e companhia, ficaram mais a vontade para flertar de forma (ainda) mais direta com o pop. A música título, com a sua letra divertida e estilo suingado, te pega já na primeira audição. Sentir o sol te acordar / Bem de manhã / Quem acha pra comprar? diz a letra que reflete sobre o fato de as melhores coisas da vida serem de graça - seja um grande amor, um abraço, uma amizade verdadeira, os sonhos ou o coração cheio. Tudo recheado por uh uh uhs e oh oh ohs pra galera cantar. A porção mais "erudita" do registro - casos de O Melhor da Vida e Pra Gente se Desprender -, de forma alguma é representada por excessos experimentais ou pretensiosos. Ao contrário. Já viu algo mais simples do que o verso O que vale nessa vida é ver como você aproveita / Desde a hora que levanta até a hora que deita, da linda O Melhor da Vida? Pois é, o clima todo do registro é assim. Às vezes é tão simples, pop e atual que até parece cantiga de roda, como no caso da engraçadinha Só Eu Sou Eu. E, pra quem ficou curioso, o disco está disponível para audição na página do artista. De graça - com o perdão do óbvio trocadilho. Pra quem quiser investir no disco físico, em ambos os casos encontrará artes maravilhosas e as letras no encarte.Ouça: Alento, De Graça, Nada a Ver e O Melhor da Vida.
terça-feira, 5 de maio de 2015
Cine Baú - Asas do Desejo
De: Win Wenders. Com Bruno Ganz, Solveig Dommartin e Otto Sander. Drama / Fantasia / Romance, Alemanha Ocidental / França, 1987, 128 minutos.
Se o filme Asas do Desejo (Der Himmel über Berlin) fosse um livro, muito provavelmente ele seria uma coletânea de poesias, talvez existencialistas ou expressionistas, repleta de divagações a respeito do nosso lugar no mundo, de questionamentos metafísicos, de digressões contemplativas, de pensamentos elegíacos. Mais atmosférica obra do diretor Win Wenders - de títulos variados como os igualmente valiosos Paris Texas, Buena Vista Social Club e Pina - o filme acompanha o dia a dia de dois anjos, Damiel (Ganz) e Cassiel (Sander), que perambulam pela Berlim devastada pelo pós-guerra, tentando levar, a sua maneira, um pouco de conforto para as pessoas, que, em suas rotinas, vivem as mais variadas angústias cotidianas. Muitas delas internalizadas por momentos da mais profunda solidão.
Damiel e Cassiel aparecem quase como super-herois em suas capas pretas, sorrisos enigmáticos e rabos de cavalo nos cabelos. Na capital alemã, se prostram junto a grandes estátuas e construções, não podendo ser vistos pelos humanos. A exceção são as crianças e os cegos que, aparentemente, são capazes de sentir a sua presença. Então não é surpresa ver a dupla em cenários variados como bibliotecas, hospitais, quartos de hotel ou mesmo sentados ao lado dos passageiros no metrô, o que possibilita a ambos uma maior aproximação das ânsias e sofrimentos mundanos. Em cada lugar ouvem, telepaticamente, as inquietações de cada um, alcançando, minimamente, alguma manifestação de esperança. Algo que pode surgir por meio de um simples pensamento positivo, que represente uma inversão de expectativas.
Em uma de suas tantas andanças, Damiel vai parar em um circo itinerante que tem sua última apresentação agendada para a noite seguinte. No local "conhece" Damion (Dommmartin), uma bela trapezista que, dado o contexto relacionado ao seu trabalho, também está angustiada. E cheia de pensamentos relacionados ao seu futuro ou sobre a falta de algo próximo a isso. Damiel tenta ajudar Damion mas, mais do que isso, se apaixona pela jovem, dotada de uma beleza estonteante. Esse cenário fará com que ele questione também a sua existência, passando a desejar as mais prosaicas ações possíveis para um ser humano, sejam elas abraçar, tocar, sentir. Um encontro com um ator - Peter Falk, famoso pelo personagem Columbo, interpretando a ele mesmo - também auxiliará o anjo em seu processo de decisão.
A película poderá parecer meio lenta em algum momento, mas o andamento quase no formato de um adágio, se faz necessário para que a absorção de cada sequência, de cada cena ou enquadramento, possa ser melhor aproveitada. Além das magníficas interpretações - Ganz, em especial (e, pra quem não lembra dele, é o ator que interpreta Adolf Hitler em A Queda) -, o filme se destaca pela fotografia exuberante de Henri Alekan, que equilibra bem as imagens em preto e branco, que é como os anjos enxergam o mundo, em contraste com a paleta quente e vibrante de cores dos cenários dos humanos. Wenders foi melhor diretor em Cannes pela obra, que permanece até hoje como uma das melhores do cinema alemão. Algo que nem Cidade dos Anjos, a melosa versão de Hollywood com Nicholas Cage e Meg Ryan, consegue apagar.
