O ano de 2014 trouxe pelo menos duas superproduções focadas em personagens bíblicos. Noé, de Darren Aronofsky, e agora este Êxodo: Deuses e Reis, do experiente diretor Ridley Scott, de clássicos como Alien - o Oitavo Passageiro (1979) e Blade Runner - Caçador de Andróides (1982).
O filme conta a história de Moisés (Bale), responsável por conduzir milhares de escravos hebreus à fuga do antigo Egito (o êxodo do título) em busca da terra prometida, Canaã. Ao tomar conhecimento de seu passado hebraico, o questionador Moisés, criado até então como um general egípcio, passa a ter como seu adversário o ambicioso faraó Ramses (Edgerton, irreconhecível). Bale, como sempre, realiza aqui uma grande atuação como o personagem principal, passando credibilidade mesmo em cenas constrangedoramente forçadas como, por exemplo, as românticas entre ele e sua esposa. Já Edgerton, como Ramses, acaba por soar um tanto caricato mesmo que o filme, em seu terceiro ato, tente humanizá-lo após as sete pragas lançadas por Deus sobre o Egito. Deus este que, por sinal, acaba revelando-se como o maior vilão do filme: responsável por diversas catástrofes, doenças e assassinatos, não a toa é representado na figura de uma criança raivosa, vingativa e controladora (quem assistir entenderá).
Contando com todos os elementos dignos de um filme épico tais como: batalhas, trilha sonora grandiloquente, belas fotografia e direção de arte, efeitos visuais e figurino, a produção tem chances de abocanhar algumas indicações ao Oscar nas categorias técnicas, devendo ser assistida na tela grande para uma melhor apreciação do resultado final. Embora não traga novidades ao gênero, é um filme bem dirigido e executado e, apesar de trazer diversos clichês deste tipo de produção, proporciona alguns diálogos interessantes como, por exemplo, a fala de Moisés sobe o fanatismo religioso e seus perigos. Mostrando o início de uma busca por território que, infelizmente, continua a deflagrar guerras ainda hoje, o filme ainda conta com um elenco estelar como Ben Kingsley, Aaron Paul (o Jesse, de Breaking Bad), John Turturro, e Sigourney Weaver.
Nota: 7,1.
Curiosidade: a exibição deste filme foi banida no Egito, sob alegação de passar uma imagem "racista" dos judeus retratados na tela.
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