terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Cine Baú: Matar ou Morrer

É com muita alegria que passamos da marca de 100 curtidas em nossa página do Facebook e, para comemorar, estamos estreando um novo quadro aqui no blogue: o Cine Baú. O objetivo deste quadro é falar um pouco de filmes antigos (clássicos) que achamos possuir relevância ainda nos dias de hoje. Uma espécie de arqueologia cinéfila. Para os amantes dos antigos e também para os jovens interessados em aprender (e apreciar) um pouco mais da sétima arte.

Para estrear em grande estilo começaremos com o filme Matar ou Morrer (High Noon), de 1952.


De: Fred Zinnemann. Com Gary Cooper, Grace Kelly e Thomas Mitchel. Faroeste, 85 min.

No dia de seu casamento, o xerife recém aposentado Will Kane (Gary Cooper) recebe a notícia de que um homem perigoso que havia sido enviado à prisão por ele anos antes, está solto e planeja retornar para a cidade com seus capangas em busca de vingança. Inicialmente decidido a deixar a cidade junto à sua esposa (Grace Kelly), Kane decide - sendo contrariado por toda a população local - a permanecer na cidade e enfrentar o seu antagonista.

Ao contrário dos faroestes tradicionais, Matar ou Morrer inova ao trazer tensão por algumas características peculiares: a trama ocorre toda em tempo real, com diversos relógios aparecendo em cena para demonstrar a passagem do tempo. Além disso, valoriza muito mais o psicológico dos personagens ao invés da tradicional troca de tiros que tanta notoriedade trouxe ao gênero. Soma-se a isso um enredo com subtexto muito relevante à época, sendo considerado uma alegoria ao período do Macartismo. Há aqui a tomada de consciência de um homem perante uma realidade hostil que insiste em tentar convencê-lo a fugir, funcionando também como um estudo sobre covardia e coragem. O roteiro foi escrito por Carl Foreman a partir da pequena história "The Thin Star", de autoria de John W. Cunningham. Foreman foi incluído na lista negra de Hollywood no período do governo McCarthy, sendo obrigado a sair dos Estados Unidos. 

Considerado um clássico do cinema mundial, o filme obteve 7 indicações ao Oscar, incluindo melhor filme, diretor e roteiro. Gary Cooper venceu o Oscar de melhor ator pela excelente interpretação do xerife Will Kane. Filme obrigatório não só para os fãs do gênero western, mas para qualquer amante da sétima arte.

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