Se o filme Asas do Desejo (Der Himmel über Berlin) fosse um livro, muito provavelmente ele seria uma coletânea de poesias, talvez existencialistas ou expressionistas, repleta de divagações a respeito do nosso lugar no mundo, de questionamentos metafísicos, de digressões contemplativas, de pensamentos elegíacos. Mais atmosférica obra do diretor Win Wenders - de títulos variados como os igualmente valiosos Paris Texas, Buena Vista Social Club e Pina - o filme acompanha o dia a dia de dois anjos, Damiel (Ganz) e Cassiel (Sander), que perambulam pela Berlim devastada pelo pós-guerra, tentando levar, a sua maneira, um pouco de conforto para as pessoas, que, em suas rotinas, vivem as mais variadas angústias cotidianas. Muitas delas internalizadas por momentos da mais profunda solidão.
Damiel e Cassiel aparecem quase como super-herois em suas capas pretas, sorrisos enigmáticos e rabos de cavalo nos cabelos. Na capital alemã, se prostram junto a grandes estátuas e construções, não podendo ser vistos pelos humanos. A exceção são as crianças e os cegos que, aparentemente, são capazes de sentir a sua presença. Então não é surpresa ver a dupla em cenários variados como bibliotecas, hospitais, quartos de hotel ou mesmo sentados ao lado dos passageiros no metrô, o que possibilita a ambos uma maior aproximação das ânsias e sofrimentos mundanos. Em cada lugar ouvem, telepaticamente, as inquietações de cada um, alcançando, minimamente, alguma manifestação de esperança. Algo que pode surgir por meio de um simples pensamento positivo, que represente uma inversão de expectativas.
Em uma de suas tantas andanças, Damiel vai parar em um circo itinerante que tem sua última apresentação agendada para a noite seguinte. No local "conhece" Damion (Dommmartin), uma bela trapezista que, dado o contexto relacionado ao seu trabalho, também está angustiada. E cheia de pensamentos relacionados ao seu futuro ou sobre a falta de algo próximo a isso. Damiel tenta ajudar Damion mas, mais do que isso, se apaixona pela jovem, dotada de uma beleza estonteante. Esse cenário fará com que ele questione também a sua existência, passando a desejar as mais prosaicas ações possíveis para um ser humano, sejam elas abraçar, tocar, sentir. Um encontro com um ator - Peter Falk, famoso pelo personagem Columbo, interpretando a ele mesmo - também auxiliará o anjo em seu processo de decisão.
A película poderá parecer meio lenta em algum momento, mas o andamento quase no formato de um adágio, se faz necessário para que a absorção de cada sequência, de cada cena ou enquadramento, possa ser melhor aproveitada. Além das magníficas interpretações - Ganz, em especial (e, pra quem não lembra dele, é o ator que interpreta Adolf Hitler em A Queda) -, o filme se destaca pela fotografia exuberante de Henri Alekan, que equilibra bem as imagens em preto e branco, que é como os anjos enxergam o mundo, em contraste com a paleta quente e vibrante de cores dos cenários dos humanos. Wenders foi melhor diretor em Cannes pela obra, que permanece até hoje como uma das melhores do cinema alemão. Algo que nem Cidade dos Anjos, a melosa versão de Hollywood com Nicholas Cage e Meg Ryan, consegue apagar.
Lançamento de Videoclipe - Tobias Jesso Jr. (Without You)
Com sua mescla de Paul McCartney com Elton John, o cantor canadense Tobias Jesso Jr. tem chamado a atenção com seu recém lançado disco de estreia, intitulado Goon. Aqui no Picanha mesmo, o álbum foi muito elogiado e já está corrida por um lugar entre os melhores do ano. Jesso Jr. iniciou, recentemente, a sua turnê europeia e, como forma de saudar os fãs, disponibilizou, em sua conta do Youtube, um videoclipe para a bela canção Without You. O clipe foi dirigido por Seth Mendelson e mostra um casal em um bar, enquanto o cantor executa a composição ao piano.
segunda-feira, 4 de maio de 2015
Pérolas do Netflix - Bronson
De: Nicolas Winding Refn. Com: Tom Hardy, Kelly Adams e Luing Andrews. Ação/Biografia/Crime, Reino Unido, 2008, 92 min.
Quatro anos atrás me deparei com um filme diferente de quase tudo que eu havia visto até então. A obra em questão, Drive, atualizava a figura do herói sem nome (e cujo passado desconhecíamos) associando-a a um ritmo praticamente etéreo, uma trilha sonora sensacional (emulando a atmosfera neon dos anos 80) e explosões de violência que fariam corar até o maior fã do Chuck Norris. Já com status de "cult", a película despertou o interesse pela obra do seu até então pouco conhecido diretor, o dinamarquês Nicolas Winding Refn.
Quatro anos atrás me deparei com um filme diferente de quase tudo que eu havia visto até então. A obra em questão, Drive, atualizava a figura do herói sem nome (e cujo passado desconhecíamos) associando-a a um ritmo praticamente etéreo, uma trilha sonora sensacional (emulando a atmosfera neon dos anos 80) e explosões de violência que fariam corar até o maior fã do Chuck Norris. Já com status de "cult", a película despertou o interesse pela obra do seu até então pouco conhecido diretor, o dinamarquês Nicolas Winding Refn.
Há que se dizer que o tema violência está presente em toda a obra de Refn, seja no quase mudo Guerreiro Silencioso (Valhalla Rising, de 2009), ou no mais recente Só Deus Perdoa (Only God Forgives, de 2013), no qual repete a parceria com o ator americano Ryan Gosling. Estas obras, vale ressaltar, de difícil assimilação para o público não acostumado a filmes com poucos diálogos e de ritmo lento, quase onírico, característico das criações do diretor. Antes destes, portanto, temos o filme Bronson, de 2008, surpreendentemente disponível atualmente para os usuários do serviço de streaming Netflix.
A obra conta a história real de Michael Peterson, considerado o prisioneiro mais violento da Grã-Bretanha. Autodenominado Charles Bronson, em referência ao filme Desejo de Matar, Peterson foi condenado a 7 anos de prisão por ter roubado uma agência dos correios em 1974, mas permanece preso até hoje devido a seu comportamento violento na prisão, tendo passado mais de 30 anos de sua pena na solitária. Em Bronson, vemos um roteiro mais verborrágico e uma edição mais frenética quando comparada aos demais filmes de Refn. No entanto, a violência apresenta-se aqui de forma ainda mais intensa, e a trilha-sonora lembra a de Drive em alguns momentos, servindo muito bem para a atmosfera da narrativa.
Teatral, o filme chegou a ser comparado pela crítica (exageros à parte) ao clássico de Stanley Kubrick Laranja Mecânica (1971), talvez pelo seu tom subversivo e violento. O ator Tom Hardy (o Bane, de Batman - O Cavaleiro das Trevas Ressurge), um dos melhores atores da atualidade, está fantástico e assustador no papel do personagem-título, tendo ganho peso e músculos de forma a encarar o Bronson real de forma mais fidedigna. Ao mesmo tempo uma crítica ao o mundo das celebridades, Bronson é um filme que não deve agradar aos espectadores mais sensíveis, porém é uma obra ousada, visceral, e o retrato de um diretor com um estilo muito peculiar e interessado em explorar este lado tão sinistro da natureza humana.
Teatral, o filme chegou a ser comparado pela crítica (exageros à parte) ao clássico de Stanley Kubrick Laranja Mecânica (1971), talvez pelo seu tom subversivo e violento. O ator Tom Hardy (o Bane, de Batman - O Cavaleiro das Trevas Ressurge), um dos melhores atores da atualidade, está fantástico e assustador no papel do personagem-título, tendo ganho peso e músculos de forma a encarar o Bronson real de forma mais fidedigna. Ao mesmo tempo uma crítica ao o mundo das celebridades, Bronson é um filme que não deve agradar aos espectadores mais sensíveis, porém é uma obra ousada, visceral, e o retrato de um diretor com um estilo muito peculiar e interessado em explorar este lado tão sinistro da natureza humana.
sábado, 2 de maio de 2015
Bombou na Semana - Sertanejo Universitário, Pink Floyd e (B)Ryan Adams
Um vídeo lançado aproximadamente há um ano atrás veio à tona durante a semana levando à loucura os fãs da banda inglesa Pink Floyd. A dupla de "sertanejo universitário" Max & Luan realizou uma verdadeira afronta à clássica Another Brick in the Wall, do lendário álbum The Wall, de 1979. O barulho de helicópteros do início da música (uma alusão à guerra na obra original) inicia o vídeo e, para nossa surpresa, a dupla aparece em seu veículo particular pronta para o "show". A "homenagem" inicia com os versos originais, e o que parece ser uma cover acaba por ganhar uma versão em português digna das dores de cornos tão exaustivamente cantadas pelos artistas do gênero. Só vendo pra crer!
E não é que o cantor americano Ryan Adams, frequentemente confundido/zoado ao seu quase xará Bryan, finalmente fez esta semana uma versão ao vivo da clássica Summer of 69? O artista já havia brincado com a semelhança entre nomes (algo que no passado irritava extremamente o músico) meses atrás ao fazer uma versão da música Run to You. O resultado você pode conferir no vídeo abaixo:
sexta-feira, 1 de maio de 2015
Picanha Cast 30/04/2015
Resumo da semana no Picanha Cultural, com Henrique Sulzbach de Oliveira. Espaço do leitor com Tammy Moraes falando do filme Waking Life, de Richard Linklater, Separados no Nascimento, Liliana Sulzbach e o doc A Cidade, a série do Netflix Unbreakable Kimmy Schmidt, e o novo álbum do cantor Cícero, A Praia, são alguns dos temas abordados. Confiram!
Lançamento de Videoclipe: Alabama Shakes (Sound & Color)
A banda americana Alabama Shakes está com a corda toda na divulgação do aclamado novo álbum, Sound & Color, que inclusive foi resenhado (e elogiado) aqui no Picanha. E o primeiro clipe saído deste trabalho é o da faixa título, o que é uma escolha bastante ousada diga-se de passagem. A música em si não possui um potencial radiofônico como outras do disco, mas o clima da canção casa muito bem com o estilo ficção científica do vídeo, demonstrando novos caminhos em relação à obra anterior. Confira o vídeo logo abaixo:
